HQMorro da Favela
André Diniz. Fotos de Maurício Hora. Leya Barba Negra. 128 págs. R$ 39,90. Quadrinhos.
Morro da Favela é um livro de primeiros: em um espectro maior, conta a história do Morro da Providência, anteriormente chamada de Morro da Favela, quando o termo ainda não designava as comunidades mais carentes do Rio de Janeiro. A Providência foi a favela original, e nela viveu Seu Luiz, pai do fotógrafo Maurício Hora. Seu Luiz era traficante e foi o primeiro a montar uma boca de fumo, em uma época em que as drogas eram vendidas de porta em porta. Depois da história de Seu Luiz vem a história de Maurício Hora, o primeiro fotógrafo a clicar uma favela à noite. A trajetória de sua família, seus amigos e a sua própria foi roteirizada e desenhada pelo artista André Diniz, que a transformou em uma história em quadrinhos peculiar.
Repare: no desenho primoroso de Diniz, que se assemelha em muitos aspectos a uma xilogravura. Utilizando apenas o preto e o branco, o artista é criativo ao criar elementos que diferenciem um personagem do outro: cabelos, narizes e olhos são detalhes pequenos que auxiliam na compreensão do traço por vezes caótico do autor. O livro conta ainda, ao final, com uma seleção de fotos de Maurício Hora que lhe renderam fama internacional. (YA)
RevistaDicta&Contradicta nº 7
Editora Civilização Brasileira. 251 páginas. Preço: R$ 29,90.
Editada semestralmente, a revista Dicta&Contradicta, que traz textos e ensaios de intelectuais brasileiros e estrangeiros, chega ao seu quarto ano com a sétima edição, agora em parceria com o Grupo Editorial Record. Nos números anteriores, a revista era editada somente pelo Instituro de Formação e Educação (IFE). Nesta edição, são 34 ensaios de 30 autores diferentes, com abordagens de temas que vão desde filosofia política até resenhas de livros e textos clássicos. A preocupação da revista não é com o visual, já que há poucas ilustrações nas páginas, geralmente, apenas no início de cada ensaio. Mesmo assim, os textos são diagramados de uma forma leve e não são excessivamente longos, o que não cansa o leitor.
O destaque deste número é a entrevista exclusiva com o escritor francês Yves Bonnefoy, elaborada pelo tradutor e crítico inglês Chris Miller. Ele fala, entre outros assuntos, sobre a sua relação com o seu tradutor brasileiro, Mario Laranjeira. O texto inicia com uma contextualização leve e divertida do autor, que conta o quanto foi difícil conseguir entrevistar Bonnefoy.
Por que ler? Pela variedade de assuntos. É possível encontrar desde uma análise do escritor inglês Anthony Daniels sobre o caso Cesare Battisti até textos de humor como "Twitter, Modo de Usar", do jornalista Ruy Goiaba. (IR)
DVD
RioEstados Unidos, 2011. Direção de Carlos Saldanha. Fox. Classificação indicativa: livre. Preço médio: R$ 39,90. animação
O grande mérito de Rio, animação de Carlos Saldanha (da série A Era do Gelo), que chega às locadoras e às lojas nesta semana, é levar ao hegemônico cinema norte-americano uma visão não exótica do Brasil. Ainda que seja um produto de entretenimento, direcionado primeiramente ao público infantil, o filme não se rende a estereótipos simplistas. Pelo contrário: brinca com eles. Exemplo dessa apropriação é o hilário bulldog Luiz, que, meio ao acaso, se fantasia de Carmen Miranda para brincar o carnaval.
Se a história da ararinha azul Blu, que vai parar no gelado estado de Minnesota depois de ser contrabandeada ilegalmente, não chega a ser supercriativa, os elementos que a ela se agregam ao longo do filme têm enorme frescor.
Como não se encantar com a impagável gangue de micos cariocas, ou não rir muito com o baile funk aviário que rola numa favela da Cidade Maravilhosa?
Por que ver? Visualmente exuberante, Rio não tem um roteiro tão brilhante quanto Toy Story 3, mas seus personagens são tão deliciosos e os diálogos tão afiados, que o resultado supera as expectativas. (PC)
SiteNoisey
Lançado no Brasil em maio, o site Noisey ainda está em fase de testes, com versão definitiva prevista para esse mês. Mas já é possível conferir a ideia e alguns dos recursos do projeto. A plataforma on-line promete ser uma fonte de garimpagem de novas bandas, disponibilizando minidocumentários, textos e fotos de artistas de vários países, como Brasil, EUA, Reino Unido, Austrália, Canadá, China e França. A curadoria é da revista Vice, e o site é mantido pelas empresas Dell e Intel.
Fique atento: aos vídeos de apresentações ao vivo, entrevistas e bastidores, que acabam mostrando um um pouco da cena de música de cada lugar. Na interface dos site, também podem ser visualizados textos, informações das bandas e fotos, tudo programado em HTML 5. Os vídeos dos shows são bem feitos, o que, às vezes, é raro quando se tratam se artistas que estão começando a despontar. Por enquanto, são apenas quatro brasileiros: MC Papo, Bárbara Eugenia, Holger e Criolo. Apesar de concentrados em São Paulo e no Rio de Janeiro, valem a visita com destaque para o interessante minidocumentário sobre o rapper Criolo, que lançou o disco Nó na Orelha em 2011. Entre os internacionais, estão alguns nomes bem conhecidos no cenário indie, como as norte-americanas da Toro Y Moi e Ariel Pink. (RC)
CD
A TreasureNeil Young & The International Harversters. Reprise. Importado. Preço médio: US$ 12. Country.
Os anos 80 foram um período um tanto quanto errático para Neil Young em termos de sonoridade. Pulando de um gênero musical a outro, o músico canadense estava em busca de novos horizontes para sua carreira.
A imersão mais intensa feita por ele nesse período, sem dúvida, foi na música country e a prova disso chegou às lojas estrangeiras (e em breve às nacionais) há duas semanas. Trata-se de A Treasure, álbum que reúne 12 canções gravadas ao vivo (cinco delas inéditas) durante uma turnê de Young pelos Estados Unidos ao lado de um grupo de oito veteranos do country, batizado de International Harversters.
Por que ouvir? Estavam lá, os músicos Ben Keith (guitarra), Rufus Thibodeaux (rabeca), Anthony Crawford (bandolim), Karl Himmel (bateria), os pianistas Spooner Oldham e Hargus "Pig" Robbins e os baixistas Tim Drummond e Joe Allen. Ao lado deles, Young mergulha no country tradicional em canções como as ótimas "Amber Jean", "It Might Have Been" e "Get Back to the Country". Já "Are You Ready for the Country", "Soul of a Woman", "Grey Riders" trazem a pegada mais roqueira que viria a caracterizar a obra de Young na década seguinte. (JG)
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