Festival aposta nas revelações

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Na primeira edição do Lupaluna, em 2008, só havia um artista que podia ser chamado de "revelação": o rapper carioca MC Marechal. Em 2009, já eram pelo menos três: Mallu Magalhães, Móveis Coloniais de Acaju e o nosso Copacabana Club. Agora, na terceira edição do festival, que acontece na sexta e no sábado no BioParque, a tenda EcoMusic vai receber quatro representantes da nova música brasileira: os paulistas O Teatro Mágico, Emicida e Tulipa Ruiz, e o grupo pernambucano Zé Cafofinho & Suas Correntes.

Formado em Osasco (SP) em 2003, O Teatro Mágico é conhecido pelas performances impactantes, misturando música e circo, e já caiu nas graças do público curitibano – pelo menos uma vez por ano, a trupe de Fernando Anitelli se apresenta por aqui. O grupo, que se apresenta na tenda EcoMusic no sábado, a partir das 22h50, despontou no cenário nacional graças à internet, e também se destaca pela militância a favor da música gratuita e do livre compartilhamento de produtos culturais na web.

"Festivais como o Lupaluna são importantes porque aproximam os artistas, e hoje em dia os músicos estão muito desunidos", considera Fernando Anitelli. "Num evento como esse, podemos encontrar artistas que estão na mesma situação que a gente, que também defendem o acesso livre à cultura, e com quem nem sempre nós temos a oportunidade de conversar."

A familiaridade com as ferramentas de produção e distribuição de conteúdo pela internet, característica d’O Teatro Mágico, também é um dos trunfos do rapper paulistano Emicida, que abre a programação do LunaStage, no sábado. No ano passado, ele lançou a mixtape Emicídio, que conta com uma grande e organizada rede de distribuição por todo o país, conforme você pode conferir no perfil oficial do artista no MySpace (www.myspace.com/emicida).

"Sempre vi essas mixtapes como as enxadas que abririam o caminho para trabalhar um disco oficial", disse o rapper ao repórter Marcelo Furtado, do Gaz+, no fim do mês passado, antes de embarcar para o festival norte-americano Coachella. "Tenho sido bem-sucedido nesse trajeto e começo a ver novos horizontes para, enfim, lançar meu primeiro álbum oficial, talvez no ano que vem."

Nova queridinha da MPB no eixo Rio-São Paulo, autora do melhor disco de 2010 segundo a revista Rolling Stone (seu álbum de estreia, Efêmera), a cantora, compositora e desenhista Tulipa Ruiz também está empolgada – ela está escalada para sexta-feira, a partir das 23h20, na EcoMusic. "Estou muito feliz por ir a Curitiba pela primeira vez, e participar de um festival tão grande", comentou. "É uma oportunidade de mostrar o trabalho também para quem não estiver lá por minha causa, para quem for ver o palco principal e de repente der uma passadinha na EcoMusic, ou para quem for ver o BNegão e ficar mais um pouquinho. Estamos muito na pilha, e eu convido todos para compartilhar essa energia com a gente."

Por fim, a última "revelação" é o pernambucano Zé Cafofinho, que toca com o grupo As Correntes sábado, às 21h10, também na EcoMusic. Um dos principais artistas do pós-mangue beat, Zé Cafofinho mistura elementos do samba, jazz, ska e brega, entre outros. No Lupaluna, além de cantar, vai tocar viola de arco e sampler. "Adoro tocar em festival grande, para mim é importantíssimo ter essa abrangência e conseguir romper fronteiras. Estou muito animado", resume.

Serviço

Lupaluna 2011 – 13 e 14 de maio no BioParque. Ingressos promocionais a partir de R$ 50 (terceiro lote), à venda no site oficial (www.lupaluna.com.br), nos quiosques Alô Ingressos e nas Livrarias Curitiba.