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Uma câmera na mão e uma vila na cabeça. Com esse material básico, as crianças e jovens da Vila das Torres, em Curitiba, vão participar a partir de setembro de um dos mais novos Pontos de Cultura criados no Paraná. O ponto será gerido pelo projeto Olho Vivo, criado pelo cineasta Luciano Coelho e pelo ator Marcelo Munhoz. Juntos, eles realizarão a oficina Minha Vila Filmo Eu, que já teve um projeto-piloto no ano passado.

"Vamos fazer oficinas de realização de vídeo e de interpretação", afirma Marcelo Munhoz, um dos autores da proposta aprovada pelo Ministério da Cultura. Segundo ele, os participantes dos cursos vão ser orientados em todas as tarefas que envolvem a criação de um filme e poderão colocar em prática os seus conhecimentos. Boa parte da verba está sendo destinada à compra de equipamentos que vão permitir aos jovens realizar de verdade o que eles conceberem nas aulas. Serão três câmeras de vídeo, além de uma ilha de edição e de um equipamento para projeção de imagens.

Além de produzir cinema, eles também vão ter acesso a muito mais filmes em tela grande do que normalmente teriam. Uma parceria com o Clube de Mães do bairro permitirá que haja sessões de cinema uma vez por semana. "É um projeto importante para nós, já que nos dá um chão de dois anos pela frente", diz Munhoz. Com a segurança que o dinheiro do Ministério da Cultura trará, ele diz que será possível pensar em outras atividades com mais tranqüilidade.

Com a aprovação dos novos Pontos de Cultura, é possível dizer que só em Curitiba haverá investimento de R$ 900 mil na cidade para difusão cultural. No interior, o valor mais do que duplica. Há novos pontos sendo criados em cidades grandes como Londrina e Maringá, e de menor porte, como Cantagalo, Sertanópolis e São Miguel do Iguaçu. Muitos são projetos do poder público, como o da prefeitura de Cascavel, que está sendo implantado neste momento. A cidade teve sua proposta aprovada em um edital lançado em 2005 e que foi especialmente destinado a órgãos do poder público. Na mesma leva, foram aprovadas, por exemplo, uma proposta da prefeitura de Curitiba, para um ponto no Solar dos Guimarães, e outra da Secretaria de Estado da Educação.

Em Cascavel, a principal iniciativa do projeto será a difusão da capoeira e do cinema. "A capoeira já tem muita história na cidade", afirma o diretor da Secretaria de Assuntos Comunitários, Madson de Oliveira. Segundo ele, a prefeitura acredita que incentivando a prática da capoeira estará estimulando valores culturais e a disciplina típica do esporte. O Ministério da Cultura parece concordar com a idéia, já que um dos quatro editais lançados até agora foi especificamente programado para selecionar pontos de cultura de capoeira.

Já o cinema será estimulado com a projeção de filmes nas regiões mais pobres de Cascavel. "Temos nossa sede em um barracão na zona norte, que tem várias áreas de baixa renda, e vamos levar o equipamento de projeção para bairros de toda a cidade", conta. Além disso, 30 jovens de comunidades carentes do município serão selecionados para receber bolsas do projeto.

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