SiteDowntown from Behinddowntownfrombehind.tumbrl.com
A ideia parece banal: fotografar pessoas em uma grande cidade se locomovendo de bicicleta. Mas o site Downtown from Behind é muito mais do que registros, é praticamente um retrato da cultura e dos costumes de Nova York, cidade conhecida justamente pela mistura e diversidade de povos e estilos. A fotógrafa Bridget Fleming teve a ideia há dois anos, quando começou a clicar moradores indo para casa com suas bikes. Deu tão certo que ela não só continuou como teve o projeto amplamente divulgado por importantes veículos da imprensa norte-americana, como o jornal The New York Times e a revista Vogue. Navegar pela página e ver o que se pode chamar de porta-retratos de belas ruas de Nova York dá não só vontade de sair pedalando por aí, como de conhecer os cantos que Bridget mostra no site. As fotografias em si não apresentam uma qualidade artística aprofundada, o que dá beleza aos cliques são as situações.
Preste atenção: no perfil que a fotógrafa faz com cada um de seus retratados. Muitos artistas, escritores e pessoas conhecidas da cena cultural da cidade estão entre os escolhidos, como a criadora do blog Men Repeller (www.menrepeller.com), Leandra Medine. (IR)
Livro 1Realidades AdaptadasPhilip K. Dick. Tradução de Ludmila Hashimoto. Aleph, 304 págs., R$ 48. Contos.
O escritor norte-americano Philip K. Dick (1928-1982) foi um dos mais profícuos autores da ficção científica como nós a conhecemos hoje. Assim como seu conterrâneo honorário Isaac Asimov, produziu muito e discutiu em sua literatura questões éticas e humanitárias frente a um mundo cuja evolução tecnológica acelerava exponencialmente. Realidades Adaptadas é uma coletânea de contos escolhidos pela editora Aleph que reúne as obras de Dick aproveitadas pelo cinema em vários momentos de sua história recente. Filmes como O Vingador do Futuro, Minority Report A Nova Lei, Os Agentes do Destino e O Pagamento têm suas origens nos contos "Lembramos pra Você a Preço de Atacado", "O Relatório Minoritário", "Equipe de Ajuste" e "O Pagamento", respectivamente, contidos neste livro.
Por que ler? Philip K. Dick, apesar de sua qualidade literária e de suas ideias instigantes, permanece um desconhecido para os leitores brasileiros. Seus contos firmam-se como resumo do pensamento do século 20 sobre as possibilidades oferecidas pelo futuro, para o bem e para o mal. Conhecer a obra do escritor é, de certa maneira, conhecer os medos e as inquietações de uma geração que nunca deixou de se deslumbrar com o amanhã. (YA)
DVDA Lenda do Santo BeberrãoItália/França, 1988. Direção de Ermanno Olmi. Lume Filmes. Preço médio: R$ 49,90.
Baseado no romance homônimo do escritor austríaco Joseph Roth (1894-1939), um dos pais do jornalismo literário, este belo filme do cineasta italiano Ermanno Olmi (do também premiado A Árvore dos Tamancos ) venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. A trama tem um quê de realismo mágico: conta a história de um velho que dá a um mendigo alcoólatra, vivido pelo ator holandês Rutger Hauer (de Blade Runner O Caçador de Androides) uma grande quantia em dinheiro, mas faz a ele um único pedido. Que devolva a soma emprestada na semana seguinte. Apesar de o homem gastar o que tem nos bolsos em bebida, o dinheiro volta a surgir como por milagre.
Por que assistir? Apesar de Roth, que morreu jovem, em decorrência do alcoolismo, ter levado uma vida triste e depressiva, sua história, uma fábula humanista, verte esperança. Graças à ajuda que recebe, uma espécie de segunda chance, o protagonista encontra o caminho para a felicidade, a autoestima, e consegue, aos poucos, reconstruir sua vida com dignidade. Olmi, que hoje tem 81 anos, mostra por que é um dos grandes nomes do cinema italiano. (PC)
Livro 2Coisas EróticasDenise Godinho e Hugo Moura. Panda Books. R$ 35,90. Livro-reportagem.
O livro Coisas Eróticas, dos jornalistas Denise Godinho e Hugo Moura, cobre um buraco na história do cinema brasileiro ao retratar os bastidores do primeiro filme pornográfico nacional. O país, que é considerado o terceiro maior produtor de pornografia do mundo, viu o nascimento do gênero ocorrer com a estreia de Coisas Eróticas, em 1982, dirigido por Rafaelle Rossi.
O cineasta era originário da Boca do Lixo, espaço paulista de produção de cinema entre as décadas de 1970 e 1980. Conhecido por dirigir pornochanchadas, Rossi viu a oportunidade da vida com o barulho provocado pelo lançamento de O Império dos Sentidos, de Nagisa Ôshima, no Brasil.
Com um grupo de amigos, o diretor escreveu o roteiro de Coisas Eróticas. A estratégia funcionou e a obra se tornou um dos grandes sucessos de bilheteria do ano com as salas lotadas pelo público masculino.
Preste atenção: Coisas Eróticas tem várias páginas dedicadas à resolução de um mistério envolvendo a publicidade do filme homônimo. Em 1982, a pornografia brasileira foi apresentada nos cinemas por um cartaz em que se via uma bunda em uma praia.
No livro, os autores tentam descobrir quem é a dona (ou dono) do par de nádegas do cartaz. O único problema é que nenhum dos envolvidos nas filmagens lembra quem foi. Além disso, a bunda é reivindicada por várias atrizes. O mistério só é resolvido nas últimas páginas. (RS)
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano