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CD 1Drive (Original Motion Picture Soundtrack)Vários artistas. Lakeshore Records. Importado. Preço médio: US$ 8. Eletrônica.

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Com diálogos escassos e longas cenas em close e câmera lenta, Drive, filme do dinamarquês Nicolas Winding Refn em cartaz nos cinemas curitibanos, se apoia na trilha sonora para reforçar o clima retrô da produção, uma homenagem a thrillers como Carga Explosiva (Luc Besson) e Taxi Driver (Martin Scorsese), segundo o próprio diretor. A inspiração é trazida para os dias de hoje nas canções que dão liga à narrativa protagonizada por Ryan Gosling, em sua grande parte instrumentais e compostas por Cliff Martinez (ex-baterista do Red Hot Chili Peppers), escolhido por Refn graças às ambiências criadas pelo músico para o cult Sexo, Mentiras e Videotape (1989). Mas o grande destaque da trilha sonora fica por conta das canções não instrumentais, uma reunião do que há de mais sofisticado no atual (e pouco conhecido) synthpop francês e canadense, todas bastante melódicas e cantadas por belas vozes femininas.

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Preste atenção na climática faixa de abertura do filme, "Nightcall", uma parceria do produtor e músico francês Kavinsky (que já excursionou ao lado de nomes como Daft Punk, Justice e The Rapture) com a brasileira Luísa Lovefoxxx (CSS). Escolhida a dedo pelo editor do filme, Matt Newman, a canção, de andamento lento, alterna vozes robóticas à doçura dos versos entoados por Lovefoxxx, que falam do mistério que envolve a figura do protagonista. Do selo canadense Italians Do It Better, saiu a romântica "Under Your Spell", do trio Desire, com os aveludados vocais de Megan Louise. Já a a emblemática "A Real Hero", é uma parceria do College, um dos projetos do músico francês David Grellier, com o duo Electric Youth também canadense. Ou seja, além de uma incrível trilha sonora, o disco é um excelente ponto de partida para novos garimpos sonoros. (JG)

LivroA Tentação do Impossível – Victor Hugo e os MiseráveisMario Vargas Llosa. Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht. Alfaguara, 176 págs., R$ 32,90.

Em 2004, o escritor peruano Mario Vargas Llosa lecionou na Universidade de Oxford, na Inglaterra. O título do curso era "A Tentação do Impossível" e o objeto de estudo era nada menos que a obra-prima do escritor Victor Hugo (1802-1885), Os Miseráveis. O curso, transformado em livro, é uma leitura atenta de um dos maiores clássicos universais feita pelo prêmio Nobel de Literatura de 2010, que esmiúça as engrenagens que impulsionaram Vitor Hugo a produzir a obra. Não só isso, Llosa também desvenda aspectos curiosos da vida do autor francês, como supostos encontros mediúnicos que ele mantinha com pessoas do além – as quais concordavam com ele em questões políticas e sociais.

Por que ler? Mesmo que não se pretenda esgotar as discussões sobre um dos livros mais debatidos do mundo, A Tentação do Impossível joga luz não só sobre aspectos de Os Miseráveis mas também sobre o valor da literatura em si e sobre a leitura de um autor que alcançou sucesso substancial ainda em vida, no século 19, e feita por outro escritor, prestigiado em nosso tempo. (YA)

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DVD 1The Good Wife – Segunda temporadaEstados Unidos, 2010. Box com seis discos. Preço médio: R$ 99,90. Série/Drama.

Produzida pelos irmãos Ridley (Blade Runner – O Caçador de Androides) e Tony Scott (Top Gun – Ases Indomáveis), The Good Wife é um dos grandesw sucessos da tevê aberta nos Estados Unidos. Nesta segunda temporada, Alicia Florrick (Julianna Margulies) continua enfrantando vários desafios, profissionais e afetivos. Ao mesmo tempo em que quer se impor como advogada, ela segue dividida entre o marido (Chris Noth), que concorre ao posto de promotor distrital, perdido depois de se ver envolvido em um escândalo sexual, e Will Gardner (Josh Charles), seu namorado de juventude e agora chefe na firma onde trabalha.

Por que assistir? Premiada com o Emmy de melhor atriz por sua atuação nuançada, Julianna Margulies (revelada pelo seriado E. R. – Plantão Médico) faz de Alicia uma das protagonistas mais interessantes da atualidade. Os bons roteiros conseguem, ao mesmo tempo, discutir seus dilemas e retratar de forma envolvente e realista os bastidores dos mundos político e judiciário em Chicago, uma das maiores metrópoles dos Estados Unidos. (PC)

CD 2The SinglesGoldfrapp. EMI. Preço médio: R$ 29,90. Eletrônica.

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Desde que surgiu em 1999, o duo eletrônico formado pela vocalista Alison Goldfrapp e pelo tecladista Will Gregory lançou uma sequência de álbuns que poucos artistas da sua geração conseguem igualar em termos de consistência. Da excelente estreia Felt Mountain (2000) a Head First (2010), foram cinco discos em que a qualidade artística talvez seja superada apenas pela quantidade de gêneros abraçada pela dupla. A ligação com o glam rock de bandas como T. Rex e Roxy Music rendeu semi-hits como "Ooh La La" e "Number 1", ambos sucessos na parada britânica, ew a mistura com o folk inglês ("Lovely Head"), com o synthpop oitentista ("Rocket") e com a new wave ("Happiness") mostra como os integrantes do Goldfrapp estudam a fundo a história recente do pop – e como usam esse conhecimento em suas próprias músicas. A coletânea The Singles, apesar de tirar um pouco da coerência existente nos trabalhos em que essas faixas apareceram originalmente, serve muito bem ao propósito de reunir os pontos altos da trajetória do grupo.

Preste atenção nas faixas inéditas incluídas nesta compilação, as lentas e sedutoras "Yellow Halo" e "Melancholy Sky", ricas na melodia e nos detalhes sonoros e que remetem ao início da carreira do Goldfrapp. (JPP)

DVD 2Live From ParisShakira. Sony Music. Preço médio: R$ 39,90. Pop.

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Com um vestido pink ofuscante – que mais parece uma capa de chuva, com direito a capuz e tudo – a abertura do DVD Shakira Live From Paris é um pouco assustadora. Mas para sorte de quem se aventura a seguir em frente, a primeira impressão não é a que fica. Logo que a cantora atravessa toda a multidão e finalmente chega ao palco, a melodia lenta de "Pienso em Ti" sofre uma reviravolta, a colombiana faz a capa fosforescente voar longe e a festa começa. Shakira emenda "Te Dejo Madrid" e a famosa balada "Si Te Vas", contagiando o público, que parece ligado em uma tomada de 220 volts. No palco, a voltagem é ainda mais alta: a popstar dança, canta, interage com o público, toca gaita, violão e faz charme. As requebradas, os passos ao estilo dança do ventre e a calça colada ajudam a artista a ficar ainda mais provocante.

Preste atenção: Shakira faz misturas interessantes como a mixagem da balada "Whenever, Wherever" com "Unbelie­vable" (hit que os britânicos do EMF emplacaram no mundo todo em 1990) e a versão quase flamenca de "Nothing Else Matters" do Metallica. Das canções próprias, "Gypsy", "Loca" e "Waka Waka (This Time for Africa)" ganham as melhores performances, com coreografias divertidas e ritmos animados. (LH)