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Livro 1

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De Dois em Dois (Foto 1)

Renata Maria Sant’Anna, Maria do Carmo Carvalho e Edgard Bittencourt. Cosac Naify, 86 págs., R$ 42. Infanto-juvenil.

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De Dois em Dois sugere ao público infanto-juvenil um breve passeio pela imensidão de uma bienal de arte que este ano chega a sua 29ª edição. Às crianças que mergulharam na experiência de conhecer as cerca de 850 obras da Bienal de São Paulo em 2010, será difícil imaginar como couberam 1.854 obras no espaço onde hoje está o Museu de Arte de São Paulo (Masp), durante a 1ª Bienal, em 1951. Desde então, o empreendimento idealizado por Francisco Matarazzo Sobrinho se consolidou como um dos principais circuitos de arte contemporânea do mundo, que possibilitou a exibição no Brasil de obras de artistas estrangeiros como Picasso, Jasper Johns, Jackson Pollock e Nam June Paik, entre centenas de outros.

Por que ler: Essas e outras histórias são contadas em textos curtos e fartamente ilustrados no livro da Cosac Naify, que oferece um panorama um pouco genérico da mostra, mas que instiga a curiosidade do pequeno leitor que, certamente, irá procurar saber mais sobre obras polêmicas que estiveram no Pavilhão do Ibirapuera como, por exemplo, os painéis de Keith Haring, os grandes móbiles de Alexander Calder e as telas de Mondrian. (AV)

Internet

Papeles Perdidos (Foto 2)

http://blogs.elpais.com/papeles-perdidos

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O caderno de cultura do jornal El País tem a tradição de expressar o olhar curioso que os espanhóis mantêm sobre o mundo cultural. Especialmente o mundo dos livros. Papeles Perdidos, o blog de cultura do jornal, reúne contribuições dos jornalistas especializados apresentadas como pequenos textos sobre livros e autores. Acaba funcionando como um "menu degustação" do conteúdo do jornal. Uma qualidade que Papeles Perdidos tem e que o distingue de outros blogs semelhantes é a abertura da pauta para escritores de muitos países. O idioma permite que os espanhóis tenham familiaridade com a literatura latino-americana e a geografia os estimula a prestar atenção nos vizinhos europeus. O resultado é um blog onde se pode ler sobre autores de muitos países diferentes.

Por que visitar o site: Além do já mencionado internacionalismo da pauta de literatura, Papeles Perdidos traz pequenas críticas de música e artes visuais e algumas curiosidades sobre a vida cultural da Espanha. Há também pequenos vídeos com entrevistas. (MS)

Livro 2

Crônicas para Ler na Escola (Foto 3)

Ruy Castro. Objetiva, 160 págs., R$ 32,90. Crônicas.

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O olhar de Ruy Castro é atento a muito do que se passa no mundo e, a partir de sua percepção, o escritor faz recortes do que vê usando o formato da crônica, que o leitor encontra, pelo menos uma vez por semana, na página dois da Folha de S.Paulo. Dos usos do idioma aos costumes urbanos, do que acontece na esquina onde o escritor mora, no Rio de Janeiro, até o que escrevem nos principais jornais, no Brasil e no mundo. O que pulsa por aí, está na mira de Ruy Castro. A mestre em Literatura Silvia Cyntrão conseguiu reunir dezenas dessas crônicas, que mostram a visão de mundo do autor e dão corpo a este livro recém-lançado.

Por que ler: Porque Ruy Castro diz o que quer que seja com um texto elegante, sofisticado e ao mesmo tempo simples, e ainda a partir de um ponto de vista que mistura ironia com informação. "Às vezes me pergunto se o excesso de informação não deixa a pessoa ligeiramente intoxicada. Consumimos informação demais, e isso deve ter um preço. Eu, por exemplo, de tanto passar o dia lendo livros, jornais, revistas, releases e bulas, além do lixo que chega pelo correio e pela internet, sinto que, de vez em quando, alguns milhões de neurônios pedem férias do meu cérebro." Eis um fragmento, um tanto despretensioso, dessa obra que já tem um título também brincalhão. (MRS)

Cinema

Atração Perigosa (Foto 4)

The Town. EUA, 2010. Direção de Ben Affleck. Classificação indicativa: 16 anos. Policial. Em cartaz no Unibanco Arteplex, do Shopping Crystal Plaza (R. Com. Araújo, 731), (41) 3223-2527.

