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O polêmico Michael Moore marca presença no Festival do Rio em dose dupla. A programação do evento traz o novo documentário do diretor, "SOS Saúde" (assista ao trailer abaixo), e o longa-metragem "Fabricando discórdia" (assista ao trailer), em que os cineastas Debbie Melnyk e Rick Caine miram o próprio Moore e tentam revelar os podres por trás de seus métodos.

No filme de Melnyk e Caine, que será exibido neste domingo (23) no festival, o feitiço vira contra o feiticeiro. O objetivo dos diretores é revelar as mentiras e as ilegitimidades dos longas do documentarista mais amado e odiado da atualidade.

Você sabia que em "Roger e eu", primeiro longa de Moore, ele omitiu uma entrevista que fez com Roger Smith, presidente da General Motors, que levava abaixo sua argumentação? E que em "Tiros em Columbine" diversas situações ditas verídicas foram armadas? "Fabricando discórdia" mostra e documenta essas e outras falhas de Moore.

Mas o curioso é que, na argumentação, os diretores usam as mesmas táticas dos próprios filmes de Moore. Com inteligência, humor e aquele mesmo tom propagandístico, o longa faz um exame minucioso da figura do documentarista, descrito por amigos como "um sujeito megalomaníaco e paranóico". É imperdível tanto para fãs quanto para críticos de Moore.

Novo documentário

Em "SOS saúde", que também está em cartaz no festival, Michael Moore ataca o sistema de saúde dos EUA com o seu sarcasmo usual. No filme, conhecemos as histórias de vítimas da negligência, corrupção ou crueldade dos planos de saúde daquele país, onde não existe assistência pública gratuita.

O que o diretor mostra é uma situação assustadora, em que 50 milhões de pessoas vivem abandonadas, sem garantia de assistência médica, e os outros 250 milhões, que tiveram a sorte de serem aceitos por alguma empresa, não têm seus direitos garantidos. Moore mostra famílias falidas por causa de contas de hospitais e gente que perdeu a vida por ter serviços negados.

Provocativo, simpático e manipulador como sempre, Michael Moore consegue provocar risos, mesmo em meio a toda a tristeza e revolta que as entrevistas inspiram. E nessa sucessão de lágrimas e gargalhadas, Moore pega o público pelas vísceras e não solta mais. O auge do longa é quando o diretor leva voluntários dos resgates do 11 de setembro, que hoje sofrem seqüelas respiratórias, para Cuba, onde recebem tratamento gratuito nota dez.

Como em "Tiros em Columbine" e "Fahrenheit 11/9", o diretor empilha argumento por argumento para convencer a platéia. Porém, desta vez, Moore deixou que seus personagens brilhassem no papel mais importante, e colocou sua própria persona em segundo plano (o que não acontecia nos outros longas). O resultado é impactante, o melhor filme do diretor, ao menos em termos de narrativa.

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