O governo egípcio afirmou neste domingo que a advogada especializada em direitos humanos Amal Clooney, mulher do ator George Clooney, pode viajar ao Egito "quando quiser", após ele afirmar que as autoridades locais tinham ameaçado prendê-la.
O Ministério do Interior disse em um comunicado que "não há nenhuma medida" que impeça a entrada de Amal no país, em resposta a declarações da advogada ao jornal britânico "The Guardian" afirmando que as autoridades do Cairo ameaçaram prendê-la se publicasse um relatório sobre o sistema judiciário do Egito.
A advogada britânica, que se casou com Clooney em setembro, em Veneza (Itália), disse em uma entrevista ao "The Guardian" que ela e sua equipe elaboraram em fevereiro de 2014 um relatório para recomendar ao Egito um sistema judiciário mais independente.
"Quando ia apresentar o relatório, primeiro de tudo nos impediram fazer isso no Cairo. Disseram: 'O relatório critica ao exército, a Justiça ou o governo?' Dissemos: Bom, sim. Então afirmaram: 'Bom, se arriscam a ser presos", contou a advogada.
Entre outros casos, a profissional representou o jornalista egípcio com passaporte canadense Mohammed Fahmy, detido no Egito com outros companheiros da emissora catariana "Al Jazeera", condenados em junho a entre sete e dez anos de prisão no Cairo. A sentença foi cancelada na quinta-feira passada.
O australiano Peter Greste, o egípcio com passaporte canadense Mohammed Fahmy e o egípcio Baher Mohammed estão presos desde dezembro de 2013, quando foram detidos em um hotel no Cairo acusados de colaborar com a Irmandade Muçulmana e divulgar notícias falsas sobre o Egito.
No dia 1º de dezembro, um tribunal egípcio anulou a sentença e ordenou a repetição do julgamento dos três jornalistas, mas rejeitou libertá-los.
Amal Clooney disse ao diário britânico que os repórteres foram vítimas de um sistema no qual as autoridades escolhem como querem os juízes.
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