"Vale muito a pena assistir a espetáculos de alto nível", garante o diretor do Festival Internacional de Londrina (Filo), Luiz Bertipaglia, referindo-se à programação do evento neste ano, entre 10 e 26 de junho. As atrações nacionais e internacionais foram divulgadas ontem e, na avaliação dele, o destaque é múltiplo. A direção do Filo quer manter a proposta de alguns festivais anteriores em relação à diversidade de linguagens. Por isso, convidou companhias que trabalham com público adulto ou infantil, bonecos, circo ou mágica, entre outros aspectos.
"Queremos manter o conceito de trazer diversidade e qualidade para o Filo", explica Bertipaglia. Entre as companhias convidadas e inscritas, a preferência é sempre por aquelas que desenvolvem um bom trabalho na área. "É um panorama do que se realiza de mais importante no teatro nacional", ressalta. Para manter a diversidade, a maioria dos espetáculos é escolhida. "É uma opção de curadoria. São grupos que dão a sustentabilidade ao festival." Entre eles, o diretor destaca alguns: a atriz Beth Coelho; o ator Cacá Carvalho; Companhia de Dança Déborah Colker (RJ); Maria Alice Vergueiro (SP); e Lume Teatro (Campinas), entre outros.
Internacionais
Bertipaglia elencou ao menos quatro destaques das atrações internacionais: Amar, de Alejandro Catalán & Cia (Argentina); Keskusteluja, de WHS, Ville Walo & Kalle Hakkarainen (Finlândia); Les Trois Vieilles, da Compagnie Point Zério (Bélgica); e Teatro Delusio, de Familie Flöz (Alemanha). "São muitos destaques, cada um dentro da sua característica", afirma. O teatro argentino, como numa característica latino americana, discute as relações humanas entre homem e mulher, entre casais. "A proposta é meio cruel, mas verdadeira. Provoca reações no público e faz pensar", explica o diretor. Um dos elementos que ajudam a criar o clima proposto é o fato de que os atores são os próprios iluminadores. "Eles fazem a iluminação uns dos outros enquanto atuam." Da Finlândia vem um trabalho com a arte circense, mágica e mímica, além de manipulação de objetos em cena. "Eles vêm com um trabalho no teatro contemporâneo. São várias linguagens dentro de um único espetáculo", comenta. Diferentemente do processo de montagem da companhia da Bélgica. "É o mesmo texto que será apresentado por Maria Alice Vergueiro, As Três Velhas. Será a mesma montagem, mas com bonecos", diz. O texto utilizado por ambas companhias é de autoria de Alejandro Jodorowsky, cineasta, poeta e escritorchileno. E, por fim, o texto alemão que, na realidade, não tem texto. "O grupo faz um trabalho de expressão facial e corporal. As marcas são o apelo visual", aponta.
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