O corpo do diretor e ator Sérgio Britto, que morreu neste sábado (17) de insuficiência respiratória, aos 88 anos, foi enterrado neste domingo (18) no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro, com a presença de amigos e parentes. Um dos principais nomes da dramaturgia brasileira, Britto estava internado com pneumonia desde 14 de novembro no hospital Copa D'Or, em Copacabana, zona sul do Rio.
A atriz Renata Sorrah, que estreou no Teatro dos Quatro com o colega, disse que Britto deixou órfã toda uma geração da dramaturgia. "Ele formou muitas pessoas. Foi meu mestre, meu colega em cena, meu amigo, vai fazer muita falta. Temos que seguir seu exemplo", disse.
A secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes, também esteve presente ao enterro, assim como a atriz Nathália Timberg. "Estamos todos de luto. Morreu menino e com vontade de aprender".
A paixão de Britto pelo teatro ficou registrada no documentário "O Homem das Mil Fábulas" (título provisório), com previsão de estreia no primeiro semestre de 2012. As diretoras do filme, Célia Freitas e Isabel Cavalcanti, contam que Britto vinha sofrendo de problemas de saúde, mas que nunca perdera a esperança de voltar aos palcos. Em março, ele sofreu uma hemorragia que afetou sua visão e memória. A última filmagem aconteceu em maio.
"Ele voltou da internação muito transformado, muito afetuoso. Ficou um vazio, a visão fora afetada, mas ele nunca desistiu", conta Célia. Parte das cenas mostra Britto se preparando para seu último projeto, que acabou não se concretizando, a montagem de "O Canto do Cisne", de Anton Tchekhov.
"Ele percebeu que teria que ter paciência para se recuperar e voltar ao trabalho. Mas desde antes, toda a sua postura foi muito positiva, transformando as impotências da idade em potência, com um despudor grande em relação ao corpo e à velhice", completou Isabel.
O corpo foi velado no sábado na Assembleia Legislativa do Rio, com esquema especial de segurança nas ruas do Centro do Rio.
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