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Teatro Lala Schneider: parte dos quadros da Secretária Estadual da Cultura se apresentou ali | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Teatro Lala Schneider: parte dos quadros da Secretária Estadual da Cultura se apresentou ali| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A Secretaria de Estado da Cultura é uma extensão do Teatro Lala Schneider. Secretário e também fundador do teatro, João Luiz Fiani tem em seu quadro de cargos de confiança cinco atores que fazem ou fizeram parte do elenco de espetáculos apresentados no espaço cultural.

Alisson Diniz, assessor de comunicação, Daniel Marcondes, funcionário da Coordenação de Incentivo Cultural, David Moura, coordenador de Mídias Sociais, Ingrid Bozza, diretora do Parque Histórico do Mate, e Luiz Henrique Fernandes da Silva, com um posto na Coordenação de Ação Cultural, são nomes conhecidos nos palcos do Lala, muitas vezes atuando ao lado de Fiani ou sob sua direção.

“Não estamos infringindo nada da ciência da administração pública. Eu coloquei pessoas técnicas em todas as áreas. Não tem ninguém que não seja apropriado para sua função aqui dentro”, afirma o secretário. “Não faço nada sem consultar minha assessoria técnica. Não sou secretário, estou secretário. Quando eu sair daqui, quero deixar uma boa marca da minha gestão, pensando a cultura de uma maneira geral”, diz.

“Não estamos infringindo nada da ciência da administração pública. Eu coloquei pessoas técnicas em todas as áreas. Não tem ninguém que não seja apropriado para sua função aqui dentro

JOÃO LUIZ FIANI secretário de Estado da Cultura

O currículo dos profissionais contratados para cargos de confiança na administração de Fiani comprovam que eles têm formação e experiência compatível com as funções que desempenham. Segundo o secretário, ele tem direito a contratar 44 funcionários de confiança, mas ficou com apenas cinco e não interferiu em outros equipamentos, como museus, Imprensa Oficial e Biblioteca Pública do Paraná.

“Eu mantive a mesma equipe das gestões anteriores, que vinha trabalhando bem. Eu coloquei meu assessor de comunicação, meu assessor de mídias sociais e duas pessoas para coordenar os dois programas que são fortes na minha gestão, o Circula Paraná (Marcondes) e o Prêmio Arte Paraná (Fernandes)”, elenca. Ingrid foi contratada em janeiro para trabalhar com a transição do Parque Histórico do Mate, que será transferido à prefeitura de Campo Largo.

“Não há ilegalidade em contratar alguém com quem já se tenha uma relação. Mas é antiético e vai contra a moralidade pública. Há um protecionismo que exclui a possibilidade de que outro cidadão, também competente para a função, pudesse exercer um cargo ao qual estaria apto”

DENIS ALCIDES REZENDE professor de gestão urbana na PUCPR

Moralidade pública

De fato, um gestor público não age de maneira ilegal quando escolhe conhecidos para trabalhar como servidor público, já que tem o direito a essas contratações. Porém, sob a ótica da ciência da Administração Pública, a prática é inadequada, explica Denis Alcides Rezende, docente em gestão urbana da PUCPR.

“Não há ilegalidade em contratar alguém com quem já se tenha uma relação. Mas é antiético e vai contra a moralidade pública. Há um protecionismo que exclui a possibilidade de que outro cidadão, também competente para a função, pudesse exercer um cargo ao qual estaria apto”, afirma Rezende.

A questão, que atinge todas as esferas do funcionalismo público, esbarra na dificuldade de abrir concursos públicos, que seria a regra para contratação nessas esferas. “Já apresentamos inúmeros processos para a secretaria de administração, mas não há estimativa de que haja concursos específicos para a área de Cultura nos próximos anos”, diz Regina Iório, assessora técnica da Cultura.

Fiani frisa que o ‘elenco’ que tem na Secretaria não é funcionário seu fora da ambiente público. “Eles não trabalham no Lala Schneider porque o teatro é privado e independente. Eles se apresentam lá pelas companhias que alugam o teatro. O Lala Schneider não é produtor, é uma casa de espetáculos. Quando trabalhamos juntos, somos cooperativados, dividimos a bilheteria entre nós. Nunca houve exclusividade. A Ingrid, por exemplo, trabalha como o Edson Bueno. O Daniel tem a própria companhia”, explica.

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