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A imprensa italiana, que antes do Festival de Cinema de Veneza comemorava o grande número de filmes italianos na seleção oficial do evento, entrou num período de exame de consciência e busca de culpados depois de os filmes italianos terem sido quase totalmente excluídos dos prêmios principais.

O festival foi encerrado no sábado, com o prêmio máximo dado ao longa israelense Lebanon. O britânico Colin Firth recebeu o prêmio de melhor ator por seu trabalho em A Single Man, do diretor americano estreante Tom Ford. A iraniana Shirin Neshat ficou com o troféu de melhor direção por Zanan Bedoone Mardan ("Women Without Men").

La Doppia Hora ("The Double Hour"), do diretor italiano Giuseppe Capotondi, recebeu uma menção. Mas foi pela performance da russa Ksenia Rappoport, que levou o prêmio de melhor atriz pelo papel de uma imigrante do leste europeu que vive na Itália.

Baaria, do diretor premiado com o Oscar Giuseppe Tornatore, foi um dos quatro filmes italianos exibidos na competição principal. É o filme italiano mais caro da história e o primeiro a abrir o festival de Veneza em mais de duas décadas. Mas deixou o festival sem nenhum dos prêmios mais importantes.

A última vez em que um trabalho italiano recebeu o Leão de Ouro foi em 1998, quando "Così Ridevano" ("Assim Eles Riam"), de Gianni Amelio, saiu com o prêmio máximo.

"O cinema procura culpados pela decepção de Veneza," dizia uma manchete na edição de segunda do jornal Corriere della Sera, citando várias figuras importantes do cinema expressando sua decepção com a ausência de prêmios para as produções italianas.

O L'Unità disse que só houve "prêmios menores para filmes menores" e que os resultados provam que o cinema italiano produz filmes mais próprios para a televisão que para a tela grande. O La Stampa comentou que as críticas deixaram Veneza "na defensiva."

A escassez de prêmios para filmes italianos em Veneza suscitou reações em blogs de cinema italianos, variando desde a decepção e a raiva até a resignação.

Mas o Il Giornale citou o presidente do júri, Ang Lee - ele próprio duas vezes ganhador do Leão de Ouro - como tendo dito que, se a decisão tivesse sido apenas dele, o prêmio máximo teria sido entregue a "Baaria."

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