Os sindicatos que representam a maior parte dos 90 mil comissários de bordo americanos estão encorajando seus filiados a boicotar o novo filme de Jodie Foster. "Plano de vôo" ("Flightplan"), que estréia no Brasil dia 21 de outubro, mostra um comissário de bordo e um oficial americano que são terroristas.
Para os sindicatos, o fato de tripulantes de um avião comercial serem mostrados como vilões é uma irresponsabilidade, dado o aumento das preocupações com segurança desde os ataques de 11 de setembro de 2001 - em que sequestradores suicidas usaram aviões comerciais como mísseis guiados.
O filme da Walt Disney Company liderou as bilheterias dos cinemas americanos em seu lançamento, no último fim de semana, com arrecadação de US$ 25 milhões. Jodie Foster interpreta uma passageira que acorda de um cochilo durante o vôo e descobre que sua filha desapareceu. Ela descobre que um dos comissários de bordo está envolvido numa conspiração terrorista urdida pelo "air marshal" (uma pessoa que se faz passar por passageiro comum, mas na realidade é um agente do governo treinado em táticas antiterroristas e de combate a seqüestros de aviões).
Em comunicado divulgado na terça-feira, os sindicatos se queixaram de que outros tripulantes do avião mostrados no filme são "grosseiros, indiferentes e pouco prestativos".
- Esse retrato dos comissários de bordo é um ultraje - disse a presidente internacional da Associação dos Comissários de Bordo (AFA), Patricia Friend. - Os comissários de bordo constituem a primeira linha de defesa em um avião. Eles arriscam suas vidas diariamente para garantir a segurança dos passageiros.
Uma representa da AFA em Washington disse que os sindicatos temem que os espectadores saiam do cinema com uma impressão que dificultará aos comissários de bordo "conquistar a confiança e o respeito dos passageiros".
- É extremamente irresponsável - disse à Reuters a porta-voz Corey Caldwell.
Segundo ela, isso agrava outros estereótipos hollywoodianos de longa data, por exemplo comissárias de bordo como mulheres sexies e tolas ou pessoas áridas e destituídas de senso de humor, que apenas tentam impor disciplina.
Um representante da Disney disse que "não houve intenção alguma do estúdio ou da equipe do filme de criar qualquer coisa senão um "ótimo thriller de ação".
- Confiamos que o público saberá discernir a diferença entre a ficção e o ótimo trabalho diário dos comissários de bordo na vida real - disse o porta-voz.
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