Enfraquecida depois de uma greve de fome que dura quase duas semanas, a atriz Mia Farrow anunciou na sexta-feira que o bilionário britânico Richard Branson assumirá seu protesto em solidariedade com a população da região de Darfur, no Sudão.
Um porta-voz de Farrow disse que a saúde da atriz deteriorou nos últimos dias e que seu médico pediu que ela ponha fim ao jejum de alimentos sólidos que iniciou há 12 dias para protestar contra a expulsão por Cartum de mais de uma dúzia de organizações humanitárias.
Mia Farrow pediu a Branson que assumisse o jejum, disse o comunicado da atriz, acrescentando que o empresário britânico aceitou o pedido e iniciaria nesta sexta uma greve de fome de três dias.
"Precisamos que todos se ergam para exigir a volta da assistência internacional e que a população de Darfur seja protegida e tenha a oportunidade de viver em paz", disse Branson, segundo o comunicado.
No mês passado o porta-voz de Mia Farrow disse que o médico da atriz, de constituição frágil, previa que seu jejum não poderia durar mais de três semanas.
Farrow, que em 2000 foi nomeada embaixadora da boa-vontade da Unicef, o fundo das Nações Unidas para a infância, vem fazendo campanha há anos para a conscientização pública e o levantamento de fundos para crianças que vivem em zonas de conflito como Darfur, a República Democrática do Congo, Haiti, Chade e Nigéria.
Em março a Corte Criminal Internacional emitiu um mandado de prisão contra o presidente do Sudão, Hassan al Bashir, acusando-o de ser o autor intelectual dos massacres e deportações em Darfur, no oeste do Sudão.
Desde então o Sudão expulsou do país 13 organizações de ajuda humanitária estrangeiras e três nacionais, acusando-as de colaborar com a CCI, sediada em Haia.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em seu relatório mais recente sobre a missão de manutenção de paz da ONU e da União Africana em Darfur, conhecida como Unamid, que as expulsões "puseram em risco de vida mais de 1 milhão de pessoas" em Darfur.
Autoridades da ONU dizem que até 300 mil pessoas foram mortas e mais de 2,7 foram expulsas de suas casas em Darfur em quase seis anos de violência étnica e política.
Cartum, porém, afirma que morreram 10 mil pessoas. Cerca de 4,7 milhões de pessoas em Darfur dependem da ajuda humanitária para sobreviver.
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