O escritor colombiano Gabriel García Márquez, criador do gênero realismo mágico na literatura, completa nesta terça-feira 80 anos de vida, dando início a uma série de aniversários de marcos de sua carreira, como os 40 anos da publicação de "Cem anos de solidão" e os 25 anos de seu Prêmio Nobel de Literatura.

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O vendedor de enciclopédias fracassado, que acabou inundando o mundo com mais de 30 milhões de exemplares de seu principal romance, "Cem anos de solidão", mora no México, mas está sendo esperado este mês na Colômbia para receber homenagens às quais comparecerão os reis da Espanha, escritores e outras personalidades.

Não se sabe exatamente onde o recluso escritor passará seu aniversário. "Ele já me disse: 'Vou me esconder'. Não vai ter como dar parabéns a ele", disse à Reuters o jornalista colombiano Plinio Apuleyo Mendoza, amigo de García Márquez.

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"Gabo", como é conhecido popularmente, nasceu no dia 6 de março de 1927 em Aracataca, no departamento de Magdalena, uma cidade do litoral caribenho que fica em meio a extensas plantações de banana e que serviu de inspiração para sua Macondo, de "Cem anos de solidão".

"A pior coisa que pode acontecer a um homem que não tem vocação para o êxito literário, ou em um continente que não está acostumado a ter escritores de sucesso, é publicar uma novela que venda como salsicha'', disse ele em uma ocasião.

"É o meu caso. Nego-me a me transformar em espetáculo, detesto a televisão, os congressos literários, as conferências e a vida intelectual."

Filho mais velho dos 11 do telegrafista Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez, Gabo é autor de vários outros livros de sucesso, como "Crônica de uma morte anunciada", "Notícia de um seqüestro" e "Memória de minhas putas tristes".

Ele também é amigo de Fidel Castro e deu a ele o privilégio de ler os originais de vários de seus livros antes da publicação. García Márquez trabalhou em vários jornais, como o El Espectador de Bogotá. Foi nessa época que escreveu "Relato de um náufrago'', um conto que acabou precipitando sua mudança para Paris, por problemas com o governo colombiano.

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Nos anos 1980, recebeu asilo no México depois de ser acusado de ligação com a guerrilha M-19. Em 1982 recebeu o Nobel de Literatura, e em 1991 finalmente voltou à Colômbia, para, cansado da situação do país, deixá-lo de novo seis anos depois.

No fim da década de 1990, García Márquez recebeu tratamento em Los Angeles para um câncer linfático. Casado com Mercedes Barcha e pai de Rodrigo e Gonzalo, o escritor visita ocasionalmente a Colômbia, mas sempre foge de lugares públicos e das homenagens, preferindo se refugiar por trás dos muros de sua casa em Cartagena.