Fora o trabalho de ator, Fábio Porchat vem atuando em várias frentes: empresário – ele é um dos fundadores do portal de humor Porta dos Fundos (criado em 2012), e colunista, aos domingos, do jornal “O Estado de S. Paulo”. Além disso, nos últimos anos, o rosto de Porchat é um dos mais vistos em propagandas no país.
Você imaginava o sucesso do Porta dos Fundos?
A gente sempre achou que ia dar certo, mas não que fosse dar tão certo em tão pouco tempo e de forma tão avassaladora. Hoje, nós temos 1 bilhão e 800 milhões de visualizações, é um negócio de louco. É o maior canal de humor do mundo em visualizações. Foi uma coisa que a gente não dimensionou, até hoje a gente não entende direito. Mas seguimos firme e forte.
Para você, como é escrever para um jornal?
É meio desesperador, é enxugar gelo. Eu estou há dois anos no “Estadão”, todo o domingo. É muito legal exercitar, poder ter um espaço para dar opinião, defender uma ideia. Mas ao mesmo tempo é muito difícil, pelo tipo de assunto. Não vou entrar num lugar que não tenha a menor ideia, afinal de contas, sou comediante, não economista. Não adianta falar sobre os andamentos do país. Sempre vai ter alguém melhor falando sobre aquilo. Mas o espaço é muito legal.
Você escreveu uma coluna sobre vegetarianismo e tortura animal que teve uma grande repercussão. Como você teve contato com esse tema?
Tenho amigos vegetarianos que falam da maldade com os bichos, e isso me incomoda muito. Não sou contra comer bicho, mas contra a maneira como eles são mortos. É como falei no texto: se meu tio matar uma galinha na fazenda dele, tudo bem, porque sei como vive. O problema é um monte de frango vivendo um em cima do outro, com luz na cara o dia inteiro, comendo ração de qualquer jeito. Eles não estão matando, mas torturando. Acabei deixando de comer carne e frango. O próximo passo é peixe. Estou fazendo essa mudança aos poucos.
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Leia a matéria completaVocê é um dos atores mais conhecidos do país. Tem os trabalhos na tevê e cinema, o Porta dos Fundos, participou do “Medida Certa”. Em algum momento se sentiu muito exposto ou ficou preocupado com isso?
Exposto eu já estou porque estou nessa carreira. E a gente quer ter sucesso, quer que o público acompanhe nosso trabalho. De um modo geral, o público não assiste tudo que uma pessoa faz. Quem vai no cinema, no teatro, lê a coluna, e vai na internet ver o vídeo é o fã. Eu acho que o problema é: enquanto for uma exposição de trabalho, não tem problema. Quando começar a ser uma exposição “Fábio é visto brigando em boate, criando confusão não sei onde”, aí é uma exposição errada, inclusive. E aí é que eu vou me preocupar.