Filme "Os Amigos" fala de crise e da alegria na infância

Na primeira exibição do longa-metragem "Os Amigos", que aconteceu na quarta-feira (14) à noite na 41ª edição do Festival de Cinema de Gramado, a diretora Lina Chamie definiu a amizade como a virtude mais importante de nossas vidas.

E isso fica claro nos 89 minutos do longa-metragem, protagonizado pelo melhor amigo de Lina, o excelente ator Marco Ricca. O filme foi bem recebido pelo público, mas o Palácio dos Festivais, ao contrário do que foi informado pela organização, não lotou, e dezenas de cadeiras reservadas ficaram vazias.

O longa centra-se na história do arquiteto Théo, um quarentão em crise que se depara com diversas situações completamente diferentes durante um dia: pela manhã, descobre que seu melhor amigo de infância, Juliano, morreu, e segue ao velório carregando a culpa de não ter visitado nem se interessado sobre a doença do amigo. De tarde, surgem as pendengas profissionais e ele briga com o engenheiro burocrata que não quer o vão livre que ele projetou em uma escola pública. Já à noite, ele segue para o aniversário do filho da amiga Majú Dira Paes) e se diverte com as crianças, que sentem a ausência do pai nada presente.

Além de falar sobre amizade, principalmente a de Théo e Majú, o filme também traz as lembranças da infância de uma maneira bastante delicada, mas melancólica: as brincadeiras de Juliano e Théo, com figurinhas e livros preciosos ficaram no fundo da memória. Em outra cena, numa loja de brinquedos, Théo é instruído por uma criança na compra de um presente de aniversário, e se encanta pela história de um Hércules transformado em boneco. São tempos felizes que não voltam mais para o arquiteto, que anda "de saco cheio" da vida.

O filme tem ainda participações de atores como Rodrigo Lombardi, Caio Blat, Alice Braga e Sandra Corveloni. Segundo a produtora Sara Silveira, o filme deve estrear nos cinemas no começo de 2014, e terá como distribuidora a Imovision.

Homenagem

Na noite de quarta-feira (14), o Canal Brasil recebeu o troféu Eduardo Abelin. O diretor do canal Paulo Mendonça, que estreou em 1998 com a exibição do filme "Sonho sem Fim" (de Lauro Escorel Filho), disse que o troféu é "motivo de honra", e que essa responsabilidade em receber o prêmio impulsiona o canal para continuar a investir no cinema e nas produções nacionais. "O sonho continua sem fim", declarou.

* A jornalista viajou a convite da Oi.