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HQ - Júlia Kendall – As Aventuras de uma Criminóloga (foto ao lado)

Giancarlo Berardi . Editora Mythos. Gibi. R$ 8,90.

Ela foi desenhada à imagem de Audrey Hepburn, mas está longe do estereótipo da bonequinha de luxo: Julia Kendall, a protagonista de um gibi de mesmo nome, é uma crimonóloga envolvida em investigações de assassinatos. Seu talento, vasculhar o comportamento da vítima e das pessoas com quem se relacionava para desvendar os casos.

A revistinha em preto-e-branco, criada em outubro de 1998 pelo roteirista italiano Giancarlo Berardi, vem sendo publicada no Brasil pela Mythos em edições mensais, que dividem espaço nas prateleiras das banquinhas com o faroeste da Tex, sem muito destaque. Este mês, no entanto, a editora anunciou que interromperia a publicação no número 67, lançado em junho, por causa da baixa vendagem.

A notícia veio justamente após uma edição memorável, em que as subtramas envolviam redes de pornografia e a cobertura sensacionalista feita por parte da imprensa. Os fãs não demoraram a se mobilizar e conquistaram a promessa de sobrevida por mais quatro volumes, até outubro de 2010. A partir disso, a continuidade de Julia dependerá de uma "cruzada" para aumentar as vendas.

Potencial para atrair novos leitores não falta à revista. Júlia Kendall – As Aventuras de uma Criminóloga tem elementos que interessam a homens e mulheres: reviravoltas, análise psicológica das personagens e uma galeria notável de coadjuvantes. Entre eles, a empregada Emily Jones, fisicamente inspirada em Whoopi Goldberg, e habituada a tecer os mais absurdos (e engraçados) comentários sobre os crimes ou a (deficiente) vida sentimental da patroa. (LR)

CD 1 - Best of Bethlehem Sessions (foto 1)

John Coltrane. Warner Music, preço médio: R$ 32,80. Jazz

Sete anos antes de John Coltrane (1926-1967) gravar A Love Supreme (1964), o disco que lhe renderia verbetes extensos em qualquer dicionário de jazz que se leve a sério, o saxofonista nascido em Hamlet, na Carolina do Norte, participou de três sessões com músicos diferentes em outubro, novembro e dezembro de 1957, em Nova York.

Conhecidas como Bethlehem Sessions por causa da gravadora que bancaria os LPs, as dez faixas selecionadas para esta coletânea mostram um Coltrane num momento de evolução. Enfren­­tan­­do problemas na banda do trompetista Miles Davis – com quem gravaria Kind of Blue em 1959 –, Trane ainda se debatia com o vício em heroína e começava a se virar por conta própria.

Era 1957. O álbum reuniu um grupo que contava com Donald Byrd, trompetista sensacional (ouça "Not So Sleepy"), e os bateristas Art Blakey e Philly Joe Jones (geniais). Na verdade, duas das sessões serviram de base para um disco da big band de Blakey, mais lembrado como o líder dos Jazz Messengers. Trane gravou relativamente pouco com grandes formações e é lindo ouvi-lo em composições românticas como "If I’m Lucky" e "The Kiss of No Return". Ou ainda em ritmos mais dançantes a exemplo de "Oasis" e "Tippin’", daquelas que fazem você bater o pé involuntariamente no ritmo da bateria. (IBN)

Exposição - Cor e Forma II (foto 2)

Simões de Assis Galeria de Arte (Al. D. Pedro II, 155 – Batel), (41) 3232-2315. Mostra de dez artistas, entre eles, Cícero Dias, Arcangelo Ianelli e Alfredo Volpi. De segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas; e sábado, das 10 às 14 horas.

Em sua segunda edição, a exposição Cor e Forma, aberta até 9 de agosto na Galeria Simões de Assis, põe lado a lado obras de dois mestres do modernismo brasileiro, os já falecidos Alfredo Volpi e Cícero Dias, e de oito artistas contemporâneos de prestígio internacional, que têm o estudo das cores e da geometria como características: Jaildo Marinho, Ascânio MMM, João Carlos Galvão, Gonçalo Ivo, Mar­­cos Coelho Benjamin, Abraham Pa­­lat­­nik, Eduardo Sued e Ar­­cangelo Ianelli – que morreu no ano passado.

O centro da mostra são, inegavelmente, as famosas bandeirinhas de Alfredo Volpi e as abstrações tropicais de Cícero Dias. Afinal, não é sempre que telas destes renomados pintores são mostradas em Curitiba. Do pernambucano Cícero Dias, figuram algumas das obras abstratas que ele iniciou após se mudar para a Europa, nos 30, em que elementos da cultura nordestina são vislumbradas em meio a formas cada vez mais geométricas. As bandeirinhas de Volpi aparecem abstraídas em telas que impressionam pela relação entre cores e formas.

