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DVD

Cyrus

EUA, 2010. Direção de Mark e Jay Duplass. Classificação indicativa: 14 anos. Apenas para locação. Comédia dramática.

Cai do cavalo quem aluga Cyrus na expectativa de ver mais uma comédia hilariante protagonizada por Jonah Hill (de Superbad). O filme no qual o ator interpreta o papel-título, Cyrus, um filho único cuja dependência e complexo de Édipo é o obstáculo na relação de sua mãe com o namorado, está mais para um drama romântico com uma veia humorística que caracteriza algumas das boas surpresas do atual cinema independente norte-americano.

Mas o filme dos irmãos Duplass (cujos dois primeiros filmes, The Puffy Chair e Baghead, não chegaram por aqui) não vilaniza Cyrus ao abordar a relação conflituosa entre sua mãe Molly (Marisa Tomei, de O Lutador) e John (John C. Reilly, de Quase Irmãos), um editor de vídeo que não consegue superar a depressão de um casamento já terminado há muito tempo (com a polivalente Catherine Kenner, de O Virgem de 40 Anos).

Preste atenção: no modo como os diretores dão ao filme ares de documentário, com recursos como a câmera na mão, que se aproxima ou se afasta dos rostos dos personagens nos momentos de tensão, e os diálogos lentos e improvisados. Tudo feito de uma maneira simples, sensível e perspicaz para revelar a intimidade de pessoas absolutamente normais, como eu e você, às voltas com questões como o amor, a perda, a insegurança e a autoaceitação. (AV)

Livro

Tudo o Que Tenho Levo Comigo

Herta Müller. Tradução de Carola Saavedra. Companhia das Letras, 304 págs. R$48. Romance

Herta Müller e seu amigo, o poeta romeno Oskar Pastior, tinham a intenção de fazerem juntos um romance sobre os anos de Pastior nos campos de trabalhos russos a que as minorias alemãs residentes na Romênia foram enviadas para pagar as dívidas da Segunda Guerra Mundial. Com a morte do poeta, em 2006, porém, coube a Herta escrever sobre esse obscuro episódio da história. Tudo o Que Tenho Levo Comigo é uma ficção que tem como protagonista Leopold Auberg, um jovem homossexual que é mandado para um desses campos, onde passa fome, frio e perde qualquer traço de sua identidade – mesmo seu homossexualidade só é citado no início do romance.

Preste atenção: A prosa de Herta Müller tem um quê da aura poética latina, com jogos de palavras e uma narrativa floreada. Ao mesmo tempo, a escrita alemã, um pouco mais rígida, mas igualmente fértil nos neologismos, cria no romance uma espécie de gagueira mental permeada por palavras repetidas. Com esse estilo híbrido e único, narrado em primeira pessoa, Auberg se apega às palavras e a imagens que ele próprio cria para sobreviver à loucura mas, quando regressa do campo, percebe que é impossível ter uma vida normal. Destaque para a habilidosa tradução de Carola Saavedra. (YA)

Livro

O Mágico de Oz

L. Frank Baum. Tradução de Santiago Nazarian. Barba Negra. 192 págs. R$ 19,90. romance

Quando escreveu O Mágico de Oz, em 1900, o escritor americano L. Frank Baum (1856–1919) tinha a intenção de criar um conto de fadas moderno, em que o deslumbramento e a alegria fossem assegurados e o sofrimento fosse deixado de fora. Ele estava farto de personagens estereotipados, como o gênio, a fada e o anão, e do derramamento de sangue criado pelos autores de histórias infantis para demonstrar uma terrível moral em cada trama. "A criança moderna busca apenas diversão em suas histórias e dispensa sem pensar todos esses incidentes desagradáveis", defendia o autor.

Por que ler? O tempo prova que Baum estava totalmente certo. Traduzido para mais de 50 línguas e imortalizado no cinema em 1939, com a talentosíssima Judy Garland no papel da protagonista Dorothy, O Mágico de Oz é um clássico que não envelhece e que continua a falar para as pessoas das mais diversas idades.

Não à toa, o livro é o primeiro volume da coleção Eternamente Clássicos, do selo Barba Negra – seleção de algumas das obras mais conhecidas do imaginário popular, que influenciaram gerações e serviram de inspiração para centenas de artistas contemporâneos. De novidades, esta edição de O Mágico de Oz conta com tradução inédita de Santiago Nazarian e os traços soltos das ilustrações do artista Alvim. (JG)

CD

Born This Way

Lady Gaga. Universal. Preço médio: R$ 35. Pop.

Lady Gaga está de volta e quer ser levada a sério. Seu novo ál­­bum, Born This Way, lançado no dia 23 de maio, revela o lado mais autoral da artista nova-iorquina, que foi a maior revelação da música pop na década passada. O reposicionamento de Gaga influenciou o estilo das 14 novas faixas do trabalho. Algumas músicas pendem levemente para o rock, outras revelam aproximação com a religiosidade e há ainda aquelas de tom engajado a favor do respeito a pessoas de minorias e etnias.

Antes do lançamento do álbum, Gaga disponibilizou quatro músicas: "Born This Way", "Judas", "The Edge Of The Glory" e "Hair". As duas primeiras ganharam também videoclipes repletos de referências artísticas.

Por que ouvir? O teor mais autoral revela também o amadurecimento de Gaga em relação à própria música. A mudança, porém, não deve desagradar a todos os fãs, já que ela mantém a raiz do gênero que a tornou famosa: o pop. O lançamento traz pelo menos cinco músicas que devem ter vida longa em pistas de dança. Além das já conhecidas "Born This Way" e "Judas", há "Americano", "Electric Chapel", "Gover­­nment Hooker", "Heavy Metal Lover" e "Scheisse". (TR)

Tevê

Planeta Humano

Todas as quintas-feiras, às 22 horas, nos canais BBC e Discovery Channel. Documentário.

O ser humano é o único animal que conseguiu se adaptar a todos os ambientes do planeta Terra, com exceção do fundo do mar, onde circulamos, mas não podemos ficar muito tempo. Exemplos dessa incrível adaptação e da interação com os animais são mostrados em imagens de grande beleza na série de documentários Planeta Hu­­mano. Trata-se de uma coprodução da BBC e do Discovery Channel, que está sendo exibida no Brasil pelos dois canais. Dividida em oito episódios com uma hora de duração cada, a série é resultado de quatro anos de produção, feita em HD em mais de 70 localidades.

Por que ver? A beleza e o impacto das imagens é tanta, que é difícil tirar os olhos da tevê. Ao mesmo tempo, o documentário foge do tom alarmista e consegue ser atraente para crianças e adultos. A versão exibida no Brasil é narrada por Milton Nascimento. (MS)

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