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Quem teve chance de ver Ben Affleck em Armaggedon e Pearl Harbor, para citar só duas barbaridades que ele fez, não imaginava que debaixo do ator meio canastrão existia um diretor e roteirista de primeira.

Depois de adaptar bem um livro de Dennis Lehane (no policial Medo da Verdade), ele mostra que o primeiro acerto não teve nada a ver com sorte de principiante. Em cartaz nos cinemas, Atração Perigosa faz parte de um subgênero peculiar: o dos filmes de assalto a banco.

O roteiro também é adaptado de um livro, no caso, de Chuck Hogan, e leva Affleck de volta para Boston, sua cidade natal. A história fala de um grupo de amigos que integram uma gangue de assaltantes – eles são uma es­­pécie de família e não se largam por nada.

Por que ver: Durante um assalto, algo acontece e eles decidem pegar a gerente do banco como refém – manobra que vai ter consequências terríveis. O elenco reúne um grupo original de ótimos atores e vai de Jon Hamm (da série Mad Men) a Jeremy Renner (Guerra ao Terror).

Difícil é guardar o título em português, mais genérico que nome de academia de ginástica. (IBN)

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CD

Jazz. Clássico. Brasileiro (Foto 5)

Tutti. Independente. Preço: R$ 35 (com o frete). Pedidos devem ser feitos pelo e-mail grupotutti@gmail.com

Criar arranjos jazzísticos para temas eruditos é a proposta algo inusitada do grupo Tutti, que lança seu primeiro disco, gravado ao vivo. Criado em 2002, a formação composta por Ana Azevedo (piano), Lipe Portinho (contrabaixo), Daniel Garcia (sax) e Kleberson Caetano (bateria) já é conhecida dos festivais de música instrumental que pipocam Brasil afora. O motivo é a originalidade do repertório, que retira a sisudez de algumas composições eruditas e dá a elas o frescor da improvisação instrumental.

Os arranjos que possibilitam essa transposição – chamada de crossover – ampliam os temas originais e destacam nuances inauditas. Destaque para "Aca­­lanto da Rosa" (de Cláu­­dio San­­toro), e "Largo da Sin­­fonia nº 9", de Dvorak. Há ainda composições de João Gui­­lherme Ripper, Carl Phillipp Emanuel Bach – o segundo filho de Johann Sebastian Bach – e da própria Ana Azevedo.

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Por que ouvir: para quem quem não guarda preconceitos em relação à música, Tutti é um prato cheio. A improvisação, que é uma característica do jazz, também fez parte da música erudita – basta ouvir, por exemplo, algumas cadências dos solistas em peças de Mozart. Tutti congrega toda essa história em um disco sem precedentes. (CC)

Internet

Filmes Polvo (Foto 6)

http://www.filmespolvo.com.br

Cinema pensado como objeto artístico, por quem se dispõe a escrever tanto sobre megalançamentos quanto a respeito de obras e cineastas extremamente autorais. Na edição mais recente da revista eletrônica Filmes Polvo, artigos sobre Quentin Tarantino, Apichatpong Weerasethakul e Manoel de Oliveira convivem com reflexões sobre Tropa de Elite 2 e Nosso Lar. O cinema brasileiro e o de fora, histórico ou contemporâneo, motivam textos que se propõem a lançar um olhar analítico à sétima arte.

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Criada em 2007, à imagem de revistas como Cinética e Con­­tracampo, Filmes Polvo coloca no ar edições quinzenais ou mensais, escritas por oito colaboradores e um editor, Rafael Ciccarini, todos de Belo Horizonte. São professores, jornalistas, pesquisadores e aspirantes a cineasta, que mantêm, além de colunas individuais, um blog, um quadro de cotações de filmes e um espaço para cobertura de mostras de cinema, como o Cine BH, o Indie Festival, o Festival do Rio, de Brasília e de Cannes.

Por que ler: Sem compromisso com a última novidade das telas, a Filmes Polvo deixa os críticos livres para retomar filmes fundamentais, relacionar obras aparentemente distintas ou refletir sobre a carreira de um cineasta. Para quem se interessa por cinema além do consumo imediato. (LR)