De Ianelli, a galeria exibe obras de suas grandes fases: a geométrica, desenvolvida nas décadas de 70 e 80, e a vibratória, formada por telas em que o pintor paulistano abre mão da forma para se fixar unicamente na pulsação da cor e da luz. (AV)

DVD - Ensaio (foto 3)

Ney Matogrosso. Biscoito Fino. Preço médio: R$ 39,90. MPB

A Biscoito Fino continua a resgatar pérolas do Programa Ensaio, no ar na TV Cultura há mais de 20 anos. Em cenário intimista – há pouca iluminação, apenas um microfone e um banquinho como elementos –, agora é Ney Matogrosso quem tem a voz e a vez.

A gravação data de 1986 e o DVD é relevante tanto pela história do intérprete – repaginada de maneira correta em uma hora de programa – quanto pelas inserções sonoras, em que ele canta clássicos da MPB e da música latina.

Figura emblemática de uma geração contestadora e rebelde, Ney sempre causou impacto, seja por sua irreverência quando fazia parte do grupo Secos & Molhados ou ao cantar, já que explorava falsetes pouco ouvidos por aqui. Todas essas nuances do artista são exploradas.

Ney, então, discursa sem amarras sobre sexualidade, preconceito, mercado fonográfico e política. Entre­­mean­­do a entrevista, versões ainda mais especiais de músicas como "Sangue Latino", "Rosa de Hiroshima" e "Balada do Louco". Canções do universo latino-americano, como "Vereda Tropical" e "Alma Llanera", completam o repertório.

A voz de um Ney Matogrosso à flor da pele é acompanhada pelo violão virtuose de Raphael Rabello e pela percussão ousada de Don Chacal. Imperdível. (CC)

CD 2 - The Prague sessions (foto 4)

Peter Paul & Mary with Symphony Orchestra. Rhino/Universal. Preço médio: R$ 35,90. Folk

Projeto concebido antes da vocalista Ma­­ry Travers morrer, em setembro de 2009, es­­te álbum resultou do trabalho de Peter Yarrow e Paul Stoo­­key, os outros integrantes do trio – fundamental na história da música folk norte-americana – de gravar novos arranjos musicais para suas canções. Os registros dos vocais, gravados ao vivo em diversos concertos ao redor do mundo nos últimos 20 anos, foram mixados às versões executadas pela renomada Orquestra Sinfônica de Praga, da República Checa.

Dedicado a Mary, o CD contém clássicos como "Blowin’ in the Wind" (de Bob Dylan), "Leaving on a Jet Plane" (de John Denver) e grandes hits do grupo, como "Where Have All the Flowers Gone", hino pacifista que fez história no auge da Guerra do Vietnã, e "It’s Magic".

O trio se separou em 1970 para que seus integrantes pudessem seguir carreiras-solo. Nenhum dos três, entretanto, atingiu o êxito do grupo. A exceção talvez seja "The Wedding Song (There Is Love)", gravada por Paul e escrita para o casamento de Peter com Marybeth McCar­­thy, sobrinha do famigerado senator anticomunista Eugene McCarthy. A canção chegou ao topo das paradas e tornou-se um "standard matrimonial". de seu lançamento, em 1971. (PC)

CD 3 - Memphis Blues (foto 5)

Cyndi Lauper. Downtown. Importado. Preço médio: US$ 14. Blues

Mais do que um ícone dos anos 80, a cantora Cyndi Lauper também é lembrada graças ao grande alcance de sua voz. Não há dúvidas de que ela é capaz de cantar bem o que quiser, imprimindo personalidade e bom gosto na escolha de qualquer que seja o repertório.

Em seu 11.º álbum, Memphis Blues, não é diferente. Cyndi se repagina mais uma vez ao escolher 11 canções de blues – de Muddy Waters a Robert Johnson. E faz isso muito bem acompanhada. "Early in the Mor­­ning", conta com participações de Allen Toussaint (pia­­no) e B.B. King (guitarra e vocal), num contraste in­­teressante entre a voz quase infantil da cantora e o timbre cavernoso de King.

Outros destaques ficam por conta de "Just Your Fool" (de Little Walter Jacobs), com Charlie Musselwhite na harmônica; e "Rollin’ and Tumblin’" (Muddy Waters), em que Cyndi faz um duo funk com Ann Peebles. No Brasil, o disco será lançado até o fim deste mês, pela gravadora Lab 344, que irá inserir a faixa extra "I Don’t Cry", gravada especialmente para os fãs brasileiros, com participação do saxofonista Leo Gandelman. (JG)

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