O Festival de Teatro de Curitiba encerrou neste domingo (08) a sua 21.ª edição com um dia de cardápio variado para a plateia. Teve de tragédia grega (Hécuba, no Guairão) a espetáculo circense (Caravana, no Positivo). Em paralelo, a experimentação correu por conta dos grupos jovens que se apresentaram no Fringe em diversos espaços da cidade. Ao todo, a edição de 2012 somou mais de 400 espetáculos.
O palco do Guairão acolheu o destaque do fim de semana, uma tragédia grega, com o texto clássico e o uso do coro que caracterizava o teatro helênico. A montagem de Hécuba que o diretor mineiro Gabriel Vilela trouxe a Curitiba inova na apresentação: figurino e cenário trazem cores e padronagens que lembram o folclore brasileiro e, principalmente, o Peru dos povos incas.
Essa "climatização" de textos clássicos é uma proposta vista em outros trabalhos do diretor, sempre com bons resultados. Na segunda edição do Festival de Teatro de Curitiba, em 1993, Vilela trouxe uma montagem de Romeu e Julieta muito brasileira, que foi o grande sucesso daquela edição (agora distante) de 1992.
No conjunto, o que os curitibanos viram no Guairão foi uma grande moldura para o tour de force de Walderez de Barros. Atriz experiente e de presença cênica muito forte, ela concentra os olhares da plateia durante os 60 minutos do espetáculo, que conta um episódio da Guerra de Troia.
Em parte, isso se deve ao fato de que o personagem de Walderez se mantém humano e de fácil identificação ao longo da tragédia, enquanto os demais personagens no palco são apresentados com recursos cênicos e de interpretação mais carregados, como o uso de máscaras, o que os aproxima de figuras míticas ou folclóricas.
Hécuba não é a montagem mais memorável de Gabriel Vilela, mas reúne os elementos do teatro de qualidade que o diretor (e neste caso também Walderez de Barros) tem demonstrado esforço para fazer.
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