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DVD

Mad Men – 3ª temporada

Estados Unidos, 2009. Criada por Matthew Weiner. Universal Pictures. Preço médio: R$ 99,90. Drama.

Mad Men, que já teve sua quarta temporada exibida no Brasil pela HBO, é mais um exemplo de como a televisão norte-americana muitas vezes supera a produção cinematográfica do país em vários quesitos, sobretudo quando o objetivo é produzir atrações destinadas a um público mais maduro, tanto do ponto de vista etário quanto do intelectual. Criada por Matthew Weiner, um dos roteiristas de A Família Soprano, a série, nesta terceira temporada, retrata dois momentos críticos na trejetória do publicitário Donald Draper (o ótimo Jon Hamm), protagonista da saga. Sua mulher, Betty (January Jones), descobre que ele vive sob identidade falsa e, já enfrentando sucessivas crises conjugais, ela acaba se apaixonando por outro homem e pedindo o divórcio. Para completar, a agência onde Draper trabalha, depois de ser incorporada por um grande grupo britânico, é vendida, forçando-o a tomar uma decisão radical, que envolverá boa parte de sua equipe, inclusive a obstinada redatora Peggy (Elizabeth Moss).

Por que assistir? Retrato fiel, e nada romantizado, da sociedade norte-americana na turbulenta década de 60, Mad Men tem produção de primeira, roteiros magistrais e personagens muito interessantes, vividos por um elenco primoroso. Com sua quinta temporada prevista para o início de 2012, é uma das melhores produções atualmente em cartaz na televisão mundial. Sem exageros. (PC)

LivroO Rei do Mundo – Muhammad Ali e a Ascensão de Um Herói Americano

David Remnick. Companhia De Bolso, 376 págs., R$ 29,50.

Remnick, um dos maiores expoentes do jornalismo literário, reconstitui no livro a história do boxeador Muhammad Ali – conhecido no início de sua carreira como Cassius Clay, ou pelo apelido "The Lip" (o Lábio). O pugilista, considerado o maior peso-pesado de todos os tempos, era provocativo e por vezes irritante, com a previsão dos nocautes, as danças no ringue e a mania de falar rápido e sem parar logo depois das lutas. Como diz o próprio Remnick, Ali era tão representativo nos anos 1960 quanto Bob Dylan, sobretudo em uma época de tensões raciais e políticas nos Estados Unidos, com as lutas por direitos civis de Martin Luther King, a Guerra do Vietnã e a efervescência cultural. Convertido ao islamismo, o pugilista foi desprezado pelos colunistas esportivos da época, mais precisamente em 25 de fevereiro de 1964, quando derrotou Sonny Liston. Os jornalistas cantaram a vitória do rival antes da hora, e se enganaram.

Por que ler? Pelo texto fascinante de Remnick. As descrições do escritor conseguem manter toda a euforia dos ringues, do público e dos críticos. Além disso, o autor consegue expor o porquê de Ali ter se transformado não só em um grande pugilista, mas em uma personalidade do século 20. (IR)

TeatroOrinoco

Hoje, às 20 horas, no Teatro Novelas Curitibanas (Rua Carlos Cavalcanti, 1.222 – São Francisco).

A última oportunidade para assistir à temporada de estreia de Orinoco, do grupo A Armadilha, ocorre hoje. Integrante do Movimento de Teatro de Grupo de Curitiba, a companhia venceu o edital 2011 de ocupação do teatro, um dos mais prestigiados da cidade e que rende seis montagens por ano – em geral muito boas. O nome da peça remete a um rio que deságua na Venezuela, pelo qual duas cantoras de variedades velejam rumo a uma base petroleira para animar trabalhadores. Subitamente abandonadas, elas revelam a fragilidade inerente ao ofício de artista, um dos principais temas deste texto do mexicano Emilio Carballido, escrito em 1983.

Por que ver? Sob direção de Diego Fortes, a trama toda se desenrola pelas versões contraditórias das artistas, Fifi (Maureen Miranda) e Mina (Raquel Rizzo, na foto) . O cenário ganha um barco de madeira estilizado e um trio de músicos, responsáveis por bons momentos em que as duas protagonistas ensaiam seus números. Outro ponto forte são os figurinos coloridos, que misturam a esperança e a cafonice das personagens. A entrada é franca, mas recomenda-se chegar cedo para garantir o ingresso. (HC)

CD 1Tough Love – Best of the Ballads

Aerosmith. Universal Music. R$ 23,90. Hard Rock

Aos 41 anos, o Aerosmith conseguiu a proeza de permanecer relevante – pelo menos desde o "renascimento artístico" proporcionado pela inusitada parceria com o Run-DMC, na música "Walk This Way", regravada pelos rappers em 1986. De volta à superfície, a banda de Boston colecionou sucessos e gravou clipes descolados (como o de "Girls of Summer"). Além disso, teve a inteligência de lançar coletâneas e compilações – o que os manteve frescos na memória inclusive das novas gerações. Por isso há duas maneiras de encarar o mais recente lançamento do grupo – Tough Love – Best of the Ballads –, que acaba de sair no Brasil: se você simpatizar com a banda de Steven Tyler (que, aliás, volta ao Brasil em outubro), provavelmente vai gostar de ter um disco com suas principais baladas. Se, por outro lado, for da turma que torce o nariz para a afetação "hard rocker" do bocudo, vai achar que se trata de mais um caça-níqueis.

Por que escutar? Por relançar músicas como "Angel", "Amazing", "Cryin’", "Crazy", "Love in an Elevator", "Livin’ on the Edge" e "Janie’s Got a Gun", entre outras. É possível implicar, no entanto, com a inclusão de rockões agitados como "Love in an Elevator" e "Rag Doll" em um álbum de "baladas". (LP)CD 2

Mirror Traffic

Stephen Malkmus and the Jicks. Matador Records. Importado. Preço médio: US$ 12. Rock.

Lançado no exterior na última terça-feira, Mirror Traffic é o quinto álbum do cantor, compositor e guitarrista Stephen Malkmus ao lado do trio The Jicks, desde que sua banda Pavement entrou em hiato por tempo indeterminado, em 1999 – descontando a breve reunião para a turnê que passou pelo Brasil no fim do ano passado.

Produzido por Beck, o disco está sendo apontado como o melhor trabalho solo de Malkmus desde então. E não à toa. Hoje com 45 anos, o cara que acoplou estilo, ironia e melodia ao barulhento indie rock feito nos anos 90 multiplica todas essas qualidades nas 15 canções do novo álbum.

Por que ouvir? Logo nos primeiros versos da faixa de abertura, "Tiger", Malkmus lembra o mundo por que é um dos letristas mais irreverentes de sua geração, ao som de sua guitarra irresistível e inconfundível. Guiada pelo violão, a bela e lo-fi "No One Is (As I Are Be)" aos poucos se revela mais complexa com a adição gradual de instrumentos de sopro, teclados e xilofone.

Destacam-se ainda as explosões de "Senator", "Spazz" e "Tune Grief", que remetem aos ataques sonoros do Pavement; as quebras rítmicas inesperadas de "Brains Gallop" e "Share the Red"; e a suavidade pop de "Stick Figures in Love" e "Long Hard Book". (JG)

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