CD 1
Temporary Pleasure (foto 1)
Simian Mobile Disco. Roc-A-Fella. Importado. Preço médio: US$ 14. Rock.
Embora menos inspirado que seu antecessor, o début Attack Decay Sustain Release (2007), o segundo álbum da dupla Simian Mobile Disco Jas Shaw e James Ford (produtor de bandas como Arctic Monkeys e The Klaxons) conquista pelo time de participações especiais e pela maneira com que as vozes dos convidados são moldadas pelo duo de forma a se encaixarem perfeitamente nas canções em que cantam.
A começar pela faixa de abertura, a synth-pop "Cream Dream", com os vocais de Gruff Rhys (Super Furry Animals e Neon Neon). Divertida e contagiante, a canção privilegia a ótima voz de Rhys com camadas de vocais sobrepostas sob uma base que remete a formações oitentistas como Soft Cell.
Na sequência, Chris Keating (Yeasayer), garante o melhor momento do álbum na vibrante "Audacity of Huge", cuja letra narra o drama de um cara que tem tudo (incluindo um livro autografado de James Joyce e um duplex em Dubai), menos a garota que mais deseja.
Outros bons momentos ficam por conta de "Cruel Intentions" (em que a dupla consegue domar o vozeirão exaltado de Beth Ditto, do Gossip) e a climática "Bad Blood", cantada por Alexis Taylor, da banda inglesa Hot Chip.
* * * * *
DVD 1
Intrigas de Estado (foto 2)
França/Reino Unido/EUA, 2009. Direção de Kevin Macdonald. Classificação indicativa: 16 anos. Apenas para locação. Drama.
O maior trunfo aqui é o roteiro coescrito por Tony Gilroy, o mesmo de Conduta de Risco. Tudo começa com a morte da assessora (e amante) de um político importante (Ben Affleck). Existem duas explicações possíveis: suicídio ou assassinato. Affleck busca a ajuda de um amigo na imprensa, vivido por Russell Crowe, um repórter das antigas que vai conduzir investigação paralela na tentativa de proteger o amigo e desmascarar quem quer que seja. Além de ser um thriller eficiente, Intrigas de Estado mostra um pouco do conflito entre internet e jornal de papel. A história parece endossar a visão do escritor americano Gay Talese: a crise não é do jornalismo, mas das empresas de comunicação.
* * * * *
CD 2
Love Is the Answer (foto 3)
Barbra Streisand. Sony BMG. Preço médio: R$ 29,60. jazz.
Aos 67 anos, a cantora que mais discos vendeu nos Estados Unidos até hoje (79 milhões de cópias) não dá sinais de cansaço. Para se repaginar um pouco, Barbra Streisand recorreu à diva canadense do jazz Diana Krall com o objetivo de criar este projeto que a devolve, de certa maneira, a suas raízes musicais. Babs, como é chamada na intimidade, foi descoberta cantanto em clubes esfumaçados de Nova York quando tinha 19 anos. O resultado dessa empreitada, lançado na última semana no mercado norte-americano em duas versões uma acompanhada por orquestra e outra com o grupo de Diana é um dos melhores álbuns da cantora e atriz nos últimos anos. No repertório estão standards como "In the Wee Small Hours of the Morning", do repertório de Frank Sinatra, e a adorável "Make Someone Happy", canção da qual foi retirado o título do CD (Love Is the Answer) e "If You Go Away", versão em inglês para o clássico "Ne Me Quitte Pas", do chansonier belga francês Jacques Brel.
* * * * *
DVD 2
Sítio do Picapau Amarelo O Minotauro (foto 4)
Brasil, 1978. Globo Vídeo. Classificação etária: livre. Preço médio: R$ 42. Infantil.
Quem era criança lá pelos idos de 1978 teve medo do Minotauro e torceu por Ariadne e Teseu como se eles fossem personagens de novela. De certa forma, eram. Naquele ano, a Globo colocou no ar episódios do programa infantil Sítio do Picapau Amarelo baseados no livro O Minotauro, de Monteiro Lobato. A direção do programa infantil era muito fiel a obra de Lobato e mantinha os diálogos na integra. Isso significa que a linguagem é muito mais sofisticada que a usada em programas infantis produzidos hoje. Isso vai assustar as crianças de agora?
