Confira as datas dos 31 espetáculos do Festival de Curitiba em 2011| Foto:
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O fortalecimento dos grupos de teatro brasileiros se reflete nas escolhas da curadoria do Festival de Curitiba para a Mostra Contemporânea 2011, que vai de 29 de março a 10 de abril. Entre os 31 espetáculos divulgados on­­tem, estão representadas 11 companhias nacionais.

"Não queremos perder o pa­­pel de representar tendências", diz o diretor do Festival, Leandro Knopfholz, rememorando a evolução do evento, que chega à sua 20.ª edição. Em 1992, primeiro ano da mostra, foram apenas 12 espetáculos.

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Companhias em ascensão no país brindam o festival com es­­treias. Os paulistas do Satyros tra­­zem uma leitura atual de Pá­­troclo ou o Destino, de Marguerite Yourcenar, que aborda um triângulo amoroso durante a Guerra de Tróia. "O texto de O Último Stand-Up situa o mito nos viadutos de São Paulo, cidade onde a qualquer momento podemos ter uma tragédia significativa", contou à Gazeta do Povo o diretor Fábio Mazzoni. Na peça, o trio é encarnado por moradores sem-teto que sobrevivem do stand-up num contexto decadente.

O carioca-curitibano Felipe Hirsch e sua Sutil Companhia par­­ticipam da mostra oficial com a estreia de Trilhas Sonoras de Amor Perdidas, que surge como o segundo capítulo de uma trilogia iniciada com A Vida É Cheia de Som e Fúria, inspirada no romance Alta Fidelidade, de Nick Hornby, há quase dez anos.

Os mineiros do Grupo Galpão estreiam o espetáculo Tio Vânia, com direção de Yara Novaes. O texto de Anton Chekhov fala de desilusões no amor e na vida. Com ele, o grupo inicia o projeto Viagem a Chekhov, que inclui uma montagem de contos ainda para este ano com direção do russo Jurij Alschitz.

Quem abre a edição 2011 do Festival de Curitiba é a Companhia Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, com Sua Incelença Ricardo III (leia mais sobre a montagem na página 3), no Bebedouro do Largo.

Texto próprio

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Outra tendência que o testival acompanha é a valorização de textos nacionais. São 14 obras dramatúrgicas brasileiras, como a que traz a Armazém Companhia, fundada em Londrina em 1987 para depois ganhar o cenário nacional, mudando-se para o Rio de Janeiro. Antes da Coisa Toda Começar, com texto de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, conta três histórias paralelas recordadas por um espectro, que permitem fantasiar sobre quem é o dono daquelas memórias.

Adultério, da Companhia de Atores de Laura, é outra montagem de texto próprio e recente.

A mistura de gêneros também foi valorizada pelo festival. Aliás, o próprio nome mudou em 2008, de Festival de Teatro de Curitiba para Festival de Curitiba, com o objetivo de abarcar outras manifestações artísticas como música, circo, cinema e stand-up.

Por isso, a presença constante na Mostra Contemporânea de grupos e artistas que trabalham com dança e mímica, como a dramaturga e encenadora Denise Stoklos, paranaense natural de Irati, que traz Preferiria Não? ao Guairinha.

A Companhia Deborah Col­­ker traz neste ano Tathyana – protagonista do romance em versos Eugênio Oneguin, do russo Alexander Pushkin.

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Os russos também são representados por Um Coração Fraco, que traz o ator global Caio Blat na pele do jovem Vássia – ele sofre por não se julgar digno do amor de Lisanka. A obra é adaptação da novela A Felicidade, de Dostoiévski.

Outros atores com experiência em novelas que vêm ao Festival deste ano são Maria Fernanda Cân­­dido, em Ligações Perigosas; Dan Stulbach e Dalton Mello, em Os 39 Degraus (adaptação da obra filmada por Alfred Hitchcock); e Marjorie Estiano, em O Inverno da Luz Vermelha.

Musicais

Outra tendência do espectador brasileiro é o gosto por musicais, representados neste ano por É com Esse Que Eu Vou, sobre o samba; Me Salve, Musical!, comédia que se passa num saguão de aeroporto; Marlene Dietrich – As Pernas do Século, com Sylvia Bandeira; e Sete por Dois, de Stella Miranda, que es­­treia em Curitiba.

Montagens maiores como Hair precisaram ficar de fora. "Fizemos de tudo para trazer, mas grandes produções desse porte não têm condições de se apresentar no festival", justifica a curadora Lúcia Camargo.

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