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 | Fotos: Divulgação
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CD 1

Lua Nova

Trilha sonora original do filme. Vários artistas. Warner Music. Preço médio: R$ 29,90.

Lua Nova, o novo filme da série Crepúsculo, criada por Stephenie Meyer, estreia nos cinemas no dia 20 deste mês. Como parte da ação promocional, a trilha sonora acaba de ser lançada. O elenco de artistas impressiona pela variedade e pelo poder de fogo dos escolhidos – todos estão ali com músicas compostas exclusivamente para o filme. Thom Yorke, vocalista do Radiohead (que já havia participado da trilha de Crepúsculo) e talvez o nome mais importante do rock na atualidade, dá as caras com a faixa "Hea­r­ing Damage", carregada de efeitos eletrônicos. Em meio às 15 faixas, destacam-se no­­mes importantes da atual ce­­na folk norte-americana, no­­ta­­damente Bon Iver e Grizzly Bear. O primeiro, na canção "Rosylin", também investe em efeitos eletrônicos, algo que já aparecia em seus discos (For Emma, Forever Ago e o EP Blood Bank). Porém, Bon Iver, pseudônimo de Justin Vernon, deixa de lado a melancolia de composições como "Skinny Love" e pega pesado em vocais mais ásperos. A lista se completa com figurões como The Killers ("A White Demon Love Song"), Death Cab for Cutie ("Meet Me on the Equinox"), entre outros. (IBN)

DVD 1

Inimigos Públicos

Public Enemies. EUA, 2009). Direção de Michael Mann. Com Johnny Depp, Marion Cotillard e Christian Bale. Drama. 140 min. Classificação indicativa: 14 anos.

Inimigos Públicos é um tributo que o diretor Michael Mann fez ao cinema, ao mesmo tempo que cria um retrato fantástico de época – no caso, os Estados Unidos dos anos 30, quando o país estava sufocado pela Depressão e amargava altos índices de desemprego. Nesse cenário, um criminoso se tornou uma espécie de herói nacional por roubar bancos (donos do dinheiro), poupando as pessoas que tinham pouco ou quase nada: John Dillinger. Inter­pre­tado por Johnny Depp, o vilão encontra um adversário à altura quando Edgar Hoover, disposto a criar o FBI, incumbe Melvin Purvis (Christian Bale) de prender Dillinger. O duelo entre os dois é um dos pontos altos da história, que tem ainda Marion Cotillard, de Piaf – Um Hino ao Amor, como o alvo romântico de Depp. A produção, os atores, a trilha sonora (com canções lindas de Billie Holiday) e os diálogos fazem de Inimigos Públicos um filmaço, daqueles que não se vê todo dia. A sequência final é de tirar o fôlego e mostra Dillinger indo ao cinema para ver uma produção em que Clark Gable interpreta um bandido boa praça. Na saída da sessão, ele vai encontrar o seu destino. (IBN)

Livro 1

O Natimorto

Lourenço Mutarelli. Companhia das Letras, 136 págs., R$ 36. Romance.

O Natimorto, do escritor, dramaturgo e quadrinista Lourenço Mutarelli, é um "musical silencioso", como o próprio subtítulo sinaliza. Os diálogos travados pelos personagens, que aparecem em forma de texto teatral, parecem ter como fundo o canto inaudível da Voz, a cantora que o Agente apanha na rodoviária para ajudá-la a impulsionar sua carreira na capital.

O Agente, que parece ser uma espécie de alter ego de Mutarelli, é um homem deprimido e em crise conjugal que se apaixona pela Voz em busca de pureza, uma qualidade que sente não haver mais em sua vida. Com um discurso sedutor que relaciona as advertências funestas dos maços de cigarro a previsões do tarô ("você deveria escrever sobre isso", encanta-se a Voz), ele tenta convencê-la a viver por seis anos confinada em sua companhia em um quarto de hotel. Assim, sua voz tão pura, não será objeto das depreciações dos insensíveis.

O quarto de hotel se torna, então, o cenário claustrofóbico onde o casal conversa, fuma, e o Agente se entrega, pouco a pouco, à loucura e à depressão. O romance já ganhou adaptações nos palcos, pelo londrinense Mario Bortolotto, e nas telas, por Paulo Machline. No cinema, Mutarelli – que já havia feito uma ponta em O Cheiro do Ralo, de 2002, adaptado por Heitor Dhalia – encarna sua criatura, o Agente, como só ele poderia fazer. (AV)

CD 2

Pare e Siga

Profiterolis. Coquetel Molotov. Preço médio: R$20.

A banda já é antiga na cena indie pernambucana, mas só agora teve seu primeiro disco lançado. Graças ao apoio da revista Coquetel Molotov e do patrocínio do Programa Petro­­bras Cultural, chega às lojas o disco Pare e Siga, uma grata surpresa que se soma ao que proporcionaram outras bandas atuais, ao misturarem rock experimental a nuances musicais tipicamente brasileiras. São daqueles trabalhos que não se enquadram em um gênero única e exclusivamente, e que dedicam especial atenção às melodias.

Colocando lado a lado técnica e interpretação, o septeto liderado por Tomaz Alves (voz, guitarra e violão) simplifica o que a princípio, numa primeira audição, pode parecer complexo demais. Por isso o disco torna-se um desafio merecedor de atenção.

Brincando com referências musicas e apoiados em letras sincopadas ("ao invés de relaxar/ acha uma pulga atrás da orelha/ e senta para conversar", canta Alves em "Toma o Tempo Todo Pra Você"), o grupo se aproxima do que foram um dia as bandas Pato Fu e Karnak e do que é Tom Zé – adicionando rock àquelas e subtraindo a genialidade poética em relação a este. O fato de ter sido gravado ao vivo em três dias no Sesc Casa Amarela, em Recife, também sugere um bem-vindo toque familiar. (CC)

DVD 2

Inveja dos Anjos

(Brasil, 2009). Direção e edição de vídeo de Pedro Asberg. Com o Armazém Companhia de Teatro. Drama. 105 min. Classificação indicativa: não fornecida.

A primeira vez que o Armazém registrou em vídeo uma das peças do seu repertório foi em 2001, com o lançamento de Da Arte de Subir em Telhados. Posteriormente, Alice Através do Espelho e Pessoas Invisíveis também mereceram filmagens. Agora é a vez de Inveja dos Anjos, espetáculo autoral, vencedor de dois prêmios Shell (para os dramaturgos Maurício Arruda e Paulo de Moraes e a atriz Patrícia Selonk) sair em DVD.

O mote de Inveja dos Anjos é a memória, experimentada por um grupo de amigos que vive às margens de um trilho de trem – cenário privilegiado para despedidas e reencontros. A montagem integrou a mostra oficial do Festival de Curitiba deste ano. Foi vista em março, no Teatro da Reitoria.

Gravado por cinco câmeras, que se intercalam em detalhes e planos mais abertos, depois de seis meses de temporada (para garantir que o elenco estivesse afiado), o DVD dirigido por Pedro Asberg surge como uma linguagem híbrida. Entre a teatral e a audiovisual. Assim, despista a efemeridade do teatro, trocando a liberdade do espectador de fazer sua própria edição do que vê no palco por um olhar dirigido. Perde a pulsão do acontecimento ao vivo, presencial, mas confere longevidade à obra – e ao excelente texto.

O DVD de Inveja dos Anjos, assim como os anteriores, está a venda no site do grupo (armazemciadeteatro.com.br), por R$ 30. (LR)

Livro 2

www.twitter.com/carpinejar

Fabrício Carpinejar. Bertrand Brasil, 84 págs., R$ 19. Aforismos.

Fabrício Carpinejar é o mestre da frase certeira. Ao vivo, em meio ao um bate-papo, ele costuma enunciar frases brilhantes, como "O suspiro é um soluço passado a limpo", ou "Eu não sei falar, estou tentando descobrir".

Autor de 14 livros, o poeta mais popular em atividade no Brasil, ele tinha um livro de poemas longos pronto, que estava com os originais finalizados.

De repente, em meio a essa febre do twitter, ele mesmo um sujeito que usa todos os recursos para comunicação, surgiu outra ideia: deixar os poemas longos para 2010 e lançar, agora, um livro com frases que ele escreveu no twitter.

Assim surgiu (em caixa baixa mesmo) www.twitter.com/carpinejar, o primeiro livro publicado no Brasil com frases veiculadas anteriormente no twitter, frases essas com até 140 caracteres.

É possível dizer que Car­­pi­­nejar nasceu para o twitter, da mesma maneira que não é exagero dizer que o twitter parece ter sido feito para veicular as frases certeiras do poeta faz-tudo gaúcho.

Ele é brilhante: "A pior vergonha está escondida na arrogância". Ele é genial: "A covardia é atenta. Mais atenta do que a coragem". Ele é surpreendente: "O abraço é o excesso de palavras".

Ele é, simplesmente, Fabrício Carpinejar: "O twitter é um torpedo que a gente manda a si mesmo. E vai respondendo". (MRS)

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