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DVDTerra PrometidaZiemia Obiecana. Polônia, 1975). Direção de Andrzej Wajda. Com Wojciech Pszoniak, Andrzej Seweryn e Anna Nehrebecka. Lume Filmes. 179 min. Classificação indicativa: 16 anos. Locação e venda. Preço médio: R$ 49,90. Drama.

Na Polônia do início do século 20, três amigos de infância têm um sonho: montar uma fábrica de tecidos. Mas como não têm dinheiro para o empreendimento, decidem explorar o amor de uma mulher judia, apaixonada por um deles. Estudo sobre a ambição e a ética – ou a falta dela – em uma sociedade que atravessa profundas transformações, Terra Prometida foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e venceu o Festival Internacional de Cinema de Moscou, na então União Soviética.

Por que assistir? Diretor de filmes importantes como O Homem de Mármore, O Homem de Ferro e O Maestro, Wajda, vencedor de um Oscar honorário pelo conjunto de sua obra, é um dos cineastas mais importantes da história do cinema polonês e um autor fundamental para o entendimento da história e da realidade de seu país. Um mestre, enfim. (PC)

Livro 1Fera d’AlmaHerta Müller. Tradução de Claudia Abeling. Biblioteca Azul, 250 págs., R$ 35. Romance.

Seria possível apresentar Fera d’Alma como um romance sobre a vida dos romenos sob a ditadura de Nicolae Ceasescu (1965-1989). É este o esqueleto aparente do livro: uma moça e três rapazes fazem uma resistência muito branda e discreta, mais intelectual do que prática, ao regime. Em resposta, sofrem uma repressão pavorosa, que os submete à sordidez e ao sadismo das "autoridades". Mas a romena é uma escritora sofisticada que entremeia este relato com lembranças de infância e retratos da vida no interior. O clima psicológico é determinado pela pobreza, pela falta de perspectivas e pela moral truncada que o regime usa para julgar as pessoas (cometer furtos no local de trabalho é permitido, mas a mulher considerada "devassa" é difamada e agredida).

Preste atenção: A habilidade de Herta Müller em usar os recursos da literatura é tamanha, que ela consegue usar o desconforto provocado pela situação dos quatro jovens personagens para prender o leitor à cada página do livro. (MS)

Exposição Ensina-me a Te AmarMuseu da Gravura de Curitiba (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 533 – Centro), (41) 3321-3269. Visitação de terça a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 18 horas. Sábado e domingo, das 12 às 18 horas. Entrada franca. Até 20 de maio.

A mostra do artista curitibano Jack Holmer chama atenção pelo inusitado: ele resolveu unir o trabalho de arte digital com a robótica e desenvolveu para a exposição um robô que interage com o público. Com dimensões e proporções humanas, o robô retribui o carinho recebido do espectador pelos estímulos de som, luz e toque, e há possibilidade de abraçá-lo. O artista propõe com o trabalho uma reflexão sobre o homem e as coisas na sociedade atual, e criou outras instalações igualmente interativas, divididas em três salas. Planetárias, por exemplo, simula o ciclo reprodutivo de vermes por um programa de computador, e os monitores espalhados pelo ambiente são uma espécie de "aquário." Com isso, o visitante pode participar desse processo, alimentando os seres com o clique do mouse.

Interaja: com a obra Seres de Luz, um painel com mais de 300 tamagochis, bichinhos virtuais que foram febre nos anos 1990, cuja "sobrevivência" depende do cuidado do dono, nesse caso, do visitante. (IR)

Livro 2A Questão FinklerHoward Jacobson. Tradução de Regina Lyra. Bertrand Brasil, 448 págs., R$ 49. Romance.

Vencedor prêmio Man Booker Prize em 2010, o romance tem grande parte de sua ação passada em um jantar entre velhos amigos.

Um deles é um idoso judeu que ainda não se recuperou do luto da morte da mulher, há décadas. Outro é um professor que acumula insucessos pessoais, amorosos e profissionais e tem como obsessão a ideia de converter-se ao judaísmo. O terceiro é Sam Finkler, também judeu, porém, absolutamente crítico à política perpetrada por Israel (na trama, ele se torna líder de um grupo chamado Judeus Envergonhados), e um autor consagrado de romances picaretas de autoajuda.

Por que ler? Nos diálogos entre os três personagens, o autor e jornalista inglês trata de temas sérios, como amizade, perda, maturidade e a questão judaica. As discussões são sofisticadamente elaboradas e dotadas de um humor corrosivo e, ao mesmo tempo, melancólico: conseguem levantar questões morais profundas com grandes doses de sarcasmo e autoironia.

O livro é obrigatório para quem conhece e convive com a cultura judaica e ajuda a conhecê-la melhor no caso dos não iniciados. (SM)

SiteHemeroteca Digitalhemerotecadigital.cm-lisboa.pt

Esse arquivo digital coloca no ar reproduções de periódicos portugueses datados de 1715 (pasme!) até 1988. A pesquisa histórica já não é a mesma desde a digitalização de materiais como esses. Há, inclusive, a segmentação por áreas, com destaque para o portal Imprensa Teatral de Portugal de 1839 a 1912, que traz páginas de dez periódicos especializados em espetáculos de uma era fervilhante em que se debatia as artes cênicas com vivacidade.

Em outros periódicos, há pérolas de época, como um questionário da revista 57 Movimento de Cultura Portuguesa que busca responder a questões como se "a sociedade ficará indiferente ao progressivo aumento no número de mulheres empregadas na burocracia". A resposta é que não, sob o risco de causar na mulher "uma frustração que tem as mais graves consequências".

In loco: Quem tiver a alegria de pisar em solo português até agosto poderá visitar, em Lisboa, a recém-inaugurada biblioteca e centro cultural dos Coruchéus, instalada num palácio e destinada a atividades tão diversas quanto oficinas e doação de sangue. (HC)

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