DVDEscrava IsauraBrasil, 1976. Direção de Herval Rossano. Globo Marcas. Preço médio: R$ 89,80. Novela.
Até hoje a novela brasileira mais comericalizada e vista no mercado internacional, essa adaptação do romance clássico de Bernardo Guimarães tem vários trunfos. A adaptação de Gilberto Braga (de Vale Tudo), então discípulo de Janete Clair, vai além do livro, levando à tela uma trama onde transbordam drama, suspense, discussão social, amor e muitas légrimas. Lucélia Santos, então desconhecida do grande público, apaixonou o país (e o mundo) no papel da jovem filha de uma escrava com um homem branco, que cresce sob a proteção da sua proprietária (Beatriz Lyra), recebendo educação e carinho, mas nunca a carta de alforria, para depois de sua morte se tornar objeto do desejo e da obsessão tirânica e cruel do seu filho, Leôncio (Rubens de Falco), um dos grandes vilões da história da telenovela brasileira.
Preste atenção: Apesar das limitações técnicas da época, a novela, que teve cem capítulos, é notável. Da abertura com gravuras de Debret ao som da célebre canção "Vida de Negro", de Dorival Caymmi aos diálogos e elenco, que conta com Roberto Pirillo, Gilberto Martinho, Edwin Luisi, Norma Blum, Léa Garcia e até uma participação da grande dama dos palcos franco-brasileira Henriette Morineau. (PC)
PublicaçãoRevista de História da Biblioteca Nacional N.º 78Sociedade Amigos da Biblioteca Nacional. Vários autores. Circulação mensal. R$ 8,90. À venda em bancas e livrarias.
A edição de março da Revista de História da Biblioteca Nacional traz um conjunto de textos sobre aspectos pouco explorados da realidade dos negros trazidos ao Brasil. No ensaio do poeta e africanista Alberto da Costa e Silva, que abre a revista, a proposta se descortina. No Brasil, os africanos eram vistos como um grupo uniforme e suas diferenças culturais eram e ainda são ignoradas. Mas eles vinham de nações diferentes e, inclusive, traziam conhecimentos específicos. Os ferreiros da Guiné, por exemplo, foram os pioneiros da metalurgia no Brasil. Em outros textos, são abordados o sonho de uma Bahia muçulmana, a prosperidade de algumas mulheres alforriadas que conseguiam juntar alguns bens, e temas culturais.
Por que ler? Os pesquisadores convidados pela revista a escrever ajustam o foco para mostrar os africanos no Brasil com uma complexidade que vai além dos aspectos já "oficializados", como a influência na mesa e no vocabulário brasileiro. Os textos da Revista de História conciliam o rigor da História acadêmica com a leveza dos textos. (MS)
HQO Gosto do CloroSebastien Vivés. Tradução de Maria Clara Carneiro. Barba Negra, 144 págs., R$ 49,90.
Com um estilo bem peculiar de traço e narrativa, o francês Sebastien Vivés compôs uma singela e, ainda assim, expressiva história sobre o amor e o silêncio em O Gosto do Cloro. A graphic novel gira em torno de um personagem que, devido a um problema de escoliose, precisa começar a praticar natação. Treinando todas as quartas-feiras numa piscina pública de Paris, conhece uma bela e misteriosa mulher, com quem desenvolve uma amizade e estabelece uma relação de aluno e professora.
Por que ler? Simples como pode parecer, O Gosto do Cloro é um livro que trabalha principalmente com longas cenas sem diálogo, partindo da relação entre o protagonista e a mulher para uma ideia de incapacidade de expressar o amor com palavras. A água e a piscina servem a esse propósito: imerso na atividade da natação, o personagem se desliga de um mundo cada vez mais conectado e ruidoso para mergulhar em uma tranquilidade quase árcade. (YA)
SiteErnesto Nazareth 150 anos www.ernestonazareth 150anos.com.br
No site do Instituto Moreira Salles é possível conferir um grande acervo de fotografia, música, literatura e artes visuais que a entidade sediada em São Paulo reúne, além de seções das mais interessantes, como os ótimos programas da Rádio Batuta. Alguns dos "verbetes" do acervo remetem a sites dedicados aos artistas músicos como Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha estão entre os que têm biografia, fotos, partituras e gravações disponibilizadas.
Em março, o pianista Ernesto Nazareth também passou a contar com um site próprio e comemorativo aos seus 150 anos cujo aniversário oficial, em 20 de março de 2013, é aguardado em contagem regressiva.
Por que visitar? Ernesto Nazareth é considerado um dos precursores do choro ao ajudar a consolidar a leitura brasileira de ritmos como polcas, maxixes e valsas e, portanto, um eixo importante para compreender as raízes da música do Brasil. O site disponibiliza o acervo completo do compositor com muitas informações complementares a áudios, o que facilita a viagem. (RRC)
CDSecond Come TributoVários artistas. Midsummer Madness. R$ 20. Indie rock.
Apesar da breve carreira que durou de 1990 a 1994, a banda carioca Second Come deixou marcas profundas na cena de rock independente brasileira.
Em homenagem à morte do frontman e guitarrista da formação, Fábio Leopoldino, em 2009, o selo carioca Midsummer Madness reuniu 29 bandas para prestar tributo ao legado deixado pelo grupo.
Preste atenção: Entre os destaques, estão as bandas que privilegiaram os arranjos originais das canções e as que optaram por uma releitura totalmente pessoal. Do primeiro grupo, vale mencionar os gaúchos do Loomer, que levaram ainda mais adiante o conceito de distorção sônica em "I Feel Like I Dont Know What Im Doing"; e os paranaenses radicados em Londres The Tambourines, com a melódica e barulhenta "Shoes".
Curiosamente, as versões mais inusitadas do tributo ficam por conta de bandas curitibanas. O Subburbia transformou "God and Me" em uma releitura eletrônica e quase dançante, assim como o duo Delta Cockers fez com "Sedative Distortion". Acompanhado de Mutley (Superbug), Cassiano Fagundes (Cassim) acoplou a sonoridade do Violent Femmes à enxuta "Wait". Destaques também para as cariocas veteranas Pelvs ("The Great Broken Tree") e Supercordas ("Grape"). O disco pode ser adquirido pelo site mmrecords.com.br. (JG)
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