Se depender do psiquiatra Aloísio Priuli, o cantor e empresário Rafael Ilha, 36 anos, só vai deixar o Hospital São Luiz, na Zona Sul de São Paulo, na sexta-feira (23). O paciente foi hospitalizado após apresentar ferimento no pescoço na terça (19). Segundo a polícia, foi o próprio Ilha que se cortou com um caco de vidro. "Ele está deprimido, ansioso, chorando um pouco", afirmou o médico.
De acordo com ele, o ex-integrante do grupo musical Polegar está tomando antibióticos na veia por causa da ferida no pescoço e esse é o motivo para mantê-lo mais tempo hospitalizado.
"Enquanto ele estiver tomando medicação endovenosa não vou dar alta. Só acho que sai na sexta", afirmou o psiquiatra. De acordo com ele, Ilha "está muito abalado" por estar em processo de separação da mulher. Questionado por que o rapaz chora, respondeu: "Ele fala da família, do filho. Diz que não vai ver mais a criança". O menino tem entre 5 e 6 anos. Para Priuli, é "provável" que Ilha, cujo passado envolve o consumo de drogas, tome antidepressivos depois que deixar o hospital.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 89º DP (Portal do Morumbi), o ex-integrante do grupo Polegar dizia que ia se matar. Ele foi encontrado no elevador do prédio onde sua avó mora, no Morumbi, e tinha um garfo na mão e um caco de vidro enfiado no pescoço.
A família não autorizou que o hospital passasse detalhes da internação do rapaz. No hospital, a informação era de que Ilha não tinha recebido visitas na quarta.
Pela manhã, o psiquiatra havia dito que Ilha poderia deixar o hospital ainda na quarta. "Ele está melhor, fora de perigo, vou chegar agora no São Luiz e fazer a medicação, talvez ele saia hoje [quarta-feira]", afirmou Priuli, na ocaisão. De acordo com o médico, Ilha passou por uma cirurgia para suturar um corte. "Foi uma pequena cirurgia, teve uma veia que foi suturada. É um corte pequeno, mas saiu muito sangue", contou. Histórico
Em julho de 2008, Rafael Ilha passou 17 dias na prisão, acusado de tentativa de sequestro, formação de quadrilha e usurpação de função pública. Ele teria tentado, junto com outras duas pessoas, colocar à força em um carro a esteticista Karina Costa, de 28 anos. Ele informou à polícia que o ex-marido dela tinha entrado em contato e pedido para que a mulher fosse internada na clínica de reabilitação contra dependentes químicos do ex-Polegar. A esteticista negou ser usuária de drogas.
Rafael era cantor do Grupo Polegar, que estourou em 1989, com a música "Dá Para Mim", e chegou a vender um milhão de discos. Rafael Ilha deixou o grupo em 1991. Depois disso, o ex-vocalista acumulou passagens pela polícia. Ele foi preso pela primeira vez em setembro de 1998, quando tentava assaltar pessoas num cruzamento para comprar drogas. Ele roubou um vale-transporte e uma nota de R$ 1 de uma balconista na Zona Sul de São Paulo.
No ano seguinte, ele foi detido por dirigir uma moto na contramão. Depois, foram duas outras prisões por porte de cocaína. Em 2000, o ex-integrante do grupo Polegar passou mal depois de engolir uma caneta, três isqueiros e uma pilha, durante uma crise de abstinência. Meses depois, ele ingeriu outras duas pilhas e precisou ser submetido a uma cirurgia, em um hospital de São Paulo, para a retirada dos objetos.
Em 2005, foi detido em Itapecerica da Serra, em frente à clínica dele, com uma arma calibre 380, com numeração raspada. Ele acabou autuado em flagrante por porte ilegal de arma. Em setembro de 2007, o ex-Polegar voltou à delegacia, mas como vítima. Rafael se dirigiu à residência de um jovem de 30 anos com intuito de convencê-lo a se internar. De acordo com a polícia, quando o homem percebeu a chegada do ex-vocalista, acabou fugindo em seu carro. Rafael passou a persegui-lo e, após um tempo, o jovem parou o carro e teria agredido o ex-cantor.
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