Livro 1
Churchill
Paul Johnson. Nova Fronteira. 157 páginas. R$ 30. Biografia.
A participação de Winston Churchill na Segunda Guerra Mundial é suficiente para tornar impressionante sua biografia. Mas ele já tinha vivido muito quando o conflito estourou em 1939, participando da Primeira Guerra Mundial e de campanhas nas antigas colônias britânicas. A personalidade fez dele uma das figuras mais controversas e fascinantes do século 20. Filho da aristocracia inglesa, criado por pais ausentes que o consideravam um fracasso escolar, teve uma vida extravagante: foi jornalista e escritor ativo, que trabalhava muito para sustentar seu estilo de vida; foi um grande orador e um interlocutor brilhante, mas sua falta de paciência e de piedade com seus pares fizeram com que muitos o odiassem. Nessa pequena biografia, Paul Johnson não se contém e deixa claro que admira o escritor e político britânico. Mas essa admiração age como uma força positiva por trás do relato da vida de Churchill, que é apresentado ao leitor como uma figura apaixonante, que errava e aprendia. E que agia, o tempo todo, como um protagonista da História.
Preste atenção: Em como Churchill enxergou o perigo representado por Hitler quando o resto da Europa queria, a todo custo, acreditar que não era preciso enfrentá-lo, ao mesmo tempo em que desprezou outros riscos, como o envolvimento do Japão no conflito. (MS)
Revista
Dicta & Contradicta 6
Vários autores. Instituto de Formação e Educação (IFE), 264 págs., R$ 22,50. Ensaio.
A revista semestral do IFE, associação sem fins lucrativos "que visa a estudar, criar e divulgar no Brasil conhecimento nos campos das Humanidades, das Artes e da Filosofia", conseguiu um feito e tanto na sua sexta edição: entrevistar e reproduzir parte de uma conferência do escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010.
Antes de receber a honraria da Academia Sueca, o autor de Conversa na Catedral estava com sua vinda ao Brasil marcada para fazer uma apresentação dentro do projeto Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre. A conferência falou sobre as noções de cultura e é parte dela que a Dicta & Contradicta reproduz. O texto é acompanhado de uma entrevista longa feita durante as idas e vindas de Vargas Llosa em território brasileiro. As conversas ocorreram nos aeroportos e nos aviões que o levaram de São Paulo à capital gaúcha e de volta ao aeroporto paulista, de onde seguiria para Nova York.
Por que ler? A revista conta ainda com um texto exclusivo de Bráulio Mantovani, o roteirista de Tropa de Elite 1 e 2, uma ficção inédita do escritor Raimundo Carrero, vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura, e diversos ensaios sobre poesia, filosofia, cinema e artes plásticas destaque para o que trata dos filmes do russo Andrei Tarkovski (Stalker).
A parte final do volume é dedicada a resenhas de livros e comenta, entre outros, o romance Freedom, do norte-americano Jonathan Franzen. (IBN)
Livro 2
A Vida de John Lennon
John Blaney. Escrituras Editora. 272 págs. R$ 78. Fotobiografia.
Muito já foi escrito e dito sobre John Winston Lennon (1940-1980), mas um recorte diferente é o que apresenta o livro A Vida de John Lennon. São 180 fotos, que retratam sua infância até seus últimos dias de vida em Nova York.
Imagens raras resgatam, por exemplo, os primeiros encontros com Paul McCartney e George Harrison que formaram sua primeira banda, a The Quarrymen. Há também os primeiros shows no Cavern Club e a viagem para Hamburgo, no início da carreira dos Beatles.
A fase das agitadas canções pop, que marcaram o primeiro disco da banda, também está lá. E interessante é acompanhar, em imagens, a "evolução" de John, que depois da união com Yoko Ono se dedicou a disseminar mensagens de amor e paz. O prefácio do livro, aliás, é escrito pela artista japonesa e em certa altura, lê-se "Você vê que às vezes ele coloca o queixo pra cima, com um ar bem petulante".
A fotobiografia é de autoria de John Blaney, historiador e grande fã Beatles o britânico tem três livros publicados sobre o quarteto de Liverpool.
Por que ler? John Lennon foi um dos homens mais fotografados do século 20. Mas o "expertise" em Beatles do autor e a cronologia da obra nos trazem novos ângulos dessa figura, uma das mais influentes de nossos tempos. (CC)
Exposição
Alfredo Andersen da Noruega para o Brasil
Museu Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. Terça a domingo, das 10 às 18 horas. R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes), livre (crianças até 12 anos, maiores de 60 e escolas públicas pré-agendadas).
A grande exposição com 120 obras do pintor norueguês radicado no Paraná Alfredo Andersen (1860-1935), em cartaz no Museu Oscar Niemeyer, é programa obrigatório para quem deseja compreender parte fundamental das origens da arte paranaense. Afinal, ao chegar a Curitiba, em 1902, após passar dez anos em Paranaguá, Andersen viabilizou um ambiente propício para o desenvolvimento da arte ao ser o primeiro artista a formar uma geração de discípulos.
A mostra, como sugere o título, reúne algumas das mais significativas obras desse artista viajante realizadas em diversos períodos de sua trajetória desde Kristiansand, cidade portuária ao sul da Noruega, onde nasceu, e Oslo, capital do país onde estudou, passando pela Paraíba, sua porta de entrada no Brasil em 1892, até chegar a Paranaguá, onde conheceria a esposa Ana de Oliveira, e finalmente Curitiba. Há belas paisagens como "Estrada de Ferro", trecho do Viaduto Carvalho, na Serra do Mar, e os campos de Guarapuava, no interior do estado. Mas também há retratos tocantes de pescadores, moças e crianças brincando.
Preste atenção: Com curadoria do bisneto do pintor, Wilson Andersen Ballão, a mostra permite perceber como evoluiu a trajetória do pintor, desde os anos de juventude até à velhice. Trajetória que chegou ao ápice com obras surpreendentes como a comprida tela de 1902 que retrata as Sete Quedas, conjunto de quedas dágua que desapareceu com a formação do lago da Usina de Itaipu. (AV)
DVD
Coleção Douglas Sirk
Caixa com quatro filmes. Universal/Versátil. Classificação indicativa: 14 anos. Preço médio: R$ 139. Drama.
Respeitado diretor de teatro na Alemanha nos anos 20 e no início da década de 30, Douglas Sirk deixou à Europa em 1937 rumo aos Estados Unidos por conta de seus posicionamentos políticos, avessos ao Nazismo, e pelo fato de sua esposa ser de origem judaica. Em Hollywood, Sirk se rfirmou como cineasta, assinando uma série de melodramas, em princípio subestimados pela crítica, por serem considerados demasiadamente populares, mas depois redescobertos pela crítica. Exuberantes visualmente, arrebatados, mas também com grande densidade psicológica, seus filmes hoje são vistos como vivos retratos dos Estados Unidos do pós-Segunda Guerra Mundial e clássicos do gênero melodramático. A caixa inclui quatro longas-metragens: Tudo Que o Céu Permite, Sublime Obsessão, Chamas Que Não Se Apagam e Desejo Atroz.
Por que assistir? Forte influência nas obras do diretor alemão Reiner Werner Fassbinder (de O Casamento de Maria Braun) e do espanhol Pedro Almodóvar (Tudo sobre Minha Mãe), ambos amantes do melodrama, Sirk tem algumas obras-primas, entre elas dois filmes presentes nesta coleção: Tudo Que o Céu Permite e Sublime Obsessão, ambos estrelados por Jane Wyman e Rock Hudson, ator-fetiche do diretor. O primeiro conta a história de uma viúva que redescobre o amor nos braços de seu jardineiro, para choque de família e amigos, que a condenam. No segundo longa, Hudson é um playboy milionário que sofre um acidente com seu barco de corrida, é salvo graças a um equipamento que, por isso, não pode ser usado para salvar a vida de um herói local. Dias depois, já no hospital, o personagem conhece a viúva do homem que morreu por sua causa e por ela se apaixona perdidamente. (PC)
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