Serviço
Conheça as exposições que abrem hoje, às 18h30, na Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915), (41) 3321-4798
André Rigatti
30 trabalhos em serigrafia termo-expandida sobre lã.
Sérgio Monteiro de Almeida
Instalações.
Fios e Tramas
Serigrafias e objetos construídos por Valdir Francisco com fios e tecido de seda, casulo de bicho-da-seda, arame e papel.
Cartas
Coletiva com os artistas Juliane Fuganti, Larissa Franco, Laura Miranda e Marcelo Conrado.
Visitação de terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e sábados, domingos e feriados, das 10 às 16 horas. Até 28 de fevereiro.
Reunir no mesmo espaço alguns nomes que fazem a arte contemporânea paranaense. Com esta intenção, a Secretaria de Estado da Cultura abre hoje, às 18h30, três exposições individuais e uma coletiva na Casa Andrade Muricy.
O artista André Rigatti espalhou 20 trabalhos em serigrafia aplicada sobre lã em três salas, nesta que é sua oitava mostra individual. Há poucas quadras dali, no Memorial de Curitiba, a exposição Também, coletiva de 11 jovens artistas da cidade, reúne desenhos e obras semelhantes deste artista catarinense radicado em Curitiba. Mas se lá André exibe obras em formatos maiores feitas com tecidos sintéticos como o poliéster e náilon, em diferentes matizes de preto, aqui ele explora a cor. "As tonalidade são mais pesadas, mas a ideia é intercalar o claro e o escuro", conta.
As serigrafias aplicadas nos cantos dos tecidos em lá de diversas estampas e texturas são desenhos feitos em computador a partir de formas geométricas. "Vou distorcendo, rotacionando na tela a fim de quebrar a dureza da geometria, buscando algo mais próximo da natureza, das linhas assimétricas", conta.
O efeito resultante é o de "sangramento", como se a imagem estivesse brotando do fundo de lã, tornando-se parte dela e vice-versa. Ou, como escreve o crítico de artes Artur Freitas, "serigrafadas diretamente sobre o tecido da tela, as marcas de Rigatti surgem nos quadros como grafites sobre muros: em posições aparentemente casuais, como se houvessem deslizado em relação às bordas da tela".
Tramas
Se André trabalha sobre tecidos, Valdir Francisco constrói suas serigrafias e objetos com fios e tecido de seda, casulo de bicho-da-seda, arame e papel, na mostra Fios e Tramas. O crítico Benedito Costa Neto escreve que, ao utilizar a seda, o artista "repete e retrata o caminho deste tecido, em objetos que são, eles próprios, rudes e delicados, belos e misteriosos".
Com uma proposta bem diversa, o artista conceitual e poeta visual Sérgio Monteiro de Almeida apresenta instalações. Uma delas, "Santos Contemporâneos Projeto Degraus", é uma justaposição de imagens que coloca, lado a lado, frases e logomarcas em dinâmica interação com os visitantes. A obra pode ser vista até mesmo pelos transeuntes que passam pela Rua Dr. Muricy.
Cartas
As missivas, tão esquecidas em tempos de internet, são o modo de expressão que une os trabalhos dos quatro artistas agrupados na coletiva Cartas. Marcelo Conrado abandona por ora a pintura ao mostrar sua "carta visual" para a cidade, feita de fotografias de prédios pichados. "Cada arquitetura, testemunha do passado e do futuro, expõe histórias de vida e de tempo. Resistência às novas construções em direção ao céu, como os imóveis sobrevivem, rasurados e reescritos? Nas suas paredes, sucumbidas pelo esquecimento, observam-se espécies de cartas. Esta escrita pode ser interpretada como um sinal de abandono ou algo a ser decifrado?", escreve.
Estas "inscrições" no móveis de Curitiba assemelham-se às pichações de outras cidades brasileiras, São Paulo e Rio, e do mundo. "Reunidas, as imagens mostram que muito da vida se expõe pelo interdito, ou seja, repetidas vezes a manifestação de uma verdade se oculta naquilo que não é revelado, diante de nossos olhos, distante de nossa compreensão", diz.
A exposição também inclui um jardim secreto de flores feitas em cerâmica por Juliane Fuganti, gravuras e desenhos de Larissa Franco que remetem a adereços e objetos da cultura islâmica e a obra "Perto da Nascente", de Laura Miranda, construída com tecido moldado sobre fragmentos de louça. O título do trabalho remete ao tecido mais antigo de que se tem notícia, um pedaço de linho branco de 9 mil anos calcificado por uma ferramenta de osso, encontrado nas proximidades da nascente do rio Tigre.
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