Um relato fictício sobre o filho egomaníaco de Saddam Hussein e um filme sobre duas adolescentes iranianas fazendo experimentos com sua sexualidade estão entre os vários filmes estrangeiros que estão conquistando a plateia de Sundance.

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O Festival Sundance de Cinema ainda é conhecido principalmente por seus longas e documentários americanos, mas vem aumentando constantemente sua ênfase sobre filmes estrangeiros, tendo chegado a lançar uma competição de cinema mundial seis anos atrás para elevar o perfil de diretores de outros países.

Os filmes estrangeiros deste ano, além dos trabalhos de diretores americanos que ambientam seus filmes em terras estrangeiras, são de países como Espanha, França, Itália, Canadá, México, Japão, Bélgica e muitos outros. Mas dois filmes especialmente vêm suscitando interesse, um sobre o Iraque e o outro ambientado no Irã.

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O DEMÔNIO NO IRAQUE

"The Devil's Double" (Sósia do Diabo) vem atraindo elogios da crítica. É um drama de ação fascinante, uma versão fictícia da história verídica de um tenente do Exército iraquiano que tornou-se sósia do notório filho mais velho de Saddam Hussein, Uday Hussein.

Ambientado no final dos anos 1980, o filme começa com imagens do Iraque não devastado pela guerra e mostra Latif Yahia sendo chamado para ser o sósia, ou "fiday", de Uday Hussein. Ele é forçado a passar por cirurgia plástica e a abandonar sua vida antiga.

Yahia passa a acompanhar Hussein por toda parte e descobre que o instável filho mais velho de Saddam consome cocaína e álcool constantemente, faz farras em boates e, arrogante, faz sexo com qualquer mulher que escolher, incluindo colegiais e uma noiva no dia do casamento dela. Em muitos casos, ele as estupra - protegido por um exército de guarda-costas.

"A realidade foi muito mais cruel do que qualquer coisa que pudéssemos mostrar", contou Lee Tamahori, que ficou conhecido por "O Amor e a Fúria" antes de começar a fazer filmes para Hollywood, falando ao público na noite de estreia.

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O britânico Dominic Cooper foi ovacionado em pé por sua atuação nos dois papéis -do instável Uday Hussein e do moralmente fraco Yahia, que vive em um mundo de ternos de grife, mas cercado por violência e tortura.

"Circumstance" também vem ganhando elogios por sua visão da sexualidade, da expressão pessoal e das barreiras culturais no Irã, onde duas adolescentes ricas fazem experimentos com música, clubes clandestinos e, finalmente, os sentimentos sexuais que nutrem uma pela outra.

A diretora Maryam Keshavarz disse que espera penetrar em terreno novo no cinema iraniano.

"O filme trata de muitos temas que ainda não foram tratados no cinema iraniano, principalmente a sexualidade, além da religião, do fanatismo e da obsessão", ela disse à Reuters.

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