Aparticipação de Tarcísio Meira na novela “Velho Chico” foi o suficiente para mostrar que o ator de 80 anos está em plena forma, embora tenha se limitado a apenas um capítulo.
Os curitibanos terão a sorte de conferir sua performance ao vivo nesta sexta-feira (8), no Guairão, no papel de um ator em crise. “O Camareiro” marca seu retorno aos palcos após 20 anos de dedicação à TV. O papel lhe rendeu o prêmio Shell-Rio de teatro deste ano.
Seu personagem não consegue recordar as falas de “Rei Lear”, peça de Shakespeare que está encenando, e sofre com as angústias da Segunda Guerra e a senilidade que afeta sua mente. Como fiel escudeiro, seu camareiro Norman (Kiko Mascarenhas) o ajuda a sobreviver a esse período difícil.
A direção é de Ulysses Cruz, e Tarcísio conta que até se surpreendeu ao ser chamado. Entre outras características, o papel exigia grande potência vocal, o que o galã de 80 anos ainda tem de sobra. Veja o que mais ele contou à Gazeta do Povo por telefone:
Muito boa. Eu encaro o personagem de tevê, cinema ou teatro da mesma maneira, com o mesmo cuidado e dedicação. Mas o importante em teatro é a reação imediata do público, que é incrível. Na tevê, as pessoas também participam, porque se inteiram da trajetória dos personagens, gostam, têm expectativa com o que vai acontecer. Mas isso não acontece no cinema, é uma coisa muito fria. Agora, quando vão ao teatro, as pessoas querem participar do jogo. Claro que todos sabem que aquela caixa preta não é um lugar verdadeiro, é uma criação pretendendo ser alguma coisa. E vão dispostas a participar desse espetáculo, acreditar na veracidade desses personagens com começo, meio e fim. O teatro tem suas diferenças e encantos, mas a maneira de encarar os personagens é, mais ou menos, a mesma.
Sim, é uma peça engraçada e também dramática, profundamente humana. Todos os personagens envolvidos na trama vivem no mundo de pessoas sensíveis.
O fato de retratar uma montagem de uma peça de Shakespeare, Rei Lear, traz um prazer maior?
Ali é teatro dentro do teatro, é bonito passar isso para o público. Gosto muito desse papel, fiquei até um pouco surpreso quando me convidaram. É alguém que representa Shakespeare, o que faz dele um ator muito especial, com riqueza vocal, nuances, filigranas. Não é um qualquer.
Não, pelo fato de ter ido para a televisão. Na peça é retratado um grupo fixo.
Eu acabei ficando muito envolvido pela televisão. Ali vislumbramos um teatro popular e conseguimos um público muito numeroso. Foi uma conquista.
SERVIÇO
Guairão (R. Conselheiro Laurindo, s/nº – Centro), (41) 3304-7982. Dia 8 às 21h. De R$30 a R$180, mais taxa, conforme assento. 40% de desconto para o Clube do Assinante da Gazeta do Povo, na compra de até dois ingressos válido somente para o titular do cartão. Duração: 120 minutos, com intervalo. Classificação indicativa: 12 anos.
Há coisas boas e não tão boas, propostas novas. Acho importante que haja conceitos novos, de conteúdo e de forma.
Gostei muito. Gosto do Luiz [Fernando Carvalho, diretor], é talentoso, capaz, conhece bem o instrumento e o ator. Fiquei chateado de ser um papel tão curto.
Estive várias vezes na cidade, sempre no Guairão. Ele assusta muita gente, mas, a mim, não há de assustar, porque sempre fui bem recebido lá. O público de Curitiba, que é tão exigente, vai gostar.
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