O DVD duplo lançado pela Globo coloca o programa dirigido por Geraldo Casé à prova. Ultrapassados os minutos iniciais, em que dona Benta (Zilka Salaberry) faz um de seus sermões para contar a lenda grega do minotauro, o filme conquista pelas mesmas qualidades que atraiam as crianças de 30 anos atrás. A esperteza dos personagens que, ao mesmo tempo, agem como crianças de verdade, e a riqueza da lenda grega fazem com que os pequenos telespectadores não desgrudem os olhos da tela. Para os adultos, ver a antiga turma do Sítio é uma viagem no tempo (mesmo sem pó de pirlimpimpim...).
* * * * *
Livro 1
Filha dos Tigres (foto 5)
Torey Hayden. Rocco, 302 págs. R$ 42,50. Não-ficção.
As experiências narradas pela escritora Torey Hayden em livros como Filha dos Tigres, recém-lançado no Brasil, não fazem parte do dia-a-dia da maioria das pessoas, talvez nem mesmo do imaginário delas. Uma garota de 6 anos sequestrar um colega com a metade de sua idade e atear fogo nele está longe da ideia que fazemos da infância. Mas é com esse grupo de crianças problemáticas, muitas vezes portadoras de deficiências, que a autora americana conviveu diariamente em sua carreira como educadora. E retrata com honestidade em sua obra literária.
Em Filha dos Tigres, Torey reencontra Sheila, personagem central de um livro anterior, Uma Criança Surpreendente. Sheila é a menina descrita acima, capaz de cometer uma atrocidade, mas também vítima de abandono e abusos. Sua trajetória como aluna de Hayden, revelando uma capacidade intelectual acima da média, foi tema do primeiro livro. Neste segundo, a professora revisa o passado e volta a procurá-la, já crescida, confrontando suas memórias e expectativas sobre a menina à realidade de uma adolescente cuja vida não é nada simples.
* * * * *
Livro 2
Felicidade Conjugal (foto 6)
Lev Tolstói. Editora 34, 128 págs., R$ 30. Romance.
Tolstói (1828-1910) escreveu as mais de mil páginas de Guerra e Paz em cinco anos, começando em 1865 (Rubens Figueiredo prepara uma nova tradução do clássico para a Cosac Naify, a sair no ano que vem). As 800 e tantas de Anna Kariênina (ou Anna Karenina) levaram quatro anos e foram concluídas em 1877. Fazendo o cálculo (e abusando da quantidade de números neste texto): o autor tinha algo em torno de 40 anos no primeiro citado e, no segundo, quase 50. Antes de investir tempo e tutano em romances de fôlego ambos entre os principais títulos da literatura "universal", como se costuma dizer , ele treinou a mão em livros mais curtos e já dava sinais de era um escritor sem equivalentes. Com apenas 30 anos, ele conseguiu criar uma espécie de estudo sobre o casamento em Felicidade Conjugal.
Num número relativamente pequeno de páginas, pode-se identificar os três atos que formam uma relação: os primeiros flertes que levam à sonhada felicidade conjugal, a crise causada por uma situação bizarra (e fonte ciúmes) e o desfecho com o homem e a mulher marcados pelo conflito. O período de romance acaba como sentencia a personagem , e o casal passa a viver do amor que resta, origem de uma "felicidade completamente diversa". Para um leitor de hoje, pode ser estranho ler sobre uma relação em que o sexo inexiste o livro é de 1859 e a intimidade entre amantes ainda não era um elemento comum à literatura. Porém, Felicidade Conjugal mostra que, na vida a dois, é preciso casar desejos e expectativas diferentes. E isso é difícil desde sempre.
Lula tenta se aproximar do favorito à presidência da Câmara, mas Hugo Motta quer independência
Maduro fala em usar tropas do Brasil para “libertar” Porto Rico; assista ao Sem Rodeios
Guinada da Meta pode forçar desvio de rota de STF e Lula quanto à censura nas redes
Enquete: você acredita que a censura nas redes sociais vai acabar após a declaração de Zuckerberg?
Deixe sua opinião