Programação
Confira os filmes que compõem a mostra, que será na Cinemateca (R. Pres. Carlos Cavalcante 1.174), sempre às 18 horas:
3 de novembro
Amarcord (Amarcord, Itália, França, 1973, Cor , 125 min.)
4 de novembro
Os Boas Vidas (I Vitelloni, França, Itália, 1953, P&B, 100 min.)
5 de novembro
A Estrada da Vida (La Strada, Itália, 1954, P&B, 94 min.)
6 de novembro
E la Nave Va (E la Nave Va, França, Itália, 1983, Cor, 128 min.)
7 de novembro
A Doce Vida(La Dolce Vita, Itália, França, 1960, P&B, 174 min.)
8 de novembro
Oito e 1/2(8½, Itália, França, 1963, P&B, 114 min. Exibição será seguida de debate sobre o filme.
Serviço
Fotografias sobre Fellini
Palácio Garibaldi (Praça Garibaldi, 12 Alto São Francisco), (41) 3323-3530. Dia 2 de novembro, às 18 horas. Será exibido curta-metragem sobre o cineasta e recital acústico com a Banda Wandula. Entrada franca ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência no local.
23 Cartazes dos Filmes de Federico Fellini
Cinemateca de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 1.174), (41) 3321-3310. Dia 3 de novembro, a partir das 18 horas.
70 Desenhos de Federico Fellini
Museu Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348), (41) 3018-6194. Dia 3 de novembro, das 14h às 18 horas.
Otto e Mezzo
Memorial de Curitiba (R. Dr. Claudino dos Santos, 79), (41) 3321-3313. Dia 3 de novembro, a partir das 9 horas.
Nos derradeiros anos da década de 1980, o hoje produtor cultural Antonio Cava tinha 20 e poucos anos quando, em uma sessão do Cineclube Cândido Mendes, instalado no coração do bairro de Ipanema, no Rio de janeiro, teve uma epifania. Ao assistir ao filme Noite de Cabíria (1957), que lhe apresentou ao universo criativo do mestre italiano Federico Fellini (1920-1993), o carioca percebeu que algo havia acontecido em sua percepção do que acreditava ser cinema e arte. Embora já tivesse visto, de relance, alguns dos longas-metragens do italiano na televisão, a experiência de entrar, por meio da tela grande, na extensa, complexa e hipnótica obra do cineasta foi uma experiência definitiva. Estava a ela atado para sempre.
Hoje, aos 48 anos, e agora morador de Curitiba, Cava é o homem por trás de um dos segmentos mais interessantes da Corrente Cultural de Curitiba: o Festival Fellini, uma extensa homenagem ao diretor 20 anos após a sua morte (o cineasta faleceu no dia 31 de outubro de 1993, em Roma). A programação terá inicio no próximo sábado, 2 de novembro (data em que, há duas décadas, Fellini foi sepultado), às 19 horas, em um evento que inclui desde a exibição de um curta-metragem de 30 minutos, espécie de colagem de imagens significativas na trajetória do diretor, até exposições (leia texto nesta página).
Na cerimônia, haverá bate-papo com convidados e público sobre a filmografia do cineasta e show com a banda Wandula, que tocará arranjos inéditos em homenagem às trilhas sonoras escritas pelo compositor Nino Rota (1911-1979).
Filmes
Se o Festival Fellini foi organizado em torno uma efeméride inescapável, os 20 anos da morte do cineasta, outra tem papel central no vasto cardápio do evento, que inclui duas mostras de cinema. A principal delas, que acontece na Cinemateca, terá seis de seus principais filmes (ver quadro nesta página) e culminará na sexta-feira, 8 de novembro, com a exibição daquele que é considerado por muitos a obra máxima do diretor: 81/2 (1963). A projeção será seguida de debate.
Fime-chave na obra felliniana, por mergulhar em seu imaginário criativo o filme gira em torno de um cineasta em crise , Oito e 1/2 foi revisitado por vários diretores importantes, como Bob Fosse, em All That Jazz O Show Deve Continuar, vencedor da Palma de Ouro, em 1980; e Woody Allen, em Memórias (1980) e Celebridades (1998).
A outra mostra, que terá exibições no Museu Guido Viaro, inclui documentários, entre eles o revelador Eu Sou um Grande Mentiroso (2002), de Damian Pettigrew, sobre aspectos da personalidade e da obra do diretor.
Mostras trazem raridades sobre cineasta
Isadora Rupp
O produtor Antonio Cava não sabe muito bem como, e por qual motivo, começou a colecionar materiais sobre Federico Fellini. O fato é que, ao longo dos anos, ele reuniu mais de 500 itens, incluindo fotografias, livros e cartazes de filmes, hoje guardados em um quarto no apartamento de sua mãe.
Parte desse acervo será exibido em exposições que inauguram nos dias 2 e 3 de novembro, durante o Festival Fellini. No dia da abertura, no Palácio Garibaldi, estarão expostas 40 fotografias das agências ADN Kronos e Agenzia Giornalistica Itália, além de livros sobre o cineasta.
No domingo, 3, o festival inaugura três mostras: 70 Desenhos de Federico Fellini, no Museu Guido Viaro, Otto e Mezzo, no Memorial de Curitiba, e 23 Cartazes de Filmes, na Cinemateca de Curitiba.
A primeira traz reproduções de desenhos do cineasta, que costumava esboçar em guardanapos e papeis coordenadas para seus colaboradores. Personagens dos filmes retratados pelo cineasta também estão no acervo, material vindo da Fundação Fellini. Cava selecionou ainda 30 imagens da série "divagações eróticas", que estará na exposição. Os cartazes da Cinemateca são do arquivo pessoal do produtor.
As fotografias que homenageiam o filme Oito e 1/2 são do acervo do italiano Tazio Secchiaroli, considerado um dos maiores fotógrafos do século 20. Todos os registros são de bastidores das filmagens.
Segundo Cava, esse foi o primeiro trabalho do fotógrafo na Cineccittà (complexo de teatros e estúdios na periferia de Roma). "E é um dos melhores trabalhos dele. Junto com Fellini, ele agregou uma aura artística à rapidez, uma das características fortes do seu trabalho."
Doação
Cava pretende destinar o rico material que colecionou ao longo desses anos para a cidade de Curitiba. No momento, o produtor já negocia com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) uma doação para a cidade.
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