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Tevê

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O Som do Vinil

Com apresentação de Charles Gavin. Canal Brasil, sextas-feiras, às 21h30 (horário alternativo no domingo, às 12h30).

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Não há programa melhor na televisão para quem gosta de música brasileira. O Som do Vinil, produzido e apresentado pelo ex-Titãs Charles Gavin, é uma aula de música. O formato do programa leva o público por um determinado período da música brasileira usando como fio condutor um disco que marcou época, foi influente ou ainda que registrou um fenômeno novo. Um exemplo: em um episódio recente sobre o disco Lá Vem o Brasil Descendo a Lareira, de Moraes Moreira, o compositor e cantor falou sobre seu processo de criação após a saída dos Novos Baianos e contou como foi se aproximando, canção a canção, da mistura de MPB, frevo e baião que explorou naquele registro de 1979. Ao mesmo tempo, Gavin entrevistou o produtor Guto Graça Melo, radialistas e jornalistas que ajudam a contextualizar a produção musical do fim da década de 70. Salta aos olhos a receptividade que havia na época ao experimentalismo, à miscigenação de ritmos regionais que foi uma marca do período e que promoveu uma guinada de rumo na MPB. Gavin tem sido eclético na escolha dos discos, pautando-se pela relevância. Assim, um programa disseca Som Pixinguinha, de 1973, outro nos dá uma chance de saber mais sobre o esquecido Brasil, do Guaraná ao Guarani de Sidney Miller, de 1968.

Por que assistir? Gavin é um apresentador discreto e conhecedor do assunto com que trabalha. Cada programa enfatiza o processo de criação musical para mostrar como se produziu um conjunto de canções que trouxe algo de novo à música brasileira. (MS)

DVD

Adivinhe Quem Vem Para Jantar

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(Guess Who’s Coming to Dinner. Estados Unidos, 1967). Direção de Stanley Kramer. Com Spencer Tracy, Katharine Hepburn, Sidney Poitier e Katharine Houghton. Sony Pictures. 108 min. Classificação indicativa: livre. Preço médio: R$ 39,90 (Blu-ray). Drama.

Neste clássico do cinema norte-americano dos anos 60, os astros Spencer Tracy e Katharine Hepburn, que eram amantes na vida real, interpretam um casal, em princípio, bastante liberal. Essa fachada progressista cai por terra quando a filha Joey (Katharine Houghton), criada para ser uma mulher independente e questionadora, traz o noivo John (Sidney Poitier) e os pais dele para conhecer seus pais. O fato de o rapaz ser negro evidencia preconceitos que nem eles tinham consciência de ter.

Por que assistir? Realizado em um momento de transformações na sociedade norte-americana, no auge da luta pelos direitos civis, o filme, agora lançado em Blu-ray, é um marco na história de Hollywood. Foi indicado a dez Oscars e venceu nas categorias de melhor atriz (Katharine Hepburn) e roteiro original (para William Rose). (PC)

CD 1

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Aláfia

YB Music. Disponível para audição em alafia.art.br. US$ 8,99 (iTunes). Pop.

Revelação da cena independente paulistana, o grupo Aláfia acaba de lançar seu disco de estreia, homônimo, com participações de nomes como Lurdez da Luz.

Formado por Xênia França e Jairo Pereira (voz), Eduardo Brechó (voz e violão), Lucas Cirillo (gaita), Alysson Bruno (percussão), Pipo Pegoraro (guitarra), Gabriel Catanzaro (baixo) e Filipe Gomes (bateria), o grupo dilui elementos tradicionais da cultura afro-brasileira, como batuque de umbigada, jongo e ensaio de escola de samba, e gêneros da black music mundial, como hip-hop, funk e jazz, em arranjos dançantes para canções com letras sofisticadas, ligadas a temáticas urbanas e à cultura de rua, como em "Baile Black".

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Preste atenção: na engenhosidade de canções como "Mulher da Costa", de Eduardo Brechó, que problematiza a apropriação da África: "Quem pratica a África?/ A África é só teórica", diz a letra. A banda ainda transita com naturalidade por abordagens da música brasileira tradicional, como na valsa-choro "O Homem Que Virou Música". (RRC)

CD 2

The Devil Put Dinosaurs Here

Alice in Chains. EMI. R$ 32,90. Rock.

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Uma das bandas remanescente do movimento grunge, que surgiu em Seattle, nos Estados Unidos, o Alice in Chains soube como poucos grupos misturar elementos do heavy metal e hard rock ao seu som. Ao lado ao lado do Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden, a banda formada em 1987 alcançou fama no começo da década de 1990.

The Devil Put Dinosaurs Here, quinto álbum de estúdio da banda e segundo lançado após a morte do vocalista Layne Staley, em 2002, tem o peso característico das músicas do Alice in Chains. O timbre da voz de William DuVall, que assumiu o posto de Staley em 2006, lembra muito a do vocalista morto.

The Devil..., que levou ano e meio para ficar pronto, chega ao mercado brasileiro simultaneamente à turnê do grupo pelo Brasil. O Alice in Chians se apresentou no Rock in Rio na última quinta-feira e tem mais dois shows previsto no país: dia 24, em Porto Alegre, e dia 26, em São Paulo.

Preste atenção: Os destaques do novo CD são as ótimas "Hollow", que abre o disco; "Stone", que remete aos bons tempos de Facelift (1990) e Dirt (1992); "Voices" e a faixa que dá nome ao disco. A arte da capa, que apresenta um crânio de um dinossauro sobre um fundo vermelho, escondendo uma segunda ossada, foi muito elogiada pela crítica. As duas imagens combinadas formam a figura de um demônio. (RMM)

CD 3

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Loud like Love

Placebo. Warner Music. R$ 29,90. Rock.

Lançado este mês no Brasil, o sétimo álbum do Placebo, formado em Londres pelo belga Brian Molko e pelo Sueco Stefan Olsdal, mantém a identidade da banda, mas deixa as guitarras distorcidas e os excessos de lado. No disco, pode-se dizer que o Placebo retornou ao "básico" dos primeiros álbuns, Placebo (1996) e Without You I’m Nothing (1998). Entretanto, há também novos elementos, como o uso de teclados em várias faixas. O que continua sempre evidente são as batidas eletrônicas e o tom sombrio, com várias faixas melancólicas. Além disso, a voz andrógina de Brian Molko continua irretocável.

Preste atenção: na faixa de divulgação do novo disco, "Too Many Friends", que o grupo já vinha apresentando em shows antes do lançamento. A letra faz uma crítica às relações pessoais na era da internet, tratando, principalmente, das redes sociais, com pessoas "cheias de amigos" virtuais, mas que não conseguem dar atenção e nem se relacionar de forma verdadeira pessoalmente, preferindo computadores e smartphones. (IR)

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