LivroDe Santos e SábiosJames Joyce. Sérgio Medeiros e Dirce Waltrick do Amarante (org.). Tradução dos organizadores, mais Caetano Galindo e André Cechinel. Iluminuras. 328 págs. R$ 47. Ensaios.
Agora que a obra de James Joyce (1882-1941) entrou em domínio público, prepare-se para uma sequência de lançamentos. Um dos mais aguardados é a nova tradução do romance Ulysses, feita pelo curitibano Caetano Galindo, a sair pela Penguin Companhia (e o título será com Y mesmo). Este De Santos e Sábios é uma iniciativa original e seleciona os textos de não ficção de Joyce. Por que ler? A organização é de dois estudiosos joyceanos importantes no país. Os ensaios estão mais ou menos ligados à obra do autor irlandês e sempre guardam algum detalhe relevante. Como o texto turístico em que Joyce volta à Irlanda depois de 12 anos longe, ou o estranho "De um Autor Proscrito a um Cantor Proscrito", defesa que o escritor faz de um cantor que admirava usando as técnicas do livro Finnegans Wake, célebre por ser hermético, difícil e quase ilegível.
CDSambanzo: EtiópiaThiago França. Independente. Grátis no site: sambanzo.blogspot.com.br. Instrumental.
Depois de participar de alguns dos melhores discos recentes da música brasileira, como os de Criolo, Rômulo Fróes e o trabalho coletivo Metá Metá, o saxofonista Thiago França agora lidera Kiko Dinucci (guitarra), Marcelo Cabral (baixo), Samba Sam (percussão) e Pimpa (bateria) em seu projeto autoral Sambanzo, que lançou o ótimo álbum Etiópia. O grupo, formado por músicos criativos e de primeira linha, faz um instrumental que mistura música brasileira com influências latinas, caribenhas e africanas.
Por que ouvir? Além das combinações interessantes de referências, que incorporam gêneros múltiplos e resultam em uma energia rítmica poderosa que permeia o disco, o grupo desenvolve as músicas com inteligência. Os timbres e efeitos ajudam a imprimir uma sonoridade espontânea ao álbum. E a potencial curiosidade que gera tem a vantagem de poder ser atendida com facilidade: o disco está disponível para ser baixado gratuitamente.
LivroSamicoWeydson Barros Leal. Bem-Te-Vi, 196 págs., R$ 190. Arte.
O gravurista pernambucano Gilvan Samico, hoje com 83 anos, é um dos mais conceituados artistas do chamado movimento Armorial, elaborado pelo escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, que pretendia criar uma arte erudita a partir de elementos populares. Artista desde muito antes da criação do armorialismo na década de 70, Samico criou seu universo de imagens fantásticas: dragões, bois encantados, pássaros, santos e profetas, cujas xilogravuras podem ser encontradas em galerias de arte e museus como a Pinacoteca de São Paulo e o Museum of Modern Art (MoMa), em Nova York. Organizado por Weydson Barros Leal com apresentação de Ariano Suassuna, pela primeira vez, a obra de Samico é finalmente reunida em um livro em formato grande e colorido.
Por que ler? Com imagens de seu ateliê em Olinda e suas xilogravuras e pinturas à óleo muitas delas inéditas Samico é uma porta de entrada para o universo fantasioso e rico de um dos artistas nordestinos mais expressivos e inventivos. Barros Leal narra a trajetória do artista, desde seus primeiros desenhos até o ingresso no movimento Armorial.
Está lançado o convite para conhecer os bastidores do picadeiro na internet. O site recém-lançado Panis & Circus traz notícias, depoimentos e vídeos para quem deseja saber mais sobre essa arte tão completa. Atualmente, está no ar uma entrevista em que Natalia Presser fala sobre seu trabalho como trapezista do espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil. Está lá também um vídeo em que Maíra Campos faz performances e fala sobre a arte de se equilibrar, como bailarina, em espetáculos. Há ainda referências acadêmicas sobre o circo, como a pesquisa de Verônica Tamaoki em parceria com Roger Avanzi, o palhaço Picolino, que abordam a história do circo no Brasil.
Por que acessar? Para os mais pragmáticos, o site traz informações sobre estreias relacionadas ao circo. Em São Paulo, a companhia La Mínima comemora seus 15 anos com o espetáculo Mistero Buffo, adaptação do texto de 1969 do italiano Dario Fo, ganhador do Prêmio Nobel em 1997. A peça cômica estreou no último dia 22. Outro item da agenda é a estreia do longa-metragem Gonzaga De Pai para Filho, de Domingos Montagner, do Circo Zanni e da Cia. La Mínima, que deve ser exibido a partir do segundo semestre.
CDMais uma PáginaMaria Gadú. Som Livre. R$ 29,90. MPB.
Mais uma Página, título do novo CD de Maria Gadú, resume bem o segundo trabalho da cantora. As 14 novas canções dão continuidade ao estilo de música da compositora, que mistura baladinhas animadas, regravações de bom gosto e canções mais maduras, escolhas que valorizam a nova geração da MPB e sua rouca e bela voz.
Preste atenção: As surpresas ficam por conta das muitas versões de Gadú: em inglês, em espanhol, em um quase fado e nas MPBs mais tradicionais. As que merecem maior destaque no novo trabalho são as cantadas em inglês. A melodia agradável e a voz suave em "Like a Rose" são irresistíveis, é até difícil escutar uma vez só. Um pouco mais acelerada, mas igualmente agradável, "Long Long Time" também conquista fácil.
Até chegar à 13.ª faixa, há muito o que aproveitar, como a "Axé a Cappella" com uma batida deliciosa; "A Valsa", que é quase um fado; e "Quem?", cantada com Lenine. Isso sem falar nas boas versões de "Amor de Índio", de Beto Guedes e "Oração ao Tempo", de Caetano Veloso.
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