Agraciada com o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1998 e indicada ao Oscar de melhor atriz em 1999 pelo filme Central do Brasil, a atriz Fernanda Montenegro era a homenageada da noite de ontem no 39.º Festival de Cinema de Gramado, onde receberia o Troféu Oscarito, concedido a atores e atrizes do cinema nacional.
"Era o que faltava na minha coleção", declarou a atriz em entrevista coletiva. "Na minha adolescência, cresci acompanhando Oscarito. Receber essa honraria é muito importante".
Sobre o título de "grande dama" da dramaturgia brasileira, Fernanda Montenegro é enfática: não gosta da qualificação. "Sou uma atriz que ama o que faz e existem tantas outras atrizes e atores que também fazem seu trabalho com amor. Muitos outros merecem esse título".
Fernanda enfatizou a importância dos festivais de cinema no Brasil, possibilitando ao público ter acesso a filmes que não chegam ao mercado comercial, e ressaltou que, para fazer cinema e arte no país, é necessário persistência. "O fomento da cultura está quase totalmente nas mãos do governo. Isso não é o problema. O complicado é que os produtores ficam nas mãos de terceiros que decidem se o projeto pode ou não receber apoio. Esse pode ser um processo demorado, que desmotiva os artistas."
Mostra
Mais dois filmes da mostra competitiva de longas-metragens foram exibidos ontem: La Lección de Pintura, do chileno Pablo Perelman, que fala sobre a vida de um menino camponês com talento para pintura, e País do Desejo, onde o pernambucano Paulo Caldas mostra o contraponto da pobreza do seu estado natal com a classe mais favorecida. A previsão de estreia de ambos é para o início de 2012.
Hoje, os longas El Casamiento, do uruguaio Aldo Garay, e Olhe pra Mim de Novo, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman, são os destaques da competitiva junto com quatro curtas-metragens. O cineasta Domingos Oliveira, que iniciou a carreira com Todas as Mulheres do Mundo, recebe às 20h45 o Troféu Eduardo Abelin, em homenagem a diretores do cinema nacional.
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