Hackers roubaram fotos privadas de Emma Watson, disseram os assessores da atriz, depois de várias imagens aparecerem online na noite da última quinta-feira (16).
“Fotos de uma prova de roupas que Emma fez com um estilista há alguns anos foram roubadas”, disse seu assessor para a BBC. “Não são fotografias nuas. Advogados já foram acionados e não estamos falando mais que isso”.
O roubo deve reavivar debates sobre a distribuição de imagens privadas de mulheres sem o consentimento delas, especialmente porque Watson é notoriamente uma feminista. Deve também gerar ansiedade sobre a segurança das imagens armazenadas em bases de dados online mesmo entre mulheres que não são um alvo tão óbvio para hackers quanto celebridades.
Como o The Christian Science Monitor (site independente de notícias) relatou em 2014, centenas de milhares de usuários mantêm informações privadas em servidores de nuvem, como o Apple iCloud, que foi acessado por hackers que roubaram fotos de Jennifer Lawrence, Kate Upton e outras celebridades, gerando o escândalo “Celebgate”.
Talvez o jeito mais simples para os usuários protegerem seus dados é adicionar uma segunda camada de autenticação, similar aos usados por sites de banco. Tanto o Google como a Apple oferecem ferramentas de verificação com múltiplas camadas. Elas não estão, porém, nas configurações padrão, então os usuários devem procurá-las e ativá-las.
O sistema de dois passos de verificação da Apple atrela um Apple ID a um determinado aparelho, normalmente um celular. Sempre que um usuário com o sistema ativo faz alguma mudança na conta daquele Apple ID, a Apple manda um código de verificação de quatro dígitos para o aparelho especificado, como uma segunda senha. Isso quer dizer que, mesmo que um hacker consiga quebrar a senha de um usuário, eles não podem fazer grandes mudanças na conta. Isso não vai evitar completamente o acesso dos hackers, mas vai prevenir que eles excluam o usuário de sua própria conta.
O Google oferece uma ferramenta similar para seus serviços, incluindo o Google Drive, o Gmail e o Google+.
Represália
Watson foi também ameaçada, no meio do Celebgate de 2014, com o lançamento de imagens nuas e privadas. A história não foi nada mais que um boato, que a atriz atribuiu como uma resposta ao discurso sobre igualdade de gênero que fez nas Nações Unidas, lembra o jornal The Washington Post.
“Eu sabia que era um boato, eu sabia que as imagens não existiam”, disse Watson em 2015 em um evento do Facebook, de acordo com a BBC. “No momento em que eu falei sobre os direitos das mulheres eu fui imediatamente ameaçada - em menos de 12 horas eu já estava recebendo ameaças”.
O vazamento das imagens privadas de Watson aconteceu uma semana depois de ela ter recebido críticas por uma foto para a Vanity Fair em que ela posou com um top revelador - uma imagem que foi descrita por muitos como antiética em relação aos ideais feministas. A atriz disse que essas críticas foram alimentadas por “uma visão fundamentalista e confusa sobre o que é o feminismo”, segundo a Associated Press.
“Feminismo é sobre igualdade e sobre escolha”, disse. “Feminismo não é um bastão a ser usado para bater em outras mulheres”.
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