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SiteFanoos Photowww.fanoosphoto.com

Quem não conhece arte iraniana pode ter uma boa noção do que está sendo produzido no país por meio do site Fanoos Photo. A idealização e organização da página foi feita pela artista Shadi Gharidian, que divulga principalmente jovens talentos da fotografia. Ao contrário do que se imagina, os trabalhos artísticos no Irã não são essencialmente políticos, o que se poderia esperar de um país que vive um contexto complicado há décadas. Fotos de esportes, arquitetura e séries artísticas estão no site. Uma delas é a criada pelo fotógrafo Arash Hanei. Em "The Benefits of Vegetarianism" (Os Benefícios do Vegetarianismo), ele faz uma composição irônica, mostrando uma boneca de plástico com partes degradadas. A parte documental, entretanto, traz fotos dos sucessivos conflitos no país, como imagens de Abas Kowsari. Há também trabalhos de fotógrafos iranianos que não vivem mais no país, como Kamal, cujas fotos são do Festival Internacional de Jazz de Montreal (Canadá).

Preste atenção: Na série de fotos em preto e branco de Shirin Neshat. Ela é uma das artistas iranianas mais reconhecidas no exterior. A fotógrafa vive em Nova York há anos, e, quando retornou por um breve período ao Irã, se declarou chocada com a diferença cultural. (IR)

DVDSete Dias com MarilynEstados Unidos/Reino Unido, 2012. Direção de Simon Curtis. Imagem Filmes. Classificação indicativa: 12 anos. Apenas para locação. Drama.

Os lábios não são tão carnudos, a cintura não é tão vertiginosa e o corpo não tem a impressionante voluptuosidade que enlouqueceu o mundo inteiro, mas sim, Michelle Williams traz a diva Marilyn Monroe (1926-1962) de volta à vida no filme Sete Dias com Marilyn, recentemente lançado no Brasil em DVD.

A atriz norte-americana revelada no seriado adolescente Dawson’s Creek (1998-2003) emula perfeitamente o andar suave de Marilyn, o sorriso que se abre como uma flor e o olhar perdido que, ao mesmo tempo, transparece luxúria e dor. E isso basta para simplesmente hipnotizar o espectador. Não à toa, Michelle levou o Globo de Ouro de melhor atriz pelo papel e foi indicada ao Oscar na mesma categoria.

Com roteiro de Adrian Hodges e direção de Simon Curtis, Sete Dias com Marilyn é baseado nas memórias de Colin Clark (Eddie Redmayne), um abastado jovem inglês que, em 1956, se tornou assistente de Laurence Olivier (Kenneth Branagh), quando o cineasta dirigia Marilyn e contracenava com a atriz em O Príncipe Encantado.

Preste atenção: Insegura e inconstante, Marilyn faz de Colin seu parceiro durante as filmagens. Ingênuo, o rapaz cai aos pés da diva hollywoodiana e o ponto de vista do jovem embasbacado diante do maior símbolo sexual da história do cinema é preservado ao longo do filme. Destaque para a cena em que Marilyn se despe diante de um atônito Colin e mergulha nua em um rio gelado em plena luz do dia. (JG)

PoemasAdonisAdonis (Ali Ahmad Said Esber). Tradução de Michel Sleiman. Companhia das Letras, 256 págs., R$ 42.

Presença da mais recente edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), o poeta sírio Ali Ahmad Said Esber, mais conhecido pelo pseudônimo Adonis, é considerado uma das mais instigantes vozes da literatura de seu país e um dos precursores da poesia árabe moderna. Seus poemas, até então inéditos no Brasil, chegam agora reunidos em um livro, selecionado e traduzido para o português pelo professor de língua e literatura árabe da Universidade de São Paulo, Michel Sleiman, e apresentação do escritor Milton Hatoum.

Por que ler? Frequentemente visto como um rebelde da linguagem, Adonis rompe com a tradição da poesia árabe ao mesclar elementos ocidentais – seu próprio pseudônimo grego indica sua inclinação a juntar traços de duas das civilizações mediterrâneas. Não apenas isso, mas também a junção do passado e do presente faz com que a experiência de ler os poemas de Adonis seja ao mesmo tempo exótica e estranhamente familiar. (YA)

RevistaSerrote #11Instituto Moreira Salles. 224 págs., R$ 38.

Como de costume, a revista de ensaios editada quadrimestralmente pelo Instituto Moreira Salles traz um cardápio de bons textos na sua edição número 11, disponível no site ou em versão impressa, para assinantes. Em longo texto acompanhado por fotos belíssimas, Susan Sontag conta como foi seu encontro com Thomas Mann, quando ela tinha 14 anos. Mais interessante que a presença do grande escritor é o retrato dos dias e expectativas de uma adolescente inteligente e cheia de vida. O crítico literário belga Simon Leys escreve sobre a relação dos escritores com o dinheiro. A escritora inglesa Jeanette Winterson discorre sobre a experiência de observar quadros, que pode ser divertida, sentimental ou desconcertante.

Por que ler? Os editores da Serrote coletam ensaios recentes (Christopher Hitchens, falecido no ano passado, comentando o trabalho jornalístico de Karl Marx) e antigos (Diderot, quem diria, em uma ode a um velho robe) que falam do mundo da arte sob perspectivas muito variadas. A revista funciona como um livro, com vida longa. Até porque seus textos, a maioria deles extensos, exigem uma dedicação e atenção maior. (MS)

TeatroMinha Vontade de Ser BichoEspaço Cênico (R. Paulo Graeser Sobrinho, 305 – São Francisco), (41) 3338-0450. Hoje, às 19 horas. R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).

A noite deste domingo conta com uma boa opção na programação teatral – o projeto Operação Literatura, pelo qual voltou ao cartaz, em breve temporada, a peça Minha Vontade de Ser Bicho, com direção de Edson Bueno. Três atrizes interpretam diferentes momentos da vida de Clarice Lispector, com espaço para o questionamento do valor de sua escrita ("Imagine, me chamaram de hermética!") e lampejos de sua personalidade ao mesmo tempo poética e revolucionária. Dois atores também encarnam personagens – por exemplo, a paixão da artista, o escritor Lúcio Cardoso. Uma das fontes de inspiração do Grupo Delírio nesta criação foi a biografia Clarice,, escrita pelo norte-americano Benjamin Moser. Os figurinos, objetos de cena e projeções são interessantes e somam à dramaturgia.

Preste atenção: Nas sutilezas do texto que mesclam fatos biográficos da escritora com sua própria obra: as cenas são cheias de referências a personagens dos contos de Clarice. A Operação Literatura segue até setembro e trará de volta aos palcos mais cinco obras de Edson Buenos ligadas ao mundo das letras. (HC)

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