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Livros

Coleção Saraiva de Bolso -Vários Autores. Nova Fronteira

Parceria entre a editora Nova Fronteira e a livraria Saraiva, a coleção Saraiva de Bolso oferece textos integrais e boas traduções de um vasto acervo de autores da nova literatura clássica. Nomes como Thomas Mann (Morte em Veneza), Machado de Assis (Dom Casmurro, Esaú e Jacó, Seus Trinta Melhores Contos), Jean-Jacques Rousseau (O Contrato Social), Gustave Flaubert (Madame Bovary) e Virgínia Woolf (Orlando) são alguns entre tantos que compõem a coleção – que terá 15 volumes lançados por mês a partir de outubro. As obras têm capas ilustradas pelo caricaturista Cássio Loredano, que trabalhou nos periódicos Opinião, O Globo e Jornal do Brasil. O preço também é acessível: os mais baratos, como A Arte da Guerra, de Sun-Tzu, custam em torno de R$ 8,90 e os mais caros, como a coletânea de Nelson Rodrigues A Vida Como Ela É, chegam a R$ 22,90.

Atenção para a disponibilidade de download grátis de alguns livros em versão digital. Até 30 de setembro, é possível baixar no site da coleção (www.livrariasaraiva.com.br/saraiva-de-bolso) os livros Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, e Romeu e Julieta, de William Shakespeare, após a compra de três ou mais volumes em versão impressa. (YA)

CD

McCartney e McCartney II - Hear/Universal Music. Preço médio: R$ 50 (cada). Rock

Depois do relançamento de Band on the Run (1973), geralmente apontado como a obra-prima da fase pós-Beatles de Paul McCartney, chegam às lojas brasileiras edições especiais de mais dois discos clássicos do cantor e compositor: McCartney (1970) e McCartney II (1980). O primeiro é o álbum "maldito" para os fãs mais radicais do quarteto de Liverpool, aquele cujo material de divulgação oficializou o fim da maior banda de todos os tempos. O outro – gravado logo após a breve prisão de Paul no Japão, por porte de maconha – marca o encerramento do Wings, grupo que, convenhamos, não passou de um nome de fachada para a carreira solo de Paul nos anos 1970. Apesar de bem diferentes no som, os dois trabalhos são ligados por certa unidade temática; foram feitos em esquema "banda de um homem só", com Paul tocando todos os instrumentos e contando apenas com o suporte da esposa, Linda, em algumas harmonias vocais.

Por que comprar? "Maybe I’m Amazed", uma das faixas de McCartney, é forte candidata à melhor música composta por Paul nos últimos 41 anos. Além dela, o álbum guarda outras canções deliciosas como "That Would Be Something" e "Every Night". A profusão de sintetizadores faz com que McCartney II soe um pouco mais datado, mas nada tira o charme do hit "Coming Up" (que, vejam só, recebeu elogios até de John Lennon) ou de "Waterfalls". Além desses fatos, que justificariam a compra de qualquer edição dos álbuns, os CDs extras que acompanham os relançamentos estão recheados de lados B e faixas que ficaram de fora dos originais. Os novos encartes, com fotografias tiradas por Linda McCartney, também são uma atração à parte. (JPP)

DVD

Turnê - França, 2010. Direção de Mathieu Amalric. Imovision. Classificação indicativa: 18 anos. Drama

Nem os fãs mais fervorosos do ator francês Mathieu Amalric, de O Escafandro e a Borboleta, esperavam que sua estreia por trás das câmeras de um longa-metragem – ele já havia assinado curtas – fosse tão impactante: Turnê lhe deu o merecido prêmio de melhor direção na edição do Festival de Cannes no ano passado. O filme mostra os bastidores da excursão pela França de um espetáculo de cabaré neoburlesco, reunindo um elenco de artistas dos Estados Unidos. São cantoras extravagantes, dançarinas exóticas, strippers performáticas ou artistas circenses? Tudo isso e mais um pouco. É difícil descrever o que a trupe faz em cena, ou mesmo fora dela. O fato é que ela lota teatros e boates, sobretudo de mulheres que querem escapar da realidade por um par de horas.

Amalric se autoescalou para o papel central, o empresário da companhia Joachim Zand, um sujeito meio picareta, que já viveu seus dias de glória, caiu em desgraça, fugiu para os EUA e agora retorna à França para um ajuste de contas.

Por que ver? A marca principal de Turnê é a originalidade, que vai do roteiro, capaz de captar a urgência e o colorido de uma faceta mambembe do show-biz, à direção segura e inventiva de Amalric, que fez um filme pulsante, nervoso e exuberante. Não se parece com nada visto nos cinemas nos últimos anos. (PC)

Exposição

Christian Bendayán - Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915). Entrada gratuita

Entre as mostras de artistas de mais de 37 países que integram a 6º Vento Sul – Bienal de Curitiba, que começou no domingo passado, uma que vale a pena visitar é o conjunto de obras de Christian Bendayán, na Casa Andrade Muricy. Nascido em Iquitos, no Peru, e trabalhando na capital Lima, o artista plástico realiza pinturas em óleo sobre tela que mais parecem fotografias, tamanha a semelhança dos rostos retratados. O mundo proposto por Bendayán é uma festa berrante de cores, algumas vezes beiram até o efeito do neon, e que retrata com ironia os estereótipos colocados em seu povo. Duas das obras expostas reproduzem o Amazonas, com todo o conjunto de clichês envolvidos sobre o local, desde a cabeça de um boto até uma índia nua. O artista tem a sensibilidade de sair das regras acadêmicas da pintura ao mesmo tempo em que deixa claro o rigor com que faz seu trabalho. Além de Bendayán, obras de outros 16 artistas de várias partes do mundo estão em cartaz no museu.

Preste atenção: Nas obras do romeno Stefan Cons­­tantinescu, expostas no mesmo local. As pequenas telas, que mostram fábricas e escolas, são um olhar irônico do realismo socialista, que dominou as artes nos países do Leste Europeu. (IR)

Livro

Liberdade - Jonathan Franzen. Companhia das Letras, 605 págs, R$ 46,50. Romance

De nada adianta correr para comprar este que está sendo definido como "o grande romance americano" se você for levar a primeira impressão feita pela Companhia das Letras, cheia de erros de revisão. Garanta ter em mãos a reimpressão, feita há pouco tempo. Daí sim, vale conhecer o quarto romance de Jonathan Franzen, que fez barulho também com o livro anterior (As Correções, de 2001). Liberdade apresenta uma família de classe média do Minnesota, e com flashbacks e fast forwards, desvela seus segredos – que envolvem traição, competição familiar, ciúmes, inveja e tudo o mais que você também encontra logo ali na esquina. O mérito de Franzen, bom romancista, é envolver o leitor a ponto de fazê-lo devorar 600 páginas, com capítulos que permitem espiar dentro da mente de cada um dos personagens com extrema profundidade.

Por que ler? Além de ser um representante de peso da escrita contemporânea, Liberdade revela ao leitor brasileiro questões típicas da sociedade norte-americana, como o macrocosmo da militância ambiental e suas contradições; ou então os bastidores do sucesso artístico e as paixões que ele suscita. (HC)

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