O ator Antônio Pompêo, de 62 anos, foi encontrado morto por volta das 17 horas desta terça-feira (5) em sua casa, em Guaratiba, na zona oeste do Rio, onde morava sozinho.
A Polícia Militar foi chamada por uma amiga e vizinha do ator, que estranhou o sumiço de Pompêo.
“Senti falta dele. Enviei uma mensagem pelo celular, como sempre fazíamos, e ele não visualizou nem me deu retorno. Então me preocupei. Vendo a janela dele aberta, o que não era de costume, estranhei. E vinha um odor forte na minha varanda. Liguei para o proprietário do apartamento, que pediu para chamar polícia. Quando a polícia chegou, constatou que ele estava morto. Acreditamos que já estava desde domingo. O corpo estava muito debilitado e com um odor muito forte”, contou Aldinéia Silva ao site “Ego”.
Apesar da suspeita de infarto, a causa da morte só será confirmada após exame pelo Instituto Médico Legal (IML), para onde o corpo foi levado.
Nascido em São José do Rio Pardo (SP), Pompêo estreou na televisão em 1975, na novela “A Moreninha”, da TV Globo. Atuou, no ano seguinte, no longa “Xica da Silva”, dirigido por Cacá Diegues e estrelado por Zezé Motta.
A atriz publicou uma nota de pesar em sua página no Facebook. “Em choque, e com muito pesar que comunico a perda do meu amigo e grande ator Antônio Pompêo. Juntos, trabalhamos em ‘Xica da Silva’, ‘Quilombo’, entre tantos outros projetos no cinema. Na televisão, foram mais de cinco novelas onde tivemos a oportunidade de estarmos um com o outro... A dor é grande! Descanse em paz, meu amigo”.
Pompêo, cujo último trabalho na televisão foi em 2012, na novela “Balacobaco”, da Record, fez carreira em novelas da Globo, como “Rei do Gado”, “A Viagem”, “Pecado Capital”, “A Casa das Sete Mulheres”, “Pedra Sobre Pedra” e “Fera Ferida”. Atuou ainda nas novelas “Kananga do Japão” e “Ana Raio e Zé Trovão”, da extinta TV Manchete.
O ator também teve atuação destacada na defesa dos direitos dos negros no país. Entre 2007 e 2008, foi presidente substituto e diretor do departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura.
A atual presidente da fundação, Cida Abreu, lamentou sua morte, em nota de pesar na página da instituição. Pompêo foi um dos idealizadores do projeto “A Cor da Cultura”, de valorização da história da cultura afro no país.