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Nicolas Cage faz um investigador de polícia perturbado e dependente de drogas em Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans, retomando o papel de policial corrupto celebrizado por Harvey Keitel há 17 anos.

Apesar da semelhança com o título original ("Bad Lieutenant") do clássico cult "Vício Frenético," dirigido em 1992 por Abel Ferrara, e do repúdio evidente de Ferrara à ideia de um remake de seu filme, Cage e o diretor alemão Werner Herzog dizem que seu filme não tem ligação com o de Ferrara.

"Seria injusto comparar os dois filmes," disse Cage à Reuters em entrevista dada em Veneza, onde o filme compete no festival anual de cinema.

"A trajetória do personagem de Harvey envolve lidar com o sentimento de culpa e tudo isso, o que talvez se encaixe mais na tradição judaico-cristã. Para mim, é uma história completamente diferente e um policial diferente," disse o ator de 45 anos, que recebeu o Oscar de melhor ator pelo papel de alcoólatra em "Despedida em Las Vegas."

Abel Ferrara criticou a ideia de um remake e foi citado na mídia como tendo dito "espero que essas pessoas morram no inferno."

O fato de Ferrara também ser aguardado em Veneza com outro filme intensificou o interesse da mídia pela disputa, embora Herzog tenha dito que não assistiu a "Vício Frenético."

O cineasta alemão disse que o título de seu filme é fruto da pressão de um de seus produtores para converter seu filme em "alguma espécie de franquia" e que ele fez questão de acrescentar "Port of Call New Orleans" para diferenciar seu trabalho do filme de 1992.

Indagado sobre a crítica de Ferrara, Herzog disse: "Não tenho problema nenhum com isso. Mas eu gostaria que Abel Ferrara assistisse a meu filme, e se eu souber que ele assistiu ao meu, prometo que assistirei ao dele."

Nicolas Cage faz o detetive do setor de homicídios Terence, que prende jovens que vão a festas para roubar drogas para seu próprio consumo, e, no caminho, aceitar favores sexuais.

Constantemente cheirando cocaína e fumando crack, enquanto protege sua namorada, uma prostituta representada por Eva Mendes, ele persegue um chefão do tráfico que suspeita de ter executado uma família de imigrantes senegaleses.

Para Cage, seu personagem é um policial bom, embora tenha suas falhas.

"De certo modo ele é fruto do ambiente em que vive e tenta operar dentro dele. Se esse ambiente tem uma cultura de drogas e uma cultura de rua, como se faz para sobreviver nesse mundo?"

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