ExposiçãoA Narco-Arquitetura e Suas Contribuições à ComunidadeLuis Molina-Pantin. Solar do Barão (Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533). Mostra de fotografias. Entrada franca. Até 20 de novembro.
A 6ª VentoSul Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba trouxe à cidade a obra de 80 artistas, e quatro deles estão reunidos no Solar do Barão. O suíço Luis Molina-Pantin é um dos que têm a obra exposta no local. Seu trabalho mostra a chamada "narcoarquitetura": imóveis financiados por traficantes colombianos que hoje compõem um conjunto bizarro nas proximidades de Bogotá. São casarões, uma réplica de um clube ao qual um bandido não foi aceito, esculturas e empreendimentos comerciais.
Não perca: Chamam a atenção também as projeções de Graciela Guerrero, em que cenas do seriado Chaves mostram interações violentas entre os estressados personagens mexicanos. A argentina Mónica Millán expõe seu trabalho, em que um pântano feito de fuxicos de crochê ganha vida ao som de um áudio de mosquitos, córregos e sapos. Do outro lado, fotografias de Auguste François feitas no Paraguai em 1894/95 documentam uma visão valiosa das relações de trabalho e da ocupação da terra na época. Estão ali também uma dezena de negativos de vidro e um documentário. (HC)
LivroO Grande Livro dos Retratos de AnimaisSvjetlan Junakovic. Tradução de Marcos Bagno. OQO/Editora Positivo, 48 págs., R$ 54,90.
O pintor, designer gráfico e escultor croata Svjetlan Junakovic propôs um trabalho curioso em O Grande Livro dos Retratos de Animais: reproduzir quadros renomados e substituir os rostos por... animais! As paródias antropomórficas passam por obras como "A Lição de Anatomia do Dr. Tulp" (1632), do holandês Rembrandt, "Moça com Brinco de Pérola" e "Retrato de uma Jovem", do também holandês Johannes Vermeer, "Dama com Arminho" (1485-1490), do italiano Leonardo Da Vinci (capa do livro), e "Madame Recamiér" e "A Morte de Marat" (1793), do francês Jacques Louis-David, entre outros desses artistas. No lugar das pessoas retratadas e nas mesmas poses imponentes , estão sapos, ovelhas, frangos, cadelas e rinocerontes.
Repare que a paródia de Junakovic segue também nos textos. Sem fazer menção direta aos artistas, apenas dando pistas de suas origens, o autor usa bom humor para explicar as circunstâncias das pinturas, que guardam semelhanças com as originais. Junakovic também é fiel ao estilo de cada pintor, e faz bom uso das texturas de tela e madeira, usadas em seus retratos. (YA).
RelançamentosNews of the World e The GameQueen. EMI/Parlophone. Preço médio por CD: R$ 39,90. Rock.
Na segunda leva de relançamentos de versões remasterizadas dos álbuns da banda britânica Queen, News of the World e The Game se destacam por diferentes razões. O primeiro, de 1977, considerado um clássico inquestionável do grupo, reúne algumas das músicas que consolidaram o gênero "rock de arena", com tons teatrais e dramáticos, do qual o quarteto é um dos mais notórios representantes. No disco, está, por exemplo, "We Will Rock You", que se tornou indispensável nas apresentações ao vivo do Queen, por seu caráter percussivo e pelo fato de ser acompanhada pelo bater dos pés do público. Mas o grande hit do álbum é mesmo o hoje hino à vitória "We Are the Champions", na qual Freddie Mercury prova por que é considerado um dos maiores vocalistas da história. Essa nova edição traz um CD bônus com faixas como a linda e hoje um tanto esquecida balada "Spread Your Wings" (em gravação na BBC) e "We Will Rock You" gravada ao vivo em Tóquio, em 1982. The Game (1980), por sua vez, marca uma mudança de rumos em direção ao pop.
Preste atenção: No álbum, a banda flerta, com o funk e o soul, além de incorporar sintetizadores, uma forte tendência à época, auge do tecnopop. O disco foi um estrondoso sucesso, com vários hits, entre eles "Another One Bites the Dust", marcado pelo baixo de John Deacon, e a pulsante "Crazy Little Thing Called Loved", que traz Mercury em versão rockabilly, ao estilo Elvis Presley, sem falar da belíssima "Save Me", outro sucesso radiofônico também presente, em versão ao vivo, gravada em Montreal, no CD extra que acompanha a nova edição. (PC)
CD 1A Sociedade do EspetáculoO Teatro Mágico. Independente. R$ 15. Rock
"Eu Não Sei Na Verdade Quem Eu Sou" é uma das faixas cantadas por Fernando Anitelli no terceiro disco de seu O Teatro Mágico. Mas o grupo, que mistura circo em suas apresentações com canções fincadas na MPB, mostra em A Sociedade do Espetáculo que não passa por nenhuma crise de identidade. Continua o trabalho de pesquisa de referências sonoras com letras poéticas e uma dose aceitável de rebeldia antissistêmica.
Quem vai gostar. As baladas são em sua maioria suaves, boas para ouvir voltando do trabalho. Assim é a poesia de "Transição" ("Ocupar o ar das horas/ plenas, serenas, inéditas e autênticas"). Mas as letras grudam no cérebro com garras afiadas, como as de "Quermesse", com a qual é fácil se identificar: "Minha nossa/ É só ficar longe que logo eu penso em você". O tom é de alegria em "O Que Se Perde Enquanto os Olhos Piscam", que enumera todos aqueles objetos que ninguém sabe onde foram parar, e "Folia no Quarto", uma rememoração das boas coisas da infância que nunca se deveria deixar passar. Para os fãs, uma boa notícia: depois de cancelar o show que faria em Curitiba em outubro, o grupo confirmou a participação durante a Virada Cultural de novembro. (HC)
CD 2Anel de AçoGloria Bomfim. Biscoito Fino. Preço: R$ 34,90. Samba.
A biografia de Gloria Bomfim já seria suficiente para despertar interesse. Nascida na Bahia, ela se mudou, aos 14 anos, para o Rio de Janeiro com o objetivo de conhecer o autor da música "Viagem", que cantava, ainda criança, em casamentos em seu estado natal. Desistiu de encontrá-lo e permaneceu na cidade. Muito tempo depois, quando trabalhava como cozinheira, há cerca de quatro anos acabou descobrindo, por acaso, que seu patrão era Paulo César Pinheiro, que, além de assinar a tal canção, é um dos mais prolíficos compositores brasileiros. Gloria, que costumava cantarolar no trabalho, acabou presenteada com um repertório de músicas ligadas à liturgia católica e ao candomblé, que Pinheiro guardava para uma futura gravação. Era o material de seu disco de estreia, Santo e Orixá (2007), redescoberto por Maria Bethânia e relançado neste ano como Anel de Aço.
Por que ouvir? Além das excelentes composições, o disco tem arranjos simples e impecáveis, que dão espaço para a voz de Gloria soar marcante e às vezes rasgada, mas também delicada quando percorre algumas das belas melodias de Pinheiro. Os afro-sambas ligados a fé e coragem parecem ganhar força na voz da cantora, apoiados em suas raízes e experiências de vida. (RC)
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