Foto da exposição Gênesis, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado| Foto: Sebastião Salgado
Foto da exposição Gênesis, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado
Foto da exposição Gênesis, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado
Foto da exposição Gênesis, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado
O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado

A exposição GenesisO fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado destacou "a obrigação" de todos de manterem vivo esse universo originário que ele tentou captar em "Genesis", exposição-homenagem ao planeta Terra, fruto de oito anos de trabalho e mais de trinta viagens, apresentada em Paris.

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"O que se vê aqui é a parte do planeta que todos juntos temos a obrigação de manter", explicou na Maison Europeenne de La Photographie, onde a mostra itinerante será exibida a partir desta quarta-feira até 5 de janeiro.

A curadora da exposição é sua esposa, Lelia Wanick Salgado, co-editora dos livros publicados e criadora junto com o fotógrafo do pequeno projeto de replantio florestal que em 2004 os levou até "Gêneses".

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Para Salgado não só ambientalistas como eles devem tomar consciência que "chegamos a um limite em nosso planeta onde se pode ter algum equilíbrio" e que é preciso recuperar a parte do planeta que não é produtiva para replantar árvores.

"Não há outra máquina neste planeta capaz de transformar o dióxido de carbono em oxigênio, somente as árvores assimilam a molécula de carbono que transformam em madeira e liberam moléculas de oxigênio", relembrou.

Vindo dele belíssimas imagens, em branco, preto e inúmeras matizes de cinza, resumo dessa parte do planeta onde a mão do homem moderno ainda não passou.

Desde que os Salgado assumiram uma fazenda no interior de Minas Gerais em meados dos anos 90 e ali plantaram mais de dois milhões de árvores viram como a água e a vida vegetal e animal voltava a ela.

É uma "pequena floresta que começamos um pouco por acaso e onde pudemos recuperar, sequestrar perto de 96 mil toneladas de carbono", disse o fotógrafo.

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Com esta "armadilha de carbono, somos capazes hoje de capturar toda a produção (de carbono) de duas empresas meias do planeta", acrescentou o fotógrafo, nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944.

"Imaginem", com a participação de governos, empresas, fundações e cidadãos, "que seria possível sinceramente encontrar um equilíbrio para atenuar essa imensa produção de carbono que temos, mas é terrível, porque não há ainda esta preocupação".

Para lembrar ao mundo que "chegou o momento da reconstrução", as 245 fotografias de "Genesis" já foram exibidas desde maio em Londres, São Paulo, Rio de Janeiro, Roma, Toronto e Lausanne.

Elas mostram paisagens minerais, vegetais e animais, do deserto africano à cordilheira do Himalaia, de ilhas "santuários" de biodiversidade como Madagascar aos gelos árticos, e também a vida de grupos humanos isolados, que vivem sem ter contato com seus vizinhos industrializados.

O descobrimento dessa parte do mundo "foi uma bela surpresa, pois vendo as cidades imaginamos que destruímos tudo", mas metade do planeta ainda está aí, ressaltou o artista.

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Sem contar as zonas ocupadas pela água, "existe ainda perto de 46% intacto", como no dia do gêneses, disse.