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CD

Revelator

Fotos: Divulgação

Tedeschi Trucks Band. Sony Music. R$ 32,90. Blues.

Formada no ano passado pelo casal de guitarristas Susan Tedeschi e Derek Trucks (The Allman Brothers Band), a Tedeschi Trucks Band fez uma passagem bastante discreta pelo pelo Brasil, no festival SWU, realizado em novembro, antes mesmo de seu disco de estreia chegar às prateleiras nacionais. Uma pena. Talvez se as canções de Revelator estivessem ao alcance do grande público na época do evento, a apresentação não teria passado tão batida. Imenso, o grupo conta com 11 integrantes que mal cabem na capa do disco, mas que, quando no palco, reavivam o espírito de espontaneidade e virtuosismo típicos dos grandes nomes do blues. O melhor de tudo é que, em estúdio, a banda consegue captar toda a emoção e autenticidade que esbanja ao vivo e que falta à grande maioria das gravações de blues modernas.

Preste atenção: Impossível não se arrepiar com a intensidade de "Don’t Let Me Slide", apelo romântico interpretado por Susan com a dramaticidade exigida pela canção e alcançada na mesma medida pela guitarra de Trucks. Não é à toa que a vocalista e guitarrista foi apelidada de "versão feminina de Otis Redding" pela Rolling Stone norte-americana. A mesma vitalidade reaparece no blues hendrixiano "Learn How to Love" e na melancólica "Until You Remember". Há ainda espaço para a suavidade jazzy de "Midnight in Harlem" e a levada soul de "Simple Things". Banda e disco mais que completos. (JG)

Televisão

Umas Palavras

Foto: Mariana Vianna/ Divulgação

Canal Futura (em Curitiba, na TV Lumen, canal 16). Sextas-feiras, às 21h30, reprise aos sábados, às 22h30, e segundas, às 14h.

Para quem gosta de livros, não há programa melhor na televisão brasileira. Umas Palavras, apresentado pela psicanalista e escritora Bia Corrêa do Lago, existe há quase 11 anos e exibiu entrevistas com nomes importantes da literatura. Entre brasileiros e estrangeiros, entre populares e menos conhecidos, estiveram lá João Ubaldo Ribeiro, Lygia Fagundes Telles, Rachel de Queiroz, Moacyr Scliar, Milton Hatoum, Sergio Sant’Anna, Cristovão Tezza (colunista da Gazeta do Povo), José Saramago, Mario Vargas Llosa, Mia Couto, José Eduardo Agualusa, Antonio Lobo Antunes, Inês Pedrosa e Salman Rushdie. Neste fim de semana de Natal será exibido um programa especial com o suíço Alain de Botton às 18 horas de sábado e às 17 horas de domingo.

Por que assistir? Bia Corrêa do Lago conhece a fundo a obra dos escritores que entrevista. Por isso, a conversa sempre se aprofunda ou traz alguma reflexão nova para os leitores/telespectadores. Ao mesmo tempo, ela não compete com os convidados, deixando que eles sejam o centro das atenções. (MS)

DVD/CD

Play the Blues – Live from Jazz at Lincoln Center

Wynton Marsalis e Eric Clapton. Warner Music, R$ 49,90. Blues.

O compositor e trompetista Wynton Marsalis – irmão dos jazzistas Branford, Delfeayo e Jason Marsalis – segue a linha da parceria que fez com o cantor country Willie Nelson em Two Men with the Blues e se apresenta agora com o guitarrista Eric Clapton no Lincoln Center, onde atua ativamente como diretor artístico do Jazz at Lincoln Center, parte do complexo destinado a apresentações musicais. O repertório de Wynton Marsalis & Eric Clapton Play the Blues é composto quase que exclusivamente por canções antigas de compositores de blues da virada do século 19 para o 20, além da clássica "Layla", que Clapton gravou em 1970 com sua banda Derek and the Dominos.

Por que ouvir? A seriedade e a inventividade de Marsalis unida ao timbre de voz e estilo de guitarra inconfundíveis de Clapton formam um impressionante espetáculo, capturado em três sessões durante abril deste ano. Com uma banda de apoio talentosíssima, em que se destaca o trombonista Chris Crenshaw, Clapton e Marsalis complementam suas sonoridades nas referências musicais um do outro. (YA)

DVD

Holocausto

Estados Unidos, 1978. Direção de Marvin J. Chomsky. Minissérie em três discos. Versátil/CBS. R$ 69,90. Classificação indicativa: 18 anos. Drama.

Trinta e um anos depois de ser exibida nos Estados Unidos, a premiada minissérie Holocausto finalmente é lançada no Brasil pela Versátil, em parceria com a CBS. Trata-se de uma das primeiras produções do cinema ou da televisão a reconstituir, com realismo, o genocídio de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Com mais de sete horas de duração, distribuídas em três DVDs, a produção acompanha, entre os anos de 1935 e 1945, a trajetória dos Weiss, família judia alemã que se torna vítima da política de extermínio nazista; e de Erik Dorf (Michael Moriarty), auxiliar do carrasco da Gestapo Reinhard Heydrich (David Warner).

Por que assistir? Filmada em locações reais na Europa, Holocausto venceu oito Emmy, o Oscar da tevê norte-americana, incluindo o de melhor minissérie, ator (Moriarty) e atriz, concedido a então pouco conhecida Meryl Streep, que brilha no papel de Inga, a esposa ariana de Karl (James Woods), filho mais velho dos Weiss que não mede esforços para salvar o marido, preso em um campo de concentração. (PC)

Livro

FAB – A Intimidade de Paul McCartney

Howard Sounes. Tradução de Patrícia Azeredo. Record, 700 págs. R$ 69,90. Biografia.

Paul McCartney costuma ser visto como um astro do rock comportado. Mesmo quando foi detido no Japão por porte de drogas, em 1980, houve uma versão da história que tirava parte da culpa de seus ombros. De acordo com essa teoria conspiratória, Yoko Ono, em conluio com as autoridades de imigração japonesas, teria armado a situação. Nesta biografia, Howard Sounes desconstrói a imagem de garoto bonzinho. O autor, que já havia escrito sobre Bob Dylan em Down the Highway (publicado no Brasil como Dylan – A Biografia), descreve aqui um artista brilhante, mas extremamente ambicioso e, por vezes, irritante – principalmente para os demais beatles. A parte mais interessante do livro fica por conta da fase em que Paul foi casado com Linda McCartney, morta em 1998, que desempenhou um papel fundamental na carreira-solo do cantor, como musa inspiradora e parceira musical.

Por que ler? A obra de Sounes ganhou repercussão no exterior por supostamente revelar os bastidores do péssimo casamento de Paul com Heather Mills, entre 2002 e 2006. O problema é que o assunto é tratado pelo autor quase no nível da fofoca. O livro se sustenta nos capítulos anteriores, que mostram um Paul McCartney mais contraditório, mas não menos talentoso. (JPP)

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