Em casa, Arnaldo Antunes comanda a festa: família e convidados especiais| Foto: Fernando Lazlo/ Divulgação

"Eu vou completar 50 anos e queria dedicar a música que vamos fazer agora para mim mesmo. E para todos os que enfrentam e também afrontam o seu medo de envelhecer." A frase é de Arnaldo Antunes, serve como prólogo de "Envelhecer", a sétima faixa de Ao Vivo Lá em Casa, e também como uma sinopse para seu novo disco-celebração. Recheado de convidados e gravado na laje de sua casa, Antunes deu uma festona para comemorar seu aniversário e também sua carreira multifacetada.

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O novo projeto do músico, escritor e artista visual – primeiro a debandar dos Titãs, em 1992 – é baseado em Iê Iê Iê (2009) – disco que homenageia o rock sessentista brasileiro. "Vem Cá", "O Que Você Quiser", "Um Quilo" e "Sim ou Não" estão por lá, tocados pela su­­perbanda formada por Edgar Scandurra (guitarra e voz), Marcelo Jeneci (teclados, órgão e voz), Curumin (bateria), Chico Salem (violão e voz) e Betão Aguiar (baixo e voz). Aí não há grandes novidades. Ar­­naldo é aquela coisa meio engasgada. Mas direta, visceral. Sua interpretação pouco muda, mesmo ao vivo. O grande destaque do disco são os convidados. Fernando Catatau (Cidadão Instigado), talvez seja o músico mais requisitado do Brasil. Ele produziu Iê Iê Iê e participa de "Invejoso" e "Ca­­chimbo". Jorge Ben Jor canta "As Árvores" e a ótima "Cabelo", parceria dos dois; e Erasmo Carlos completa o clima de festa cantando "Sou Uma Criança Não Entendo Na­­da" e "Jogo Sujo".

Ao Vivo Lá em Casa vale mais pelo encontro inusitado e pelo clima de festa geral. Mancada foi reler "Vou Festejar" (clássico de Jorge Aragão, Noeci Dias e Dida), que perdeu toda sua potência irônica na interpretação quase mórbida do anfitrião cinquentão. GGG.

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Serviço: Ao Vivo Lá em Casa. Arnaldo Antunes. Microservice/ Rosa Celeste. MPB. Preço médio: R$ 27,90.