Blu Ray
Alien Anthology (foto ao lado)
Direção de Ridley Scott, James Cameron, David Fincher e Jean-Pierre Jeunet. Seis discos. Fox. Preço médio: R$ 278. Ficção científica.
Embora também esteja sendo lançada em DVD, esta Alien Anthology, composta por seis discos, é realmente imperdível em formato Blu Ray e não apenas pela farta opção de extras, que vão de making ofs e depoimentos atualizados de atores, diretores e técnicos. Apesar de os quatro filmes, cada um a sua maneira, ter inegáveis qualidades, o grande destaque da coleção é mesmo a versão remasterizada do hoje clássico Alien O Oitavo Passageiro, do britânico Ridley Scott, que deu o pontapé inicial da saga de Ripley (Sigourney Weaver) contra a mais mortífera criatura do espaço. A transposição do filme de 35mm para digital em alta definição é espetacular: toda a granulação do original em película segue intacto. Mas a limpidez da imagem é tão grande que o longa, realizado em 1979, parece mais recente do que Alien A Ressurreição (1997), derradeiro episódio da série, dirigido pelo francês Jean-Pierre Jeunet, de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain.
Dentre os quatro filmes, o de maior sucesso de bilheteria foi Aliens, o Resgate, blockbuster de James Cameron (de Avatar) que deu a Sigourney uma merecida indicação ao Oscar de melhor atriz.
Não perca: o subestimado Alien 3 (1992), de David Fincher (de A Rede Social), o mais complexo e irregular da quadrilogia. O pessimismo que marca boa parte da obra do diretor já está lá e, embora o roteiro, reescrito várias vezes, seja bem confuso, o resultado instiga e sobreviveu bem ao tempo. (PC)
CD 1
Tron O Legado (foto 1)
Trilha sonora do filme. Daft Punk. Disney. Preço médio: R$ 29,90. Eletrônica.
Embora não seja extamente um disco de carreira do duo francês Daft Punk, esta ótima trilha sonora vai, com certeza, agradar os fãs dos francesas, uma das grandes referências da música pop eletrônica. Não é um álbum criado para as pistas de dança: Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter que aparecem em Tron O Legado como DJs em vários momentos preferem os instrumentos de cordas aos sintetizadores, mas sem perder as texturas viajantes de sua música.
Sucesso nos Estados Unidos, onde chegou ao quarto posto da parada Billboard e se tornou há duas semanas a trilha mais vendida no país, o trabalho ds franceses é tão bom que sobrevive sem as imagens de Tron O Legado. Quem curtiu o filme, no entanto, tem como bônus diálogos falados pelo elenco, encabeçado pelo ótimo Jeff Bridges.
Ouça: Daft Punk gravou a trilha sonora em Londres com uma orquestra de cem integrantes. Mas, na faixa "The Game Has Changed", o duo prova por que é referência obrigatória na eletrônica, criando uma melodia sintética e cheia de suspense e tensão digna de um Radiohead. (PC)
DVD
22 balas (foto 2)
França, 2010. Direção de Richard Berry. Paris Filmes. Classificação indicativa: não fornecida.Apenas para locação. Policial.
Numa entrevista para a televisão francesa, o cineasta Jean-Luc Godard disse que, entre dois filmes ruins, um feito nos Estados Unidos e outro de qualquer parte do mundo, ele prefere o segundo. Sempre. A lógica de Godard é uma espécie de defesa da diversidade.
Tenha isso em mente se for ver 22 Balas. Este policial francês é dirigido por Richard Berry, um ator de currículo extenso (mais conhecido na França) e pouca experiência na direção. A história se parece com a de vários outros filmes: amigos se tornam inimigos por causa de dinheiro.
A ação se passa dentro da máfia marselhesa e começa com a tentativa de assassinato do chefão Charly Matteï (vivido pelo grande Jean Reno). Uma gangue o encurrala num estacionamento e descarrega as armas: ele leva 22 tiros e não morre. Depois de se recuperar e tendo de lidar com as sequelas do incidente, descobre que é seu amigo-irmão Tony Zacchia (Kad Merad) o mandatário do crime.
De início, Charly não quer vingança. Prefere sair dos negócios e se dedicar à família. Mas, pouco depois, Zacchia mata com crueldade um amigo querido de Charly. O episódio leva o mafioso a adiar a aposentadoria e acertar as contas.
Por que ver? É tudo muito previsível. Porém, nesse tipo de filme o que importa não é o desfecho, mas o caminho percorrido até ele. E o trajeto criado por Berry é eletrizante, com Reno bancando o assassino impiedoso que faz pensar no Léon, o protagonista de O Profissional (1994), de Luc Besson. 22 Balas é um ótimo filme ruim. (IBN)
Livro
Boris Kossoy Fotógrafo (foto 3)
Cosac Naify/ Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/ Pinacoteca, 216 págs., R$ 69. Fotografia.
No texto de apresentação do livro, o crítico de arte Jorge Coli se refere a Boris Kossoy como o "fotógrafo maior de nosso tempo" e destaca o interesse do artista, que é também historiador da fotografia, pelo cinema e pelas histórias em quadrinhos, criando como referência "uma poderosa cultura visual narrativa".
O que Kossoy faz é contar histórias por meio de suas imagens. Histórias inteiras e complexas não complexas no sentido de complicadas, mas no sentido de elas contêm muitas informações. Umas estão ali, diante dos olhos, enquanto outras não são explícitas e, sim, insinuadas.
Em 1969, a Kombi de uma funerária aparece estacionada em uma rua da periferia de São Paulo. O veículo está parado diante da casa de uma parteira, no número 189, onde se lê a placa: "Parteira atende-se dia e noite".
Preste a atenção: O próprio Kossoy, nascido em 1941, divide o seu trabalho em "Primeiras fotos", "Fantástico", "New York", "Brasil 70" e "Dos anos 80 até o presente". A parte fantástica tem imagens curiosas, como a de uma mulher nua se fundindo ao horizonte de uma cidade. Várias fotos são claramente ficcionais como a do sujeito com cara maquiada que sai de um arbusto , outras parecem tão incríveis que não podem ser verdade, mas é difícil saber com certeza: um sujeito abraçado a uma garrafa dorme deitado sobre dois carrinhos de bebê.
Os registros feitos em Nova York, nos anos 70, são geniais. O volume inclui ainda duas entrevistas (ou conversas), uma com Augusto Massi e Julia Bussus, outra com Paulo César Boni. (IBN)
CD 2
Im Having Fun Now (foto 4)
Jenny and Johnny. Warner Bros. Importado. Preço médio US$ 14. Indie rock.
Os músicos Jenny Lewis e Johnathan Rice são um casal na vida real. Foram apresentados um ao outro por Conor Oberst (Bright Eyes), na época em que Jenny gravava seu primeiro disco solo, Rabbit Fur Coat (2006). O segundo álbum de Jenny, Acid Tongue (2008) foi produzido por ele, que também integrou a banda de apoio da namorada durante a turnê de divulgação do trabalho. Após cinco anos de envolvimento romântico e criativo, a dupla resolveu lançar um disco juntos, sob o nome (óbvio, mas meigo) de Jenny and Johnny.
Por que ouvir? Essas histórias de bastidores só tornam o debut Im Having Fun Now ainda mais charmoso que suas melodias. Mesclando power-pop, folk-rock e alt-country, o casal delicia o ouvinte ao fazer uma espécie de jogral com suas vozes a dela forte e cristalina, a dele suave e misteriosa.
É assim da abertura "Scissor Runner" (cuja letra romântica soa como uma declaração de amor de um para o outro), à roqueira "Committed" (cujo título, "comprometido" na tradução, já diz tudo). Versando sobre viagens, deuses gregos, drogas recreativas, promiscidade, ciúme e até economia (os reflexos da crise que assolou os EUA dão o tom da ótima "Big Wave"), as canções da dupla por vezes remetem a formações clássicas do indie-pop, como New Pornographers ("My Pet Snake") e The Go-Betweens ("Switchable"). (JG)
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