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Melhor não confundir Garotas Malvadas com Meninas Malvadas, a comédia teen que levou Lindsay Lohan ao estrelato. Até porque não seria adequado expor os adolescentes ao enredo barra-pesada de um filme que, somente à primeira vista, poderia passar na Sessão da Tarde. Coisas das distribuidoras brasileiras, sempre dispostas a distrair o público incauto quando for necessário – o título original, algo como "Bela Persuasão", não faria diferença nas prateleiras das locadoras.

Feito o alerta, vale destacar também o talento da atriz Evan Rachel Wood, uma das maiores promessas de Hollywood. Com apenas 18 anos, ela já trabalhou em dezenas de produções para o cinema e a tevê. Entre elas Simone, Desaparecidas, A Outra Face da Raiva e Aos 13, pela qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro. Aqui, Evan vive Kimberly Joyce, aparentemente mais uma aluna de um colégio particular de Los Angeles. Ledo engano: por trás de sua simpatia e prestatividade, Kimberly é uma hábil manipuladora, prestes a mostrar suas garras.

O filme começa com a garota se aproximando de Randa (Adi Schnall), estudante muçulmana (de véu e tudo) recém-chegada à escola. Junto com Brittany (Elizabeth Harnois), elas vão virar o lugar de cabeça para baixo ao acusar um professor de assédio sexual. Mas nada é exatamente o que parece na estréia do diretor Marcos Siega, mais conhecido pelos videoclipes do grupo de rock Blink 182. Assim como Kimberly revela seu lado maquiavélico, todos os outros personagens da trama têm "podres" para esconder (inclusive o pai da moça, um ricaço grosseirão vivido por James Woods). E é justamente se aproveitando do rabo preso alheio que a protagonista, pouco a pouco, conquista seus objetivos – por mais absurdos que eles sejam.

Em paralelo à trama central, Garotas Malvadas ainda resvala em temas como a segregação nas escolas, a busca pela fama, o sensacionalismo midiático e o racismo. Tudo envolto em uma linguagem agressiva, marcada por piadas de humor negro e situações politicamente incorretas. Mas a grande atração é mesmo Evan Rachel Wood, impecável na pele de uma personagem que, por trás de sua inteligência monumental, mostra-se profundamente infeliz e angustiada.

Inédito nos cinemas brasileiros, Garotas Malvadas é daqueles filmes que vão passar batidos mesmo nas locadoras. Procure na prateleira das comédias – ainda que o buraco, neste caso, seja bem mais embaixo. GGGG

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