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DVD

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Coleção Carlos Saura

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Direção de Carlos Saura. Bodas de Sangue (Espanha, 1981), Carmen (Espanha, 1983), Amor Bruxo (Espanha, 1986) e Tango (Argentina/Espanha, 1998). Focus/Flashstar. 390 min. Locação e venda. Preço médio: R$ 52. Drama/musical.

Um dos grandes nomes do cinema espanhol de sua geração Carlos Saura, hoje com 82 anos, tem, em sua vasta filmografia, que inclui os clássicos Cria Cuervos (1976) e Mamãe Faz 100 Anos (1979), um subgrupo de longas-metragens que dialogam intensamente com a música e a dança. Esta caixa, que chega ao mercado brasileiro ao preço camarada de R$ 52, reúne quatro desses títulos. O mais antigo, e talvez mais significativo, é Bodas de Sangue (1983), baseado na peça homônima do poeta e dramaturgo Federico García Lorca (1898–1936), e transformado em um grande espetáculo de balé flamenco, estrelado pelos grandes dançarinos Antônio Gades e Cristina Hoyos, também presentes no elenco de Carmen (1983), produção estrelada por Laura del Sol, inspirada na ópera de Georges Bizet, com livreto de Prosper Mérimée.

Você sabia? Tanto Carmen quanto Tango foram indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

Livro 1

Da Terra à Lua

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Julio Verne. Tradução de Vera Sílvia Camargo Guarnieri. Editora Landmark, 336 págs. R$ 10. Romance.

Publicado originalmente em 1865, este clássico livro de ficção de Julio Verne é relançado em uma bela edição bilíngue (francês e português) ilustrado com as gravuras originais da primeira edição.

A trama divertida e absurda trata dos membros do Clube do Canhão, uma sociedade de rudes americanos criadores de armas de fogo. Entediados com a calmaria de um mundo sem guerras, eles decidem atirar um projétil contra a Lua. A ideia conquista mais entusiastas que detratores, ainda mais quando um aventureiro francês se oferece para "embarcar" no projétil, sendo o primeiro homem a pisar na Lua. Todos os eventos da construção e lançamento do canhão de um projétil oco, a primeira nave espacial e um telescópio, são narrados por Verne em tom de ironia grandiosa.

Preste atenção: O livro, no fundo, é uma critica satírica de Verne à belicosa sociedade americana e às soluções beligerantes em geral. Por mais delirante que fosse a ideia do canhão, Verne anteviu que seriam os americanos os primeiros viajantes espaciais e algumas outras inovações que a ciência só realizaria muito tempo depois.

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Exposição

Revisitações Plásticas: Arte Mexicana

Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999, Centro Cívico), (41) 3350-4400. Visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 18 horas. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada). Até 29 de junho.

A busca por uma identidade plástica que localizasse o México como um referencial na arte latino-americana foi um elemento crucial naquele país a partir da metade do século 20, com o surgimento de diversos movimentos artísticos, sobretudo a partir da década de 1970. Isso é o que conta o curador Rafael Alfonso Perez e Perez, responsável pelo conjunto de obras da exposição Revisitações Plásticas: Arte Mexicana. Os trabalhos de 30 diferentes artistas, que fazem parte da coleção da Secretaria da Fazenda e Crédito Público do México, promovem uma reflexão sobre esses diferentes momentos, e levam o espectador a revisitar as diferentes décadas por meio das telas.

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Preste atenção: em como os elementos estéticos próprios do país, que fazem parte da cultura indígena e religiosa, estão presentes nos quadros, o que confere uma identidade única aos artistas, independente da época e da localização geográfica. Isso mostra o caráter próprio da arte mexicana, que conseguiu se consolidar internacionalmente sem ceder aos modismos.

Livro 2

K

Bernardo Kucinski. Cosac Naify, 192 págs., R$ 30. Ficção.

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A vivência da ditadura militar pós-64 que aparece neste livro é a dos familiares dos desaparecidos políticos. É um dos ângulos que precisam ser explorados para se entender a história daqueles anos da vida brasileira. Certamente, de todos os pontos de vista possíveis, é o mais doloroso. A jovem professora da USP que desaparece no momento em que o grupo em que militava está sendo desbaratado pela repressão do regime é a irmã de Kucinkski. Ou é inspirada na irmã de Kucinski. O autor conta uma história familiar, mas se distancia para se colocar como narrador. É um romance histórico, mas não sabemos em que extensão os fatos foram alterados como recurso ficcional ou por alguma razão pessoal do autor.

Preste atenção: A escrita de Kucinski não tem rodeios. A divisão é em capítulos que vão apresentando personagens envolvidos direta ou indiretamente com a situação vivida por aquela família em uma estrutura que torna a narrativa dinâmica, envolvente. O livro foca a atenção em K, o pai que, a partir do desaparecimento de sua filha, não faz outra coisa que não seja procurá-la, ignorando os limites que o governo militar quer estabelecer. É um livro sobre o desamparo e sobre a coragem de um pai submetido à pior dor possível.

CD

Encarnado

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Juçara Marçal. Independente. Download gratuito em www.jucaramarcal.com.

Integrante dos grupos Vésper, A Barca e, mais recentemente, do Metá Metá, a cantora paulistana Juçara Marçal lança o trabalho solo Encarnado. Com voz e interpretação incisivas, Juçara passa por 12 canções de nomes que vão do tropicalista Tom Zé ("Não Tenha Ódio no Verão") e do vanguardista paulistano Itamar Assumpção ("E o Quico?") a músicos contemporâneos de São Paulo diretamente influenciados por ele, como Kiko Dinucci ("Ciranda do Aborto") e Rodrigo Campos ("Velho Amarelo") – responsáveis pelas guitarras que, ao lado da rabeca de Thomas Rohrer, são a base da sonoridade penetrante do disco, cuja cadência é inteiramente baseada na tecelagem rítmica dos instrumentos de corda.

Por que ouvir? Concebido a partir de mais um encontro dos integrantes de um dos mais interessantes polos criativos da música brasileira hoje, Encarnado também traz à tona sua voz mais potente, que merece ser ouvida além dos territórios já conquistados em sua carreira de mais de vinte anos.