O Financial Times deseja continuar vendendo assinaturas para sua versão digital diretamente aos leitores, em lugar de entregar o controle sobre a obtenção de novos clientes que assinem via Apple iPad, disse o diretor executivo do site FT.com.
O Financial Times, parte do grupo Pearson, oferece opção de acesso aos seus produtos digitais como parte de um pacote com assinaturas do jornal, mas a Apple começou a insistir que os grupos editorais utilizem a App Store para seu relacionamento com os assinantes.
O tablet de grande sucesso da Apple se tornou um grande veículo para atrair assinantes ao site FT.com, graças à sua tela grande e nítida, à possibilidade de recursos interativos e à base afluente de consumidores que o adquirem.
Mas o FT atribui grande valor a um relacionamento direto com os clientes, o que lhe permite personalizar publicidade e produtos para sua audiência, e vem resistindo aos esforços da Apple para canalizar o processo de assinatura via App Store.
"Não queremos perder nosso relacionamento direto com os assinantes. Esse é o cerne de nosso modelo de negócios", disse Rob Grinshaw em entrevista à Reuters na segunda-feira.
Ele afirmou que estava esperançoso de um resultado positivo das negociações com a Apple, mas acrescentou que "se acontecer de um ou outro canal não se combinar bem ao nosso modo de fazer negócios, existem muitos outros canais disponíveis para nós".
Grinshaw acrescentou que "nosso relacionamento com a Apple é ótimo".
Como o Wall Street Journal, controlado pela News Corp de Rupert Murdoch, o FT conseguiu convencer muitos de seus leitores a pagar para ler sua versão digital.
O número total de assinantes pagos da publicação subiu a 590 mil devido à FT.com, ante os 440 mil leitores do jornal em papel.
Veículos noticiosos menos especializados, como o Times de Londres, também da News Corp, e o New York Times, também estão adotando modelos de acesso fechado para conseguir que os leitores de suas versões online paguem, em experiências acompanhadas com grande interesse pelo restante do setor.
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