A organização da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) anunciou o nome de Michel Houellebecq para o evento deste ano, que ocorre entre 6 e 10 de julho. Ele é, de longe, o autor mais notório do elenco até agora.
Houellebecq parece sintetizar várias questões caras à França. Ao falar de religião, sexo, solidão e relações afetivas, ele é polêmico, pessimista e autocrítico, além de ter um dos melhores textos que o país de Balzac produziu nas últimas décadas. É possível (e fácil em alguma medida) não concordar com as opiniões expressas pelo autor de Partículas Elementares (Sulina) e Plataforma (Record), mas não se pode negar que é um escritor superior.
No ano passado, Houellebecq venceu o principal prêmio literário da França, o Goncourt, pelo romance O Mapa e o Território, a sair pela Record ainda este ano. Em janeiro, nos Estados Unidos, foi publicado com algum estardalhaço o livro Public Enemies (Random House), reunindo uma troca de e-mails (e farpas) entre Houellebecq e o filósofo Bernard-Henri Lévy, dos ensaios de American Vertigo (Companhia das Letras).
Lévy e Houellebecq não hesitam em falar sobre o ódio que sentem contra o mundo e contra si próprios, e sobre o desprezo que nutrem um pelo outro. A franqueza dos dois é tamanha que chega a criar uma situação engraçada.
A Flip 2011 terá também Antonio Tabucchi, João Ubaldo Ribeiro, James Ellroy, Claude Lanzmann, David Remnick, Joe Sacco, Pola Oloixarac, Emmanuel Carrère, Andrés Neuman e Valter Hugo Mãe.
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