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Giuseppe Garibaldi (Gabriel Braga Nunes) chegou ao Brasil em 1935 | Divulgação
Giuseppe Garibaldi (Gabriel Braga Nunes) chegou ao Brasil em 1935| Foto: Divulgação
  • Garibaldi (Nunes) e Anita (Ana Paula Arósio) viveram uma paixão incontornável

Chega nesta sexta-feira aos cinemas brasileiros o longa-metragem Anita e Garibaldi, dirigido e roteirizado pelo diretor italiano Alberto Rondalli (de Il Derviscio) e produzido pela Laz Filmes, sediada em Curitiba. O filme retrata, em um longo flashback, a passagem de Giuseppe Garibaldi pelo Brasil, para onde fugiu em 1835 depois de ter sido condenado à morte na Itália, por participar de um movimento pela unificação de vários estados em que se dividia a Península Itálica.

Logo após sua chegada ao Rio de Janeiro, Garibaldi seguiu para o sul do país. Lá, iria se juntar aos republicanos da Revolução Farroupilha (ou Guerra dos Farrapos), que peleavam contra as forças do Império Brasileiro, em uma luta liderada pela elite gaúcha, que aos poucos foi ganhando caráter separatista. O conflito se estendeu de 1835 até 1845. Ao lado do general Davi Canabarro, Garibaldi tomou, em uma batalha retratada pelo filme, o porto de Laguna, em Santa Catarina, onde foi proclamada a República Juliana, em 1939. Na cidade catarinense, Garibaldi, vivido no filme pelo ator Gabriel Braga Nunes, conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro (Ana Paula Arósio), que, embora já fosse casada, abandona sua vida para se juntar ao revolucionário italiano, que lhe deu o apelido de Anita (Aninha em italiano). Com ele, ela entrou para a história tanto do Brasil quanto da Itália.

O longa de Rondalli, que tem trilha sonora do compositor londrinense Arrigo Barnabé, aborda justamente esse período em que o casal se conheceu e se apaixonou, no que Braga Nunes chama de "uma precipitação para o abismo".

Em outro momento da vidas dos dois, também retratado pelo filme, Garibaldi, já de volta à Europa, em companhia de Anita, que se torna uma brava combatente pela unificação da Itália, estão no norte do país, encurralados pelo Exército da Áustria. Ela está grávida do quinto filho do casal e muito doente – a brasileira e seu bebê viriam a falecer pouco depois, em 4 de agosto de 1849, na cidade de Ravena, região da Emília-Romanha.

A reportagem da Gazeta do Povo entrevistou o ator Grabiel Braga Nunes, que participou ontem à noite de uma pré-estreia de Anita e Garibaldi em Curitiba. O longa foi rodado no Paraná e em Santa Catarina e teve sua filmagem interrompida por alguns anos por problemas de produção. Leia a seguir trechos da conversa com o ator, que já está gravando Em Família, próxima novela das 21 horas da Rede Globo, da qual será um dos protagonistas.

Como foi a sua preparação para o papel? Você pesquisou muito sobre Giuseppe Garibaldi antes da filmagem?

O processo de estudo de um papel é dinâmico e se mistura com as filmagens, com a visão do diretor, com o trabalho de toda a equipe. Nesse sentido, evito as composições, que muitas vezes acabam nos afastando da obra em si. Prefiro encontrar o tom na cena, na relação com outros atores, na situação própria de cada dia. Alberto Rondalli, o diretor do longa, é um profundo conhecedor da vida de Garibaldi e me forneceu informações preciosas.

O que mais chamou a sua atenção no personagem?

Garibaldi foi um homem de força, atitudes e conquistas admiráveis, todos sabemos. No filme, buscamos sua fragilidade, suas possíveis dúvidas e inseguranças. Nos concentramos nos efeitos de sua paixão tão vertical por Anita; buscamos um olhar próximo e sensível sobre essa história de amor que durou dez anos, mas o acompanhou até o fim da vida.

A opção de não dar um sotaque italiano ao personagem foi sua ou do diretor?

A nacionalidade não é tão importante, essa história é universal.

Como a filmagem foi interrompida por alguns anos, como foi o processo de fazer as cenas que faltavam tantos anos depois?

Religar a chave do personagem tantos anos depois não é a coisa mais simples. No entanto, tive a oportunidade de fazer alguns ajustes, partindo de um olhar mais maduro.

Na versão final do longa, Anita fala muito pouco. Isso já estava previsto no roteiro inicial, ou foi resultado da edição final do longa?

É do roteiro original, não podemos esquecer que Garibaldi e Anita não falavam a mesma língua. São insondáveis os caminhos da paixão. A atração entre os dois é mostrada no nosso filme quase como uma coreografia, uma dança, uma precipitação para o abismo.

Você vai protagonizar a próxima novela das nove. Fale sobre seu personagem.

Estou bastante envolvido, me emociono a cada novo capítulo que recebo, nossa estreia será no começo de fevereiro